segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cápítulo 22 - O caminho pela fossa

            Eu on.
             
            Pitbull fora o primeiro a descer, seguido por Barry e Steven, Adele e os cinco sul-coreanos. Faltavam apenas eu, Harry e Tayor descermos.
Harry desceu e eu seria a próxima, mas ele negou me ajudar a pular. Quem fez a gentileza foi MinHo.
– Me dê sua mão. – Ele falou sorrindo. – Eu te ajudo.
– Obrigada. – Falei e, em seguida, pulei, ele pegando meu corpo antes que este caísse na água suja. – Você é muito gentil.
– Não há de que milady. – Ele sorriu. Acho que eu corei.

Harry on.
“Ah, não! Tá de brincadeira, né? Que pegada pra descer pro esgoto foi essa? Acho que ela tá ficando vermelha. Ela só pode estar querendo fazer ciúmes em mim, só pode ser. Então tá, eu retribuo a gentileza...”.

Eu on.
Não fiquei apenas surpresa, mas com muita, muita raiva, quando Harry ajudou Taylor Swift a descer, delicadamente.
– Ah, obrigada Harry! – Ela murmurou com sua voz meiga, que pareceu repentinamente muito irritante para mim.
– Uma flor como você deve tomar cuidado para não murchar, Taylor! – O quê?!!! Que era aquilo? Argh! Eca! Ou era a pior cantada da face da terra ou o cara mais meloso do mundo tinha encarnado no corpo de Harry Styles. Que despeito! Que falta de ética para comigo! Ele era falso, um falso grande, gigante! E, ai! Ai! Ai! AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Depois de reorganizar meus pensamentos – o que levou cerca de meio segundo – e abafar minha crise de raiva, voltei-me para meus companheiros e disse:
– Bom, vamos logo, eles já devem ter percebido que estava tendo uma festa no banheiro, não é mesmo?
Todos concordaram, tapando os narizes. E com razão. O cheiro era horrível! Mas, se aquele era o cheiro da nossa liberdade, então faríamos questão de senti-lo profundamente.
Aquela era certamente a fossa que conduzia os dejetos – ugh! – para algum lugar. Bom, buscaríamos este lugar, por isso começamos a seguir o curso dos dejetos. Havia várias entradas diferentes, como um labirinto, e isso me preocupou um pouco. Poderíamos nos perder.
Esqueci completamente dessa questão quando encostei a mão na parede de alumínio. Seria apenas isso? Alumínio? Bom, não importava.
– Ahhhh! – Um grito agudo foi escutado
– Shhhhh! – Viramo-nos todos na direção do grito, e descobrimos Taylor Swift, ao lado de Harry e Key.
– Que foi? – Ela respondeu. – Não fui eu.
– Se não foi você, então quem foi? – Perguntou Adele.
– Não olha pra mim... – falou Harry. – É o Louis que grita como mulherzinha, não eu.
Então só sobrara...
– Er... Não fui... Eu... Não... – Falou Key. – Ah, tá, desculpa, é que um rato passou do meu lado! Será que é tão difícil entender um homem assustado?!
– Um homem? – Soltou Harry baixinho.
– Antes um homem que grita como mulherzinha, mas é fiel aos amigos e às pessoas que ama e estima, do que um homem que não sabe nem mesmo tratar as mulheres que põe em enrascadas com o respeito que deveriam. – Defendeu-se Key. Risinhos baixos foram escutados. Sabe, desde aquele momento, me tornei uma grandíssima admiradora de Key.
– Vamos, já perdemos muito tempo, eles já devem estar vindo verificar onde estamos.
Começamos a seguir em frente, Pitbull na fronte do grupo. O cheiro ia se intensificando até ficar cada vez mais insuportável, mas todos nós prosseguíamos com vigor, dobrando as bifurcações dos corredores. O ambiente era muito escuro, e não conseguiríamos ver nada se Onew não estivesse usando uma camiseta pink e fosforecente.
Fazia cerca de sete minutos que havíamos andado quando ouvimos um estampido ao longe. Certamente alguém desconfiara ao ver todos entrando no banheiro. Se não acelerássemos eles com certeza estariam em nosso encalço em pouco tempo.
– Vamos! – Falei baixinho. – Rápido!
Apressamo-nos pelo escuro, tentando fazer o menor barulho possível, mas a cada passo a água jorrava para os lados e parecia quase impossível não emitir algum som.
Estava ficando preocupada, sentia a aproximação deles. Estávamos indo mais rápido, era verdade, mas será...
NHEEEEEECCCCC...
Todos paramos repentinamente. Aquele era o barulho do alumínio sobre o qual estávamos pisando. Pelo jeito, não era muito bom o peso que estávamos fazendo sobre ele. Mas deveria ter algo embaixo, não? Concreto? Ou será que estávamos passando por cima de um local aberto?
