quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Capítulo 25 - O Fim de Tudo



Eu on.

Fomos todos arrastados por vários corredores em direção a tal sala de água. Quando chegamos até ela, Tvailler abriu uma pesada porta de metal com uma janelinha de vidro na altura de uma cabeça normal. Reparei que era vidro blindado. Ao lado da porta, havia um painel eletrônico cheio de botões. Talvez aquela fosse mais uma invenção de Eusébio. E eu não estava gostando nadinha.
Através da porta aberta, pude ver o espaço. Era apenas mais uma sala, toda pintada de branco, mas sem móvel algum. E a outra diferença era que o teto era totalmente gradeado.
Tvailler me empurrou com força e eu me estatelei no chão. Atrás de mim, ele fechou a porta e trancou-a.
Corri até a janelinha e vi Tvailler apertando uma série de botões.
Adele, Steven, Barry, Taylor, Pitbull, os cinco sul-coreanos e Harry ainda estavam lá, presos por outros grandalhões, me observando.
Fitei os olhos de Harry, ainda com medo do que me aguardava. Ele retribuiu o olhar, mas era um olhar estranho. Não consegui identificar os sentimentos presentes naqueles olhos.
De repente, Tvailler terminou de apertar os botões e eu ouvi um barulho.
Me virei e olhei para cima. Havia um outro teto sobre o teto gradeado, que se dividiu em dois.
De repente, lá de cima, uma penca da água começou a cair e a preencher o espaço da sala, não muito largo.
Paralisei-me por um segundo ao entender o que iria acontecer: Eles iam me afogar! Aquela sala iria encher até a borda e eu não teria escapatória. Morreria afogada.
Senti muito mais do que medo e, desorientada, me virei novamente para a janelinha e grudei meu rosto nela, desperada, já molhada e com água nos calcanhares.
Todos os artistas estavam boquiabertos, e Adele e Barry choravam de tristeza e descomsolo.
Puxa! Tínhamos quase conseguido! Num momento estávamos na busca incerta por uma saída, mas esperançosos, e agora estávamos mais uma vez diante do inevitável.
Olhei para Harry e meu coração parou. Uma lágrima estava caindo de seus olhos. Ele estava mais boquiaberto do que os outros.
De repente, um movimento inesperado. Ele se desvencilhou do brutamontes que o segurava e também colou seu rosto à janelinha, gritando e chorando alguma coisa que eu não conseguia ouvir. Não tive reação a não ser gritar de tristeza, medo e desespero quando o arrastaram para longe, junto com os outros.
Àquela altura a água já alcançava meus joelhos e eu simplesmente me encostei na parede à chorar.

Harry on.
Quando vi o que ia acontecer a ela, não suportei. Seu rosto expressava, ao invés da seriedade e intelectualidade normais, medo, aflição e desespero. E não era para menos. Ela ia morrer. Afogada. E por minha causa.
Não aguentei. Tinha de dizer a ela o que sentia de verdade. Era o mínimo que poderia fazer por tê-la metido naquela enrascada. Não importavam as mágoas. Não importava mais tentar fazer ciúme nela com a Taylor – de quem eu nunca gostara de verdade. Era tarde demais para me redimir.
Dei uma forte cotovelada na barriga do homem que me segurava e corri em direção à janelinha que emoldurava o rosto dela.
– Me desculpe! – Gritei. – Me desculpe por tudo! Eu... Eu te amo! – E comecei a chorar, porque sabia que ela iria embora para sempre, e por que percebi que ela nem ao menos conseguia ouvir minhas últimas – e mais importantes – palavras para ela. Eu soube naquele momento que o sentimento de culpa me atormentaria para o resto da vida.
Senti alguém me puxando para longe. Para longe do rosto dela.
– Não! – Gritei. – Não!!!
Mas já era tarde demais.

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