sábado, 15 de setembro de 2012

Capítulo 17 - Problemas com o brutamontes


A porta se abriu e uma luz muito clara tomou conta do ambiente, ofuscando a todos nós. Uma voz esganiçada, vinda de uma sombra baixa, ecoou pelo ambiente:
– Hahahahahaha! – Uma risada maléfica, porém esquisita, foi ouvida por todos nós, atônitos.
Ninguém foi capaz de emitir som algum. Duas sombras grandalhonas e mascaradas apareceram em seguida.
Quando as figuras se puseram em frente às grades que nos prendiam, pudemos ver seus rostos. A figura baixa tinha um rosto fino e nariz de batata, e era bem jovem. As outras revelaram homens fortes e sisudos, com as piores expressões que se pode imaginar.
Traziam consigo uma corrente de ferro pesada, com várias trancas para as mãos. O nariz de batata abriu a grade de nossos companheiros coreanos. Um por um, os prenderam. Eles até tentaram resistir, mas eram tão magricelas perto dos grandalhões... Mesmo assim, Onew tentou.
– Você tá pedindo pra levar, né? – E socou a barriga de um deles. No ato, sua mão fez um estalo, e a barriga do “agredido” fez um som metálico.
O grandalhão sorriu:
– Colete a prova de idiotas.
Onew deixou escapulir uma lágrima enquanto as trancas eram fechadas em torno de suas mãos. Ele não conseguia mexer a direita.
Tyler, Gibb, Adele, Swift e Pitbull foram presos sem empreender resistência. Os grandalhões então chegaram a mim e Harry.
Harry tentou se esquivar, mas foi rapidamente pego. Eu me encostei à grade, sem saber o que fazer. Quando o grandalhão se aproximou de mim, eu pisei em seu pé com meu salto, o mais forte que pude.
O salto agulha perfurou o couro fino de suas botas e enfincou-se em seu pé, causando um grande – e oportuno – estrago. Ele se contorceu de dor, enquanto eu saí correndo rumo à porta de saída da cela. Mas havia o outro brutamonte – e dele não consegui escapar, Fui pega e presa como os outros.
O machucado precisou de um tempo para voltar à realidade, e parecia tonto e desnorteado com a dor. Porém, depois de alguns segundos, sua dor se transformou em fúria:
– Sua Maldita! Você, você perfurou meu pé – e me arrancou dos braços de seu colega, levantando meio metro acima do chão – e eu me considerava uma pessoa alta (1,71 mais o salto agulha) – Você vai pagar pelo que fez – ele cuspia em meu rosto, rosnando como um pitbull enraivecido.
Ele ia fazer alguma coisa, quando a figura pequena de voz esganiçada o interrompeu.
– Não, Brutus! Tranquilize-se. Deixe, que o mestre saberá exatamente como tratar dessa aí. Afinal, por que trouxeram ela?
O outro brutamonte respondeu:
– Ela estava com o garoto. Ia escapar e nos delatar. Poderíamos ter sido pegos se ela o conseguisse.
– Por que não a mataram?
– Ela atirou longe a nossa arma. Foi o modo mais rápido de sair dali, levando-a junto.
– Está bem, está bem, o mestre certamente irá tratar dela com a devida cordialidade que merece. Solte-a, Brutus.
Brutus lançou um olhar ao jovem que o fez estremecer. Em seguida, me encarou com olhos de peixe morto e, emitindo o que pareceu um rosnado baixo, colocou-me no chão e prendeu minhas mãos na corrente. Em seguida, mancando, ele conduziu a nós para fora do avião onde estávamos.
A luz nos inundou novamente, fazendo com que os olhos de todos se fechassem momentaneamente.
A claridade era tão forte, que poderia ter pensado que estava no céu, claro, se não fossem as circunstâncias e o que Brutus cochichou em seguida:
“– Bem-vindos ao inferno.”


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