domingo, 5 de agosto de 2012

Capítulo 16 - Onde estão as estrelas


                Acordei sentindo tudo em volta balançando, como se estivesse em um berço. Olhei ao redor: O compartimento onde eu estava era escuro e frio, e eu conseguia enxergar apenas alguns caixotes em volta de mim e... grades. À minha frente, lados e costas, haviam grades que se projetavam até o teto, como um cela de prisão, fechando o ambiente. Próximo às grades havia luz improvisada, uma lanterna pendurada no teto, ligada. 
Levantei, mas meio segundo depois caí no chão novamente. Estava balançando tanto, e meu ferimento na perna doía, onde será que eu estava?
– Estamos num avião. – Percebi que alguém falara a resposta da pergunta enquanto eu pensava. A voz desconhecida me fez levantar de novo, sobressaltada, e novamente eu caí, dessa vez em cima de algo mais macio que o chão. Percebi que era Harry. Ele ainda estava desmaiado.
– Quem está aí?! – Afastei-me de Harry e procurei a direção de onde havia saído o som.
À minha esquerda, a voz falou novamente:
– Chegue mais perto minha cara. Será que não reconhece a mim?
Com medo, engatinhei para mais perto da grade da esquerda e, com a pouca luz que havia, consegui enxergar um vulto do outro lado. Cheguei cada vez mais perto. As feições do homem apareciam: Os cabelos até os ombros, os olhos e, por fim, a boca inconfundível. Reconheci-o imediatamente: Steven Tyler.
– Steven Tyler?! O que está fazendo aqui?! E onde estamos?! Você não havia desaparec... ido! – Minha expressão mudou-se. De repente, entendi tudo, relembrando também os acontecimentos da... seria noite anterior? Quanto tempo teria apagado?
– Vejo que já percebeu o que aconteceu – Ele continuou. – Garota esperta! Mas não reconheço você como os outros... É artista?
– Não, não so... Outros?!
Ele assentiu e indicou com o dedo a escuridão atrás dele.
– Venham cá! – Exclamou para o escuro.
Então ouvi um barulho nas sombras e vários som de pessoas se arrastando no chão e, de repente, vários rostos conhecidos estavam à minha frente:
– Adele! Barry Gibb! Taylor Swift!!! – Exclamei, sem conseguir me conter. Eram realmente eles?! Sim, eram!
– Olá. – Disseram em uníssono, desanimados.
– Quem é você? – Perguntou o velho Barry, com olhar entristecido.
– Não sou famosa. – respondi de gancho à pergunta de Tyler. – Estou aqui por que fui trazida com ele. Estávamos juntos quando ele foi pego.
– Quem é ele? – A voz que perguntava dessa vez era totalmente desconhecida para mim e vinha da minha direita. Olhei e vi cinco rostos apoiados por entre as grades. Tinham todos pele muito clara e olhos rasgados. De repente, reconheci-os também:
– Oh, meu Deus! Vocês são a boyband SHINee, da Coréia do Sul! – Eles sorriram e balançaram a cabeça.
– Prazer. Taemin.
– MinHo.
– Jonghyun.
– Onew.
– Key.
– Você é a primeira que nos reconhece! – Exclamou um deles, Taemin.
– Eu reconheceria vocês em qualquer lugar! Eu adoro seu trabalho!
– Obrigado. – Responderam todos.
                – Mas, é verdade, voltando à pergunta deles, quem é o rapaz? – Retomou Steven Tyler.
                – Como assim?! – Falou Taylor Swift. – Senhor Tyler, aquele é Harry Styles!
                – Harry Styles? – Perguntou Barry.
                – É. – Confirmei. – Da One Direction. – Eles pareceram compreender.
                – E cadê o resto da banda? – Perguntou Adele.
                – Não sei... Acho que não foram sequestrados.
                – E por que não?
                – Ah, não sei, né...?
                Eles olharam para mim estranhamente, depois para Harry.
                – Pobres, são tão jovens! – disse Barry.
                – Mas o que está havendo aqui, alguém pode me dizer, por favor! – Comecei a ficar brava com o desânimo e a tristeza nos olhos de cada um.
                – Nenhum de nós sabe. Estamos indo rumo ao desconhecido. – Outa voz surgiu por trás de onde estava a bayband coreana, e uma careca brilhante apareceu por entre as grades. Quase engasguei.
                – PITBULL?!!!
                – Na mosca, chica!
                Comecei a raciocinar. O que poderia estar havendo? Estava diante de vários artistas, engaiolados por algum motivo na minha frente!
                Porém, de repente, sentimos uma fortíssima inclinação para baixo. Comecei a escorregar para o outro lado, e acabei rolando por cima de Harry, que pareceu sentir, e acordou.
                Então, soube onde estávamos: Um avião. E estávamos aterrissando.
                Olhei para Harry. Ele estava evidentemente assustado.
                – Onde estamos?! – Gritou. Havia um barulho altíssimo.
                – Num avião! – Gritei de volta.
                – Num o quê?!
                – Num avião! – Forcei mais alto.
                – O quê?! Num caldeirão?! Você está louca?
                Desisti. A inclinação foi diminuindo, e pude sentir as rodas girando pela pista de aterrissagem.
                – Estamos num avião! – Ele disse para mim, à medida em que o barulho foi diminuindo.
                – Não me diga...
                Ele me olhou com uma cara estranha, depois pareceu se lembrar de que estivéramos discutindo e...
                – Peraí! Como vim parar aqui?! – Ele falou absurdado.
                – Estávamos na sacada, discutindo, e então as luzes se apagaram e você levou um dardo no pescoço. Então, dois caras vieram te pegar, e eu lutei com eles, mas acabei levando um raspão de bala na perna e eles me trouxeram junto com você!
                Ele fez um olhar cínico.
                – Vai me dizer que isso é verdade! Tá, cadê o Parker com as câmeras, sei que foi armação de vocês e... – Ele pousou os olhos em minha perna e viu o ferimento relativamente feio. Depois olhou para mim com os olhos arregalados.
                – É verdade?!
                Fiz uma careta de desaprovação, mas não tive tempo – nem precisei – confirmar. O avião já parara e, naquele momento, a porta dele se abriu, com um forte estrondo.

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