sexta-feira, 13 de julho de 2012

Capítulo 5 - O Desafio



Não acreditei no mico que paguei em frente a todos os fotógrafos a princípio, envergonhada demais até para olhar para os lados, mas logo me recompus. Tinha de estar radiante no baile-conferência. Respirei fundo. Pelo menos conseguira chegar ao saguão no tempo exato da limusine atracar na calçada.
E por falar em limusine... Ela parou em frente a um grande casarão antigo e bonito, cheio de seguranças e limusines chegando e saindo. Consegui reconhecer vários políticos e ajeitei a postura quando saí do carro.
Uma chuva de flashes caiu sobre mim, e fui temporariamente ofuscada, mas um cavalheiro viu meu dilema e me ajudou a ficar em pé antes que eu caísse novamente.
– Obrigada. – agradeci a ele, enquanto tudo começava a ganhar forma novamente.
– Não há de quê! – Ele respondeu, ainda me guiando para a entrada. – Qual o seu nome?
Respondi a ele e fiz-lhe a mesma pergunta, olhando para seu rosto – agora podendo enxergar tudo a meu redor – e então quase tive uma parada cardíaca: Era Tom Parker, do The Wanted! (vesguinho)
– Ah, desculpe Sr. Parker! Não o estava vendo!
– Que é isso! Não se incomode! E por favor, não me chame de Sr. Parker, me chame de Tom.
– Ah, OK, Tom então... Obrigada, não iria ser legal eu cair no chão... De novo...
– De novo?
– É... Vamos entrando? – tentei disfarçar.
– Tá bem.
Entramos e o ambiente estava lotado, apinhado de artistas, políticos e alguns rostos desconhecidos. Comidas e bebidas eram oferecidas pelos garçons a todo segundo. Uma música calma de fundo tocava.
Tom me acompanhou o tempo todo, e me apresentou para os outros membros do grupo. Eles eram todos muito gentis.
Aquela noite parecia que seria realmente inesquecível – e, acredite, eu não tinha ideia do quão inesquecível ela seria.

