quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Capítulo 26 - A sala de vidro



Harry on.
Fomos levados ao longo de outros vários corredores até chegarmos a um espaço aberto, com uma sala no meio. Para explicar melhor, era uma sala dentro de uma sala.
A sala do centro da sala estava rodeada por vários guardas, todos armados. Ela era pequena, e não era feita inteiramente de paredes nuas. A certa altura, havia uma abertura com um vidro – como uma janela – bem grande. Cada parede possuía uma “janela” de vidro.
Fomos empurrados para dentro dela, passando por uma porta de metal, e lá fomos trancados.
Os guardas podiam nos ver, o que tirava toda a nossa privacidade e chances de escapar. Para piorar, a sala era pequena e os vidros pareciam ser temperados, ou seja, bem difíceis de quebrar. Não havia um único móvel sequer.
Era certamente a sala de vidro. Entendi de repente porque Eusébio nos mandara para lá.
Todos nós estávamos desolados e tristes. Adele se sentou e começou a chorar, bem alto. Fiquei com medo e triste por ela. Aquela situação era muito estressante e poderia fazer mal para seu bebê. Mas o que podíamos fazer a respeito?
– Ela foi muito corajosa. – Começou Barry. – Era jovem, mas muito determinada. Sentirei falta dela. É uma pena.
– Sem dúvida alguma, ela se esforçou muito para ajudar, e agora está pagando o preço... Por nossa culpa... Ela não tinha nada com isso, só queria ajudar... – Falou com sua voz rouca Pitbull.
Taylor se aproximou de mim e agarrou meu braço. Me desvencilhei dela automaticamente. Já bastava de mentiras. Eu não iria fingir que gostava de Taylor. Era melhor para nós dois. Ela pareceu se chatear e foi para um canto.
Ficamos assim, num estado de espírito deplorável e recheados de culpa por um tempo.
– Se a menos houvesse um jeito de quebrar esse vidro... – Resmungou MinHo.
– Idiota – respondi a ele – Mesmo que conseguíssemos quebrar o vidro, nunca passaríamos pelos guardas, imbecil. – Eu sei, fui grosso, mas eu não gostava daquele cara e não estava de bom humor.
– Qual é o seu problema, hein? – ele se levantou do canto onde estava sentado e caminhou até mim. Começou a elevar sua voz. – Tenho notado sua antipatia com relação a mim! É por causa dela? Que eu saiba, você estava dando um gelo nela com a Swift ali até pouco tempo antes de você dizer que a amava lá atrás!
– O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta! Você não tinha que se meter com ela!
– Olha, não vi seu nome escrito na testa dela, e pelo seu comportamento pensei que se odiassem! Não tive culpa! Mas você é um idiota por deixar isso acontecer, por que você, por algum motivo, trouxe-a para cá e ainda estava maltratando-a, mesmo depois de tudo o que ela fez pra ajudar! Ela vai morrer, e vai morrer triste, por sei que vocês tiveram algo no passado, pelo que pude perceber, e a culpa é sua!
Aquilo foi como enfiar uma estaca no meu coração, mas ele estava certo, em parte. Mesmo assim, eu não ia deixar barato.
Avancei para cima dele e começamos a brigar. Foram golpes feios até Pitbull e Steven tentarem nos separar, mas nada tirava a minha raiva daquele sul-coreano metido a besta. Os seus amigos coreanos também tentaram apartar a briga, mas eu tirava forças do confins do meu ser, percebendo pela primeira vez como o ódio podia deixar alguém forte, e pensei que não pararia por nada naquele mundo...
Até ouvir o grito que me fez parar...

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