sexta-feira, 13 de julho de 2012

Capítulo 7 - Almoço turbulento


Passei o resto do dia recebendo presentes, tanto de Tom quanto de Harry, e decidi comer as frutas da mesa ao invés de descer para tomar café. Quanto contei o trigésimo presente, passei a mandar devolver os outros que o funcionário do hotel levava para mim.
Tentando esquecer um pouco esses romances, chequei minha agenda. Hoje tinha uma daquelas conferências chatíssimas, às três, e era meio-dia, então decidi que almoçaria no restaurante do hotel e me arrumaria para o evento.
Saí do meu apartamento e peguei o elevador para o restaurante e, quando cheguei lá, parecia que todos haviam parado para me observar. Minha nossa, será que estava tão mal vestida?
Sentei-me numa mesa e fiz meu pedido e, enquanto esperava que ele chegasse, meus olhos pousaram em uma revista em um lixo próximo. Pareci reconhecer a pessoa da capa... O quê?! Era eu mesma que estava lá, na capa da revista.
Corri até o lixo e peguei-a, voltei à minha mesa e li a matéria da capa:



Não podia ser! Fechei meus olhos, extremamente incomodada, e pousei a cabeça nas mãos.
- Não pode ser! – resmunguei baixinho.
- Não pode ser o quê? – respondeu uma voz ao meu lado.
Quando olhei, era Harry Styles que se sentava na minha mesa, comigo, sozinho. Eu estava tão irritada com a notícia que quase gritei no meio do restaurante.

                – Escuta aqui, você não cansa de ficar mandando presentes o dia todo, não?
                – Ah, então você os recebeu? Espero que tenha gostado!
                – Ahhhh! – dessa vez foi um grito.
                Levantei e saí do restaurante, deixando Harry para trás. Pediria serviço de quarto.
                Mais tarde, depois de almoçar sem inconvenientes em meu quarto, comecei a me arrumar para a conferência.
                Quando desci até o saguão, usava uma blusa preta de botões simples, uma saia social e um cinto por cima da blusa. 
Antes de sair do elevador, olhei ao redor para certificar-me de que não havia Harry ou Tom em nenhum lugar.
                Saí, então, e tudo realmente estava tranquilo no hotel. Porém, quando saí para a calçada, uma enxurrada de repórteres ofuscou novamente minha visão com tantos flashes, e eu tive de ser ajudada pelo porteiro do hotel e alguns seguranças para chegar até a minha limusine.
                Quando adentrei o carro, minha cabeça estava tonta de tanto ouvir “E então, como se sente sendo o centro do triângulo amoroso mais comentado do momento?” ou “As mulheres querem saber, qual o segredo para conquistar seus ídolos?” ou ainda absurdas como “Qual dos dois pretendentes mais te agrada fisicamente?”...
Estava tão nervosa que quase não percebi o caminho até o prédio onde ocorreria a conferência. Quando saí, mais flashes e mais perguntas me acompanharam até a entrada, e quando finalmente as portas do edifício se fecharam atrás de mim e as vozes dos repórteres foram abafadas, e eu pensei que tudo estaria calmo, não poderia estar mais errada. O clima durante a conferência foi péssimo, com os políticos e, principalmente, políticas e representantes falando de mim pelas costas e evitando contato visual direto, e poucas pessoas fazendo perguntas ou se dirigindo a mim, ou até parabenizando-me pela recepção do prêmio pelo meu país... Foi horrível.

Mas o que as pessoas pensavam? Que eu era algum tipo de galinha, uma vadia? Será que ninguém percebia que eu não tinha culpa de nada do que acontecia? Por acaso eu era culpada de ter chamado a atenção de duas celebridades, que, ao que parecia, já tinham uma rixa mais antiga do que a disputa por uma mulher?
Por fim, a conferência acabou, e eu pude voltar para o hotel, atordoada por mais flashes.
Para minha sorte, mais uma vez, após passar por repórteres que me interceptaram na entrada do hotel, não havia nenhum dos meus “pretendentes” no saguão. Subi até meu apartamento e afundei a cabeça na cama.
Dormi pensando que aquilo não poderia continuar bem...
E eu estava muitíssimo certa...

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