Louis on
Harry perguntou-se o tempo todo para onde estava indo a bela moça do elevador. Estava inquieto, e logo que chegamos ao antigo salão onde acontecia o baile-conferência da ONU, ele mal posou para as fotos e foi logo se dirigindo à mulher que cuidava da lista de convidados na entrada, perguntando pelo nome da “Dama do Elevador”. Quando o alcançamos, ele estava tão afoito que mal conseguia conter-se.
– Ela está aqui! Ela está aqui! – repetiu quatro vezes, uma para cada um de nós.
Entramos e cumprimentamos os convidados, mas Harry quase passou por cima do prefeito de Paris quando passou por trás dele uma moça vestida de branco – que não era a “Dama do Elevador”.
Todos fomos chamados até o salão principal, onde um projetor e uma telas gigante faziam mágica mostrando os projetos da ONU e seus resultados, bem como os projetos futuros – mas Harry não prestou muita atenção. Procurava dentre a multidão uma moça vestida de branco.
– Droga! Há tão poucas de branco, Louis! Mas nenhuma delas é ela!
– Vai ver ela não está aqui, Harry!
– Não, Louis! O nome dela consta na lista e está confirmada sua presença aqui e agora!
O presidente da ONU subiu ao palco e começou a falar alguma coisa sobre algum país que iria receber um prêmio.
– Harry! Quer parar! Quando você menos esperar, você irá encontra-la! – falei, irritado.
Harry bufou, mas deve ter concordado comigo, pois parou e começou REALMENTE a ouvir o que o presidente da ONU falava.
– ... e pelo desempenho na área científica e econômica dos últimos anos, tendo passado praticamente ileso pela crise que atingiu o mundo no final de 2008, e por ter encontrado um jeito de facilitar e baratear a produção e distribuição de Etanol, o melhor dos combustíveis alternativos! Por um futuro melhor, chamo aqui a representante dessa nação que vem ganhando destaque!
Então, para a felicidade de meu amigo, ela subiu ao palco – a “Dama do Elevador”, e falou os agradecimentos básicos de uma recepção de prêmio, explicando também porque a presidenta brasileira estava ausente.
Foi aplaudida e desceu do palco, e eu estava virando para ver o olhar de Harry, mas ele não estava mais ao meu lado – estava chegando perto da moça de branco, que já descera do palco.
A conferência foi encerrada e o baile começaria em instantes, inclusive cantaríamos uma musica em talvez mais ou menos meia-hora.
Corri atrás de Harry para chama-lo para se preparar, mas fui barrado por fãs famosos, e só consegui ouvir a conversa.
– Olá! Nos encontramos de novo! Que coincidência! – Ele disse sorridente.
– É verdade, Sr. Style... Digo, Harry.
– Bonita declaração a sua... no palco.
– Obrigada. Não sabia o que dize...
– Você está muito bonita!
– Ah, obrigada! – consegui ver através da cabeça de Shakira o rosto dela ruborizar a ponto de ficar escarlate.
– Então, aqui está quente, não é?! Será que daria a graça de sua companhia até o jardim dos fundos para um pouco de ar fresco?
– Ah, eu adorar...
– Ela não pode. – Ouvi a voz, e rapidamente meu corpo se enrijeceu. Não. Não podia ser...
– Parker – disse Harry.
– Styles – Disse Tom. – Nos encontramos de novo...
– Não... Você me encontrou de novo, mas agora me diga, por que esta adorável dama não poderia me acompanhar até os jardins?
– Bem, é simples, porque ela vai ME acompanhar até os jardins, não é mesmo, querida?
– Querida?! – ouvi Harry dizer perplexo.
– Querida?! – ela mesma parecia espantada agora.
– Não, ela vai comigo, porque eu a convidei primeiro! – retomou Harry.
– Não, ela vai comigo porque eu trouxe um drinque a ela. – vi Tom lhe estender um copo.
– Rapazes – disse ela começando a ficar alarmada. – Porque não vamos os três aos jardins?
– Não! – Eles responderam ao mesmo tempo.
– Você vai comigo! Eu sou mais famoso. – Harry estava quase gritando, uma pequena multidão havia parado para olhar.
– Não! Comigo! Eu sou mais irresistível... – Tom também forçava a barra. Percebi que ambos estavam se autovalorizando demais.
– Não! Eu não vou com nenhum dos dois! – ela reassumiu o controle, irritada. – E, desculpe Tom, mas eu não bebo. Senhores! – Ela mexeu a cabeça pedindo passagem, devolveu o drinque para Tom e saiu nervosa, passando por mim.
Harry e Tom ficaram se olhando um bom tempo.
– Ela não bebe... – disse Harry com um risinho sarcástico.
Tom pareceu ter detestado o comentário.
– E daí! Um pequeno fora eu tomei, mas tenho muitas mais chances com ela do que você.
Harry riu um riso alto e debochado, e Tom jogou um dos drinques que estava em sua mão no paletó de Harry.
– Seu... – Harry estava partindo para cima dele, mas os outros membros do The Wanted chegaram por trás. Harry estava em desvantagem e então parou, tentando se controlar.
– Hummm... Covarde! – Disse Tom com um risinho sarcástico.
– Isso não termina aqui Parker. – falou Harry com uma voz cortante.
– Não começou e nem terminou, Styles, mas, mesmo assim, já sei quem será o perdedor.
Harry estava prestes a soltar um palavrão, quando pus a mão em seu ombro, e ele pareceu voltar à realidade.
– Aqui, não, Harry. Não desse jeito. Não dessa forma. – Falei.
– Tem razão – intrometeu-se novamente Tom. – Então, Styles, façamos um desafio: O primeiro que conseguir ganhar o coração da garota, leva a fama, a glória e o reconhecimento do outro também... Em público.
Estava abrindo minha boca para impedir que Harry fizesse alguma besteira, mas já era tarde demais.
– Feito. – Harry respondeu.
– E que vença o melhor! – Tom virou o drinque em sua garganta. – Ou seja, eu!
– Veremos. – Harry fechou a cara, e tratei logo de tirá-lo dali.
Aquilo não cheirava nada bem.

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