sábado, 29 de dezembro de 2012

Capítulo 33 - Assumindo o controle



                Harry on.
                – O bebê vai nascer! Vai nascer! – Gritava Adele entre gemidos e lufadas de ar.
                Assustado, grudei meu rosto numa janela e gritei para o guarda mais próximo, acima dos gritos de Adele:
                – Socorro! Ajude! O bebê dela vai nascer a qualquer segundo! Não está ouvindo?
                A janela estava começava no nível da minha barriga, por isso, com Adele sentada, os guardas não podiam ver o que estava acontecendo por fora. Provavelmente acharam que eram gritos de terror ou de medo, ou de desespero, e por isso não pareciam ter se importado. O guarda a quem me dirigi, contudo, me ouviu e compreendeu, o que comprovou que os vidros não eram assim tão grossos ou blindados, como eu constatara.
                Ele se aproximou da janela e, quando olhou para baixo, vi seus olhos se arregalando.
                Sem saber o que fazer, ele olhou para mim, confuso.
                – Vá buscar ajuda imbecil! Agora! – gritei para ele, irritado e impaciente diante de sua ignorância.
Ele chamou um colega, avisou a situação aos outros, que já estavam curiosos diante dos gritos de Adele e de nossas expressões de susto, e saiu da sala para buscar ajuda. Ou pelo menos eu achava que era para buscar ajuda.
Senti ainda mais dor quando percebi que, se ela estivesse conosco, saberia o que fazer em uma situação daquelas. Mas como ela fazia falta, em todos os momentos! Uma lágrima correu por meus olhos quando me lembrei de que ela iria morrer. Será que já estaria morta a esta altura? A dor se espalhou por meu peito, mas, mesmo que aquilo me dilacerasse por dentro, naquele momento não havia o que fazer por ela. Tinha de concentrar em salvar outra vida. Outras duas vidas. Era o que ela faria. Era o que gostaria que fizéssemos.
Uma vez dado o aviso, corri até Adele novamente e aparei-a com os braços em suas costas.
– O que fazemos?! – Perguntei.
– Não sabemos! – Falou Barry.
– Não sabemos fazer um parto! – Steven estava desesperado. – Taylor, você é mulher, sabe de alguma coisa que possamos fazer?!
Taylor balançou a cabeça negativamente.
– Nunca tive filhos! – falou. – E sinto náuseas só de ver sangue!
– Temos que fazer alguma coisa rápido, não sabemos quando eles vão voltar, e muito menos se vão voltar com médicos! – Falou exasperado Pitbull.
Os sul-coreanos também estavam de mãos atadas. Até que um deles tomou fôlego e se aproximou.
– Eu faço isso. – Era Key. Ele estava com o olhar determinado e fixo em Adele.
Todos olhamos para ele perplexos, inclusive seus companheiros de banda.
– Você?! – Falou Jonghyun. – Você nunca fez partos!
– Mas já assisti a muitos deles na TV, ora! – Ele replicou.
– Não, você não vai saber o que fazer! – Tentou argumentar Onew, apoiado por MinHo.
– Key, você não consegue! – Dessa vez era Taemin.
– EU VOU FAZER ISSO PORQUE SOU O ÚNICO QUE ACHO QUE TEM ALGUMA MÍNIMA NOÇÃO DO QUE FAZER E VOCÊS TÃO AÍ PARADOS COM CARA DE BOCÓS E EU NÃO AGUENTO MAIS! ALGUÉM TEM ALGUMA OBJEÇÃO EM VISTA DE QUE SÓ EU JÁ ASSISTI A PARTOS NA TV E ACREDITO QUE POSSA FAZER ALGUMA COISA? SOU EU OU NINGUÉM!
                Diante daquela declaração, concordamos com Key, engolindo em seco. Mesmo que ele não fosse médico ou jamais tivesse feito partos, como ele dissera, era o único que poderia ter ao menos uma noção do que fazer, pelo que assistira na TV.
                – Alguém tem algo contra esse casament... quer dizer, contra eu fazer este parto? – MinHo pôs a cabeça entre as mãos, envergonhado do comentário do amigo, mas nenhum de nós tinha objeção.
                Então, vendo que todos nós concordávamos, ele ergueu o queixo e começou a falar, um pouco rápido demais até.
                – Jonghyun, tire sua camisa, nós a usaremos para enrolar o bebê, fique do meu lado o tempo todo. Harry, Steven e Barry, vocês vão levar Adele até a parede e dois de vocês vão segurá-la pelos dois lados. Taemin, cronometre os tempos das contrações.
                – E como eu vou saber quando ela tem contrações?!
                Adele gritou.
                – Ouviu isso? – continuou Key. – Cada vez que ela gritar é uma contração. Swift, vá para um canto e tente não desmaiar, você já está ficando pálida. MinHo, Onew e Pitbull, fiquem à minha disposição. Vamos, o que estão esperando?! Isso é real, não um filme!
                Fizemos o que ele pediu. Me senti um pouco mais calmo, na medida do possível. Ele parecia saber o que estava fazendo.
                Eu só esperava realmente que ele soubesse.

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