Conversamos muito baixo e resolvemos nos dividir, de dois em dois, continuar andando, cada dupla a um metro e meio de distância da outra. Continuamos assim, e parece que o peso ficou mas equilibrado... Só ficava mais difícil enxergar a camiseta de Onew à frente...
– Ai! – Bati em MinHo, que parara repentinamente.
Harry bateu em mim em seguida, e xingou logo:
– Por que paramos?!
– Eu não sei! – Respondi, no mesmo tom nervoso que ele respondera, impaciente.
– Shhhh! – Falou Steven um pouco mais à frente.
A princípio eu não entendera o que ele queria dizer. Mas, olhando um pouco para o alto, eu entendi.
Uma luz fraca pairava, caminhando para frente, no corredor perpendicular ao nosso. Ela chegava perto, e mais perto. Os sul-coreanos, Barry e Steven fizeram um círculo em volta de Onew, para escondê-lo – ou melhor, esconder suas vestes.
Oh, não! Eles tinham uma lanterna!
Aos sussurros, Adele falou:
– Vamos voltando, bem devagar, sem fazer barulho.
Assim o fizemos.
Eram dois homens, talvez fossem Brutus e Tvailler. Para nossa sorte, eles conversavam, e o eco que produziam suas vozes abafava os nossos passos.
NHEEEEEEEEEEECCCCC...
Estávamos voltando a ficar muito próximos uns dos outros, mas tivemos de parar. A luz estava quase dobrando à direita, para o corredor onde estávamos.
Silenciosos, nós rezávamos para não sermos vistos.
– Que nojo! Essa fossa é muito nojenta, Brutus...
– É claro que é, Tvailler! É uma fossa, o que você esperava? Pelo menos não corre o risco de pegar uma infecção, com um machucado feio que nem o meu no pé. Maldita... Assim que o chefe tirar os talentos dos outros, ela ficará à nossa mercê, para fazermos o que quisermos com ela...
– Hummm... Ela é bem bonita mesmo...
– Não é isso Tvailler! Não a vejo com nenhum pingo de malícia. O único desejo que tenho em relação a ela é de agarrar seu pescoço e torcê-lo bem devagar, pra ela sentir demoradamente o sabor da morte e da minha vingança... hehehe...
Engoli em seco, e mais uma vez meus pensamentos imploraram que eles não nos vissem, que passassem reto, pois era nossa única esperança.
Mas não foi isso que aconteceu.
Eles viraram à direita.
E a luz fraca iluminou nosso grupo.
Depois disso, tudo foi um fuzuê. Todos começamos a correr na direção oposta, mas Tvailer e Brutus eram rápidos, e logo alcançaram e agarraram Pitbull, Barry e Steven, que estavam à frente.
Nenhum de nós era covarde. Por isso, todos voltamos e começamos a bater nos dois brutamontes.
A raiva, a sujeira, os tapas, os pulos, a bagunça eram gerais. Descalcei novamente meu salto – ou, novamente, o que restara dele – E bati em Brutus, conseguindo certamente deixar alguns hematomas em suas costas.
Ao ver-me como sua agressora, ele esqueceu-se do resto. Soltou Pitbull e avançou para mim, num ataque de cólera.
Caímos os dois, eu embaixo, e ele em cima de mim, segurando com força meu pescoço.
– Você verá, sua vaca! Agora vai morrer! Ninguém mexe com Brutus Segundo, ninguém!
Senti o peso dele contra o meu corpo e, pior, o aperto de suas mãos em meu pescoço. Bom, era isso. Era o meu fim. Vivera uma vida curta, mas feliz. Comecei a agradecer a meu bom Deus pelas oportunidades que ele me oferecera e a relembrar cada momento de minha vida, antes da minha morte.
– Não! – Ouvi MinHo dizer. E senti um peso maior em cima de mim. E ele foi aumentando. Os sul-coreanos pularam em cima de Brutus, e estavam batendo nele com força. Sei que queriam me ajudar, mas eu sentia que, se não morresse sufocada, morreria esmagada.
NHEEEEEEEEECCCCC!
Novamente aquele som. Será que seria o último som que eu ouviria antes de minha morte iminente?
NHEEEEEEEECCCCC!
É, certamente seria.
NHEEEEEEEEEEECCCCC!
Ou não.
Senti o “chão” de alumínio dobrar-se às minhas costas. Brutus pareceu reparar também, pois seu aperto se afrouxou, e ele começou a olhar para os lados.
Respirei aliviada quando senti o aperto se liberar totalmente de meu pescoço, enquanto Brutus se levantava rapidamente ao perceber o que iria acontecer.
Mas era tarde demais.
A superfície de alumínio cedeu aos pés de Brutus, e todos nós caímos.

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