Harry
on.
–
O bebê vai nascer! Vai nascer! – Gritava Adele entre gemidos e lufadas de ar.
Assustado,
grudei meu rosto numa janela e gritei para o guarda mais próximo, acima dos
gritos de Adele:
–
Socorro! Ajude! O bebê dela vai nascer a qualquer segundo! Não está ouvindo?
A
janela estava começava no nível da minha barriga, por isso, com Adele sentada,
os guardas não podiam ver o que estava acontecendo por fora. Provavelmente
acharam que eram gritos de terror ou de medo, ou de desespero, e por isso não
pareciam ter se importado. O guarda a quem me dirigi, contudo, me ouviu e
compreendeu, o que comprovou que os vidros não eram assim tão grossos ou
blindados, como eu constatara.
Ele
se aproximou da janela e, quando olhou para baixo, vi seus olhos se
arregalando.
Sem
saber o que fazer, ele olhou para mim, confuso.
–
Vá buscar ajuda imbecil! Agora! – gritei para ele, irritado e impaciente diante
de sua ignorância.
Ele chamou um
colega, avisou a situação aos outros, que já estavam curiosos diante dos gritos
de Adele e de nossas expressões de susto, e saiu da sala para buscar ajuda. Ou
pelo menos eu achava que era para buscar ajuda.
Senti ainda
mais dor quando percebi que, se ela
estivesse conosco, saberia o que fazer em uma situação daquelas. Mas como ela
fazia falta, em todos os momentos! Uma lágrima correu por meus olhos quando me
lembrei de que ela iria morrer. Será que já estaria morta a esta altura? A dor
se espalhou por meu peito, mas, mesmo que aquilo me dilacerasse por dentro,
naquele momento não havia o que fazer por ela. Tinha de concentrar em salvar
outra vida. Outras duas vidas. Era o que ela faria. Era o que gostaria que
fizéssemos.
Uma vez dado o
aviso, corri até Adele novamente e aparei-a com os braços em suas costas.
– O que
fazemos?! – Perguntei.
– Não sabemos!
– Falou Barry.
– Não sabemos
fazer um parto! – Steven estava desesperado. – Taylor, você é mulher, sabe de
alguma coisa que possamos fazer?!
Taylor
balançou a cabeça negativamente.
– Nunca tive
filhos! – falou. – E sinto náuseas só de ver sangue!
– Temos que
fazer alguma coisa rápido, não sabemos quando eles vão voltar, e muito menos se
vão voltar com médicos! – Falou exasperado Pitbull.
Os
sul-coreanos também estavam de mãos atadas. Até que um deles tomou fôlego e se
aproximou.
– Eu faço
isso. – Era Key. Ele estava com o olhar determinado e fixo em Adele.
Todos olhamos
para ele perplexos, inclusive seus companheiros de banda.
– Você?! – Falou
Jonghyun. – Você nunca fez partos!
– Mas já
assisti a muitos deles na TV, ora! – Ele replicou.
– Não, você
não vai saber o que fazer! – Tentou argumentar Onew, apoiado por MinHo.
– Key, você
não consegue! – Dessa vez era Taemin.
– EU VOU FAZER
ISSO PORQUE SOU O ÚNICO QUE ACHO QUE TEM ALGUMA MÍNIMA NOÇÃO DO QUE FAZER E
VOCÊS TÃO AÍ PARADOS COM CARA DE BOCÓS E EU NÃO AGUENTO MAIS! ALGUÉM TEM ALGUMA
OBJEÇÃO EM VISTA DE QUE SÓ EU JÁ ASSISTI A PARTOS NA TV E ACREDITO QUE POSSA
FAZER ALGUMA COISA? SOU EU OU NINGUÉM!
Diante
daquela declaração, concordamos com Key, engolindo em seco. Mesmo que ele não
fosse médico ou jamais tivesse feito partos, como ele dissera, era o único que
poderia ter ao menos uma noção do que fazer, pelo que assistira na TV.
–
Alguém tem algo contra esse casament... quer dizer, contra eu fazer este parto?
– MinHo pôs a cabeça entre as mãos, envergonhado do comentário do amigo, mas
nenhum de nós tinha objeção.
Então,
vendo que todos nós concordávamos, ele ergueu o queixo e começou a falar, um
pouco rápido demais até.
–
Jonghyun, tire sua camisa, nós a usaremos para enrolar o bebê, fique do meu
lado o tempo todo. Harry, Steven e Barry, vocês vão levar Adele até a parede e
dois de vocês vão segurá-la pelos dois lados. Taemin, cronometre os tempos das
contrações.
–
E como eu vou saber quando ela tem contrações?!
Adele
gritou.
–
Ouviu isso? – continuou Key. – Cada vez que ela gritar é uma contração. Swift,
vá para um canto e tente não desmaiar, você já está ficando pálida. MinHo, Onew
e Pitbull, fiquem à minha disposição. Vamos, o que estão esperando?! Isso é
real, não um filme!
Fizemos
o que ele pediu. Me senti um pouco mais calmo, na medida do possível. Ele parecia
saber o que estava fazendo.
Eu
só esperava realmente que ele soubesse.
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