segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Capítulo 37 - Um cantorzinho pop mimado que não sabe ficar quieto um segundo ou obedecer a ordens



Louis on.
                – Bom, pelo menos não aconteceu nada de ruim, não é mesmo? – falei, mas parecia não ter convencido C e E com meu sorriso.
                Deixe-me explicar. Acontece que o botão vermelho que eu apertei era, na verdade, o botão que transformava o jato em um submarino – ultratecnologia, não? – mas elas ficaram realmente nervosas porque acabamos indo junto com elas – pelo jeito, C e E iam nos deixar em algum lugar em terra firme antes de sair em missão.
                Elas não puderam voltar, porque os botões que eu fiquei apertando deram uma pane no piloto automático, e ele só voltaria ao normal quando nós chegássemos ao nosso destino.
                Apesar das caras de bravas delas, eu não me importei. Estava fascinado por estar em um submarino. Eu me metera em uma baita aventura!
                No entanto, Niall não parecia estar tão fascinado como eu, Zayn e Liam. Ele estava largado em uma cadeira fazendo carinho em seu estômago e resmungando de cinco em cinco minutos: “Eu tô com fome...”, “quero comer”, “Louis, isso é tudo culpa sua, se eu morrer de fome eu destruo todas as cenouras do mundo e assombro o Kevin pelo resto da vida dele”... Hunf... Mal-humorado.
                Àquela altura eu já havia descoberto que estávamos na Itália. Estava inquieto, e a sensação de adrenalina era forte em meu corpo. Contudo, o que eu mais queria fazer era abraçar meu amigo novamente. Dizer-lhe o quanto eu sentira sua falta. E depois, contar a verdade para ele. Sobre a diplomata e o Parker... Quer dizer, isso se ele estivesse vivo...
                Engoli em seco e afastei o pensamento da minha cabeça. Não, isso não. Por mais que eu não soubesse por que Harry e a “Dama do Elevador” tivessem sido sequestrados, eu me negava a pensar que estivessem mortos... Não poderiam estar...
                Meus pensamentos foram esquecidos quando uma voz de mulher meio eletrônica ecoou pelo avião:
                “Chegamos ao nosso destino”.
                Quando ouvi isso, instintivamente olhei para as janelas da sala de controle.
                E minha boca se escancarou.
                À minha frente se erguia o que eu diria a maior fortaleza aquática que eu já vira. Era enorme e parecia muito bem protegida. Deveria ter uns vinte e três metros de altura.
                – Nossa! Cara!!! – não consegui me conter.
                Senti o avião-submarino parar. Quando olhei pela janela, vi que havíamos atracado em uma rocha.
                Olhei para o lado, e vi C e E vestidas com roupas de mergulho.
                – Ondes vocês vão?! – Perguntou Liam.
                – Nós vamos para lá – disse C disse apontando a fortaleza. E vocês vão ficar aqui até nós voltarmos, entendeu?
                – Mas se vocês encontrarem Harry, como vão trazê-lo até aqui? – Perguntou Zayn.
                – Temos um controle remoto que, ao ser ativado, conduzirá o submarino até onde eu quiser. Tecnologia de ponta. E, como C disse, vocês vão ficar AQUI e não vão mexer em NADA, por que poderão estar colocando a vida de vocês em risco de diversas maneiras. Deram sorte na superfície apertando uma combinação de botões que não foi tão nociva no final, mas podem não ter a mesma sorte de novo. – falou E. – Agora, vejam se ficam quietinhos e não nos desobedeçam.
Me senti ofendido. Quem elas achavam que eu era? Uma criancinha burra? Um cantorzinho pop mimado que não sabia ficar quieto um segundo ou obedecer a ordens? Ara!
– Não há perigo de vocês serem vistas? – Era Liam novamente.
– Paramos o submarino a esta distância para evitar reconhecimento. Ele é feito de um metal que não aparece em radares, mas é preferível não arriscar. – Caramba! Que tecnologia toda era essa? Ainda achava que elas eram de outro planeta. C continuou – Não acredito que eles venham a nos ver, porque eles não esperam que alguém encontre essa fortaleza. Acho que os campos de vigia são poucos. Se nadarmos bem camufladas e abaixo da linha de visão padrão, será fácil chegar até ela. A parte mais difícil será descobrir como entrar.
Ao dizerem isso, elas apertaram alguns botões, houve um abrir e fechar de câmaras e, poucos minutos depois, vimos as duas nadando em direção à fortaleza submarina.
“Me senti ofendido. Quem elas achavam que eu era? Uma criancinha burra? Um cantorzinho pop mimado que não sabia ficar quieto um segundo ou obedecer a ordens? Ara!”. Meu pensamento voltou à minha cabeça.
Bom, elas sabiam muito bem o que eu era, e se achavam que eu ia ficar parado esperando um milagre no resgate de Harry elas estavam enganadas.
Sentei-me numa das cadeiras do painel de controle e contorci meus dedos de expectativa... Eram tantos botões... E tão coloridos...
Ouvi ainda Liam gritar um sonoro “NÃO” atrás de mim, mas não havia nada mais que ele pudesse fazer.
Eu já estava agindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário