A porta se
abriu e uma luz muito clara tomou conta do ambiente, ofuscando a todos nós. Uma
voz esganiçada, vinda de uma sombra baixa, ecoou pelo ambiente:
–
Hahahahahaha! – Uma risada maléfica, porém esquisita, foi ouvida por todos nós,
atônitos.
Ninguém foi
capaz de emitir som algum. Duas sombras grandalhonas e mascaradas apareceram em
seguida.
Quando as
figuras se puseram em frente às grades que nos prendiam, pudemos ver seus
rostos. A figura baixa tinha um rosto fino e nariz de batata, e era bem jovem.
As outras revelaram homens fortes e sisudos, com as piores expressões que se
pode imaginar.
Traziam
consigo uma corrente de ferro pesada, com várias trancas para as mãos. O nariz
de batata abriu a grade de nossos companheiros coreanos. Um por um, os
prenderam. Eles até tentaram resistir, mas eram tão magricelas perto dos
grandalhões... Mesmo assim, Onew tentou.
– Você tá
pedindo pra levar, né? – E socou a barriga de um deles. No ato, sua mão fez um
estalo, e a barriga do “agredido” fez um som metálico.
O grandalhão
sorriu:
– Colete a
prova de idiotas.
Onew deixou
escapulir uma lágrima enquanto as trancas eram fechadas em torno de suas mãos.
Ele não conseguia mexer a direita.
Tyler, Gibb,
Adele, Swift e Pitbull foram presos sem empreender resistência. Os grandalhões
então chegaram a mim e Harry.
Harry tentou
se esquivar, mas foi rapidamente pego. Eu me encostei à grade, sem saber o que
fazer. Quando o grandalhão se aproximou de mim, eu pisei em seu pé com meu
salto, o mais forte que pude.
O salto agulha
perfurou o couro fino de suas botas e enfincou-se em seu pé, causando um grande
– e oportuno – estrago. Ele se contorceu de dor, enquanto eu saí correndo rumo
à porta de saída da cela. Mas havia o outro brutamonte – e dele não consegui
escapar, Fui pega e presa como os outros.
O machucado
precisou de um tempo para voltar à realidade, e parecia tonto e desnorteado com
a dor. Porém, depois de alguns segundos, sua dor se transformou em fúria:
– Sua Maldita!
Você, você perfurou meu pé – e me arrancou dos braços de seu colega, levantando
meio metro acima do chão – e eu me considerava uma pessoa alta (1,71 mais o
salto agulha) – Você vai pagar pelo que fez – ele cuspia em meu rosto, rosnando
como um pitbull enraivecido.
Ele ia fazer
alguma coisa, quando a figura pequena de voz esganiçada o interrompeu.
– Não, Brutus!
Tranquilize-se. Deixe, que o mestre saberá exatamente como tratar dessa aí.
Afinal, por que trouxeram ela?
O outro
brutamonte respondeu:
– Ela estava
com o garoto. Ia escapar e nos delatar. Poderíamos ter sido pegos se ela o
conseguisse.
– Por que não
a mataram?
– Ela atirou
longe a nossa arma. Foi o modo mais rápido de sair dali, levando-a junto.
– Está bem,
está bem, o mestre certamente irá tratar dela com a devida cordialidade que
merece. Solte-a, Brutus.
Brutus lançou
um olhar ao jovem que o fez estremecer. Em seguida, me encarou com olhos de
peixe morto e, emitindo o que pareceu um rosnado baixo, colocou-me no chão e
prendeu minhas mãos na corrente. Em seguida, mancando, ele conduziu a nós para
fora do avião onde estávamos.
A luz nos inundou
novamente, fazendo com que os olhos de todos se fechassem momentaneamente.
A claridade
era tão forte, que poderia ter pensado que estava no céu, claro, se não fossem
as circunstâncias e o que Brutus cochichou em seguida:
“– Bem-vindos
ao inferno.”
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