segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Capítulo 47 - Problemas de última hora


Louis on.
Depois que todos os brutamontes caíram no chão, desmaiados, a primeira coisa que nós fizemos foi correr até Harry.
Não acreditei! Aquilo era igualzinho à novela das sete: “Meu Sensível Coração de Gengibre”. Grabalhaldo leva um tiro de amor por Adailda, e assim comprova seu amor por ela. Harry me dissera que não dava para passar por um sacrifício daqueles. Quem diria? O mundo dá muitas voltas... Eu só esperava que a vida real não imitasse a ficção e, como na novela, Harry ficasse em coma para sempre.
O sangue estava derramado em volta dele. A bala do revólver não acertara seu coração. Atravessara um pouco acima dele, no lado esquerdo. Ainda assim, Harry poderia morrer, pois estava perdendo muito sangue. Arrepiei-me todinho diante da visão de meu amigo daquele jeito.
A diplomata já estava ao lado dele, segurando sua cabeça em seu colo. Os dois se olhavam, mas Harry estava tão fraco que seus olhos estavam quase fechados.
Ela chorava muito. Acariciou os cabelos de Harry, enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto.
– Por que fez isso?! – Ela perguntou. – Por que pulou na minha frente Harry?
Harry fez o seu típico meio sorriso antes de responder:
– Eu já tinha te perdido uma vez... – ele levantou lentamente a mão, e dessa vez ele acariciou o cabelo dela. – Não ia te perder de novo.
Ela começou a chorar ainda mais, enquanto Harry fechava os olhos e sua respiração se estabilizava.
– Ele está...? – não tive coragem de terminar a pergunta.
– Morto? – Falou E, friamente. – Não, ele não está morto. Mas está morrendo.
– Temos que tirá-lo daqui imediatamente. – Falou C.
A diplomata rasgou um pedaço do seu vestido, que já era metade do original que eu a vira usando na festa. Com a faixa que rasgou da saia, enrolou o ferimento de Harry, enquanto ele estava desmaiado.
– Não é muita coisa, mas talvez ajude a estancar um pouco o sangue. – Falou ela.
C e E concordaram.
– Agora vamos sair daqui. – Disse C.
– O efeito do sonífero não dura muito. – E completou. – Tomlinson, pegue o Harry.
Me abaixei e peguei Harry em meus braços. Aquilo não iria pegar nada bem se paparazzi estivessem por perto, mas... Era pelo meu amigo.
Nesse momento, um barulho alto irrompeu pelo lugar. Era um alarme, e por cima dele uma voz feminina falou:
“MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 30 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
O quê?! Autodestruição? Mas era típico desses vilões meia boca! Sempre inventando botões de autodestruição! Bando de retardados! Será que ninguém percebe que esses botões sempre estragam tudo no final?!
C, E, eu e a diplomata corremos para a entrada da sala, virando os vários corredores. C tinha na mão um rastreador.
– Se eles estiverem na sala em que mandamos eles ficarem, aquela dos aviões, então será fácil sair daqui. – Elas se guiavam pelos corredores pelo rastro de Niall, mas era difícil e, aparentemente, erraram o caminho centenas de vezes.
Para piorar, a voz ficava anunciando os minutos que faltavam para a autodestruição do lugar.
“MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 25 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
Continuamos virando os corredores e subindo algumas escadas. Vários brutamontes passavam por nós, mas já não se importavam mais com nossa presença. Estavam preocupados em salvar suas próprias vidas.
Quando, finalmente, encontramos a sala com os aviões, a voz anunciava:
“MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 21 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
Eles realmente haviam achado a sala. Lá estavam MinHo, Taemin, Onew, Jonghyun, Key, Adele e seu bebê, Eloisa, as duas senhoras, Liam, Niall, Zayn, Steven Tyler, Barry Gibb e Taylor Swift.
Brigavam com alguns brutamontes, que estavam tentando tirá-los do helicóptero no qual já haviam entrado. As armas de choque eram usadas a todo momento, e eles estavam resistindo bem.
C correu até eles para dar auxílio e, surpreendentemente, não lutou com os brutamontes e, sim, fez um acordo com eles.
– Vocês querem sair vivos daqui? – Ela gritou mais alto do que o alarme.
                Eles pararam subitamente e assentiram.
                – Então convoquem os que estão espalhados por esta base. Sabem fazer isso? – Falou E. Eles assentiram. – Vocês vão entrar todos naquele avião. É grande o suficiente para umas 300 pessoas.
                – Eu vou dirigindo para eles – Falou C. – Você dirige para os artistas.
                – Ok, C. – Confirmou E.
                Os brutamontes que lá estavam pegaram um microfone em uma das paredes e chamaram por todos os guardas e pessoas que estivessem na base. Em questão de minutos, o local estava cheio de homens fortes e grandalhões entrando no avião.
                Nós já estávamos acomodados no helicóptero há um bom tempo. A agente E tentava dar auxílio a Harry e a Adele.
                “MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 10 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
                Bom, aparentemente, tudo daria certo. Nenhum guarda chegava há pelo menos dois minutos, e nós esperaríamos apenas mais um pouco.
“MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 8 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
                Quando a voz anunciou esse tempo, C e E já estavam nos controles do avião e helicóptero, respectivamente, prontas para zarpar.
                Começamos a alçar voo, enquanto o teto começava a se dividir em dois para que nós saíssemos. O homem que acionara o painel para que ele se abrisse já estava em segurança no avião pilotado por C. Havia um brutamontes pilotando ao lado de E no nosso helicóptero também. As únicas duas pessoas de quem eu dei falta eram Eusébio e aquele pequeno que o chamara de tio.
                Eu estava começando a ficar aliviado, quando percebi que o teto parou de se abrir.
                – Ah, não! – Gritou o guarda que estava no helicóptero conosco. – Emperrou! Vai ter que ser aberto manualmente!
                – E como se faz isso? – Perguntou E.
                – É simples, apenas deve-se puxar aquela alavanca no lado esquerdo do painel.
                Eu estava me virando para fazer isso, quando vi que a diplomata já estava a meio caminho do painel. É, eu tinha de admitir, Harry tinha escolhido muito bem. Corajosa, esperta, bonita...
                Ela foi rapidamente e acionou a alavanca. O teto então se abriu por completo, revelando o céu da aurora acima de nossas cabeças. Um pouco de água caiu no salão.
                O avião aproveitou a deixa e saiu pela pista de decolagem, alçando voo em poucos segundos. Nós aguardávamos a volta da “Dama do Elevador”.
                Enfim, tudo estava indo muito bem, e ela estava voltando para o helicóptero. Foi então que eu vi uma coisa que me fez arrepiar. Eu gritei para ela, mas os barulhos dos motores das máquinas abafaram minha voz.

Eu on.
                Pela expressão de Louis, eu diria que ele estava assustado. E não era apenas ele. Os outