Aquela manhã
ensolarada atingiu meu rosto com ternura. Acordei exausta da noite anterior e
tentei reorganizar o que acontecera antes de eu chegar ao hotel.
Ah, sim! Bem,
eu havia saído do evento por volta da meia-noite, irritadíssima depois que o
The Wanted dedicou uma música a mim – “chasing the sun” – e, logo em seguida,
Harry fez questão que apontassem os holofotes em minha direção, antes de cantar
para mim “more than this”.
Depois disso
só me lembro de ter perdido um de meus sapatos, de minha limusine ter furado um
pneu e eu ter esperado por mais meia-hora por um taxi e de ter chegado
extremamente cansada, escovado meus dentes, posto um pijama e caído no sono na
minha cama macia.
Levantei, fiz
tudo o que uma pessoa faz quando acorda e em dez minutos estava saindo do meu quarto.
Resolvi que, apesar das frutas frescas colocadas em cima da mesa da minha “mini-cozinha”,
iria tomar meu café da manhã na lanchonete do hotel. Olhei o relógio antes de
sair, era dez para as nove, o que me surpreendeu, pois achei que era mais
tarde. Fui até a porta e girei a maçaneta, pondo os pés para fora do batente,
mas me detive, pois um rapaz estava olhando para mim.
– Oh, eu ia
bater madame! – Ele carregava um grandíssimo buquê de flores em um vaso divino
e um pacote embrulhado com um papel fino e delicado.
– Ah, sim!
Alguma coisa para mim? – arrisquei perguntar, sem muita paciência para
cordialidades.
– Sim, madame,
entrega especial para a Senhora, com os cumprimentos do Sr. Parker. – Ele me
entregou as flores e o pacote, fez uma espécie de reverência e saiu.
Fechei a porta
de meu “apartamento” e coloquei as flores e o pacote na mesa da cozinha.
Elas eram
lindas! Violetas, margaridas, rosas, lírios, milhares de flores misturadas em
uma surpreendentemente alegre cascata de cores.
Também
coloquei o pacote ao lado e o desembrulhei, e revelou-se diante de mim uma
caixa. Abri-a e lá estava meu sapato perdido, um cartão e uma pequena caixinha
de veludo.
Peguei o
cartão, escrito com uma caligrafia deslumbrante, e o li atentamente:
Minha querida Cinderela,
Adorei o tempo que passamos juntos na última noite, e
gostaria de repetir o encontro. Peço que aceite meu pedido e meus presentes,
que fiz questão de escolher com muito esmero. Em breve, passarei por aí para
marcarmos uma data.
Me aguarde,
Tom Parker
O cartão
tinha cheiro de lavanda, mas não importa. Um turbilhão de sentimentos se fixou
em mim com o inesperado convite, e eu peguei a caixinha de veludo ao lado de
minha sandália esquerda. Quando vi o que tinha dentro dela, quase caí no chão:
era um anel de ouro delicadíssimo, com vários desenhos e pedras de cristal incrustados perfeitamente,
e uma pedra ENORME que... Não. Não podia ser? Podia?... Diamantes eram muito
caros...
Cheguei a
morder a pedra para ver se era mesmo um diamante, e tudo levava a crer que
realmente o era.
Minha
nossa!
............................
Louis on
Estávamos,
eu e Harry, descendo do elevador rumo à lanchonete para tomar café da manhã,
indo encontrar o resto da 1D, quando trombamos acidentalmente com um funcionário
do hotel carregando um enorme vaso e um pacote, que quase caíram no chão.
–
Desculpe! – disse Harry.
– Cuidado,
hein!!! – disse eu, rindo e dando um tapinha em suas costas. Depois, ao
observar a beleza do vaso, perguntei, curioso – Nossa! Para quem são tão belas
flores?
– Ah, deixaram
isto aqui, para ser entregue à madame da “Room 43”.
À simples
menção da “Dama do Elevador”, Harry gelou. Trincando os dentes, e imaginando o
pior, ele perguntou em seguida:
– E quem
teria sido tão gentil em trazer tão belos presentes a tal madame?
– Oh,
Senhor! Ela tem muita sorte! Foi o próprio Tom Parker que veio trazê-los aqui
pessoalmente.
Queria ter
visto a expressão de Harry, mas ele já não estava mais a meu lado. Andava a
passos pesados, na realidade, na direção oposta a da lanchonete.
.....................
Nem
tive muito tempo para continuar pensando no ocorrido, pois ouvi batidas na minha porta e
novamente um rapaz apareceu, carregando cinco embrulhos e um cartão.
– Com os
cumprimentos do Sr. Styles, madame.
Ah, não!
Não, não,
não! Não poderia ser! Parecia que a rixa da noite anterior havia sido
reacendida.
Eu estava
no meio do fogo cruzado.
E eu era o prêmio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário