quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Capítulo 30 - Vida

Eu on

                Meu corpo ficou pesado de repente e eu senti a consciência se esvaindo dele. Meu peso se apoiou totalmente na parte de cima da tampa de metal.
                Então, era o fim? Quer dizer, tantas vezes eu escapara da morte! Mas, o que realmente me deixava triste daquele jeito que estava era o fato de que jamais veria minha família novamente... Ou Harry.
                Eu fora uma tola. Não deveria ter resistido tanto a ele. Talvez nada disso tivesse acontecido comigo se eu resolvesse dar uma chance a Harry mais cedo. Mas a vida nem sempre é como a gente quer e não dá para mudar o passado, por isso pensei nos momentos bons que, pelo menos, havíamos passado juntos desde que eu conhecera Harry. O almoço e a tarde na casa de vovó Horan, o restaurante, a expectativa para o baile, o café da manhã com ele e os garotos... Todos os momentos que passaram até Harry se enfurecer comigo, por algum motivo que eu não conhecia. Mas depois, quando me trancaram na sala em que estava, ele reagiu por mim... Tentou falar comigo... E algo em sua expressão me dizia que ele ainda gostava de mim...
                Isso bastou para me reconfortar e eu sorri no meu leito de morte.
                O que aconteceu em seguida foi muito rápido:
                Senti que a tampa da tubulação cedeu ao meu peso, como um quadro preso por apenas um dos lados, indo para a esquerda, ainda presa por um único parafuso, mas abrindo passagem.
 Meu corpo e a água presentes acima daquele nível aberto começaram a preencher aquele novo espaço vazio, e em cerca de segundos eu estava dentro da tubulação, respirando ar novamente.
                Respirei ávida e ofegantemente, e meus pulmões receberam ar com dor, mas com prazer ao mesmo tempo. A água se espalhara pelos túneis intermináveis da tubulação e, apesar de toda molhada, nunca havia me sentido tão feliz na vida.
                Fiquei deitada alguns momentos, e rezei, agradecendo pela vida. Tantas vezes eu estive diante da morte... E tantas vezes eu escapara.
                Foi por isso que eu acreditei que estava lá por um motivo. Eu iria salvar todos aqueles artistas. Porque eu não era uma garota qualquer. Não, eu realmente não era uma garota qualquer.
                Eu era uma diplomata brasileira em missão internacional.
                E não só a minha vida e a de alguns dos maiores artistas do mundo estavam jogo. A dele também. A de meu amado.
                E se não estava fazendo aquilo por mim... Estava fazendo por Harry.

2 comentários:

  1. Continua está muito DIVO .. Leitora nova. Sò vim comentae agora .. Sorry :) . Adoro o jeito que escreve :) Continua por favoor está quase matando de curiosidade :)
    xxAnaRaquel

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  2. Obrigada Ana, acho que estou ficando vermelha. Vou postar mais em breve, prometo. Estou escrevendo o mais depressa que posso. :)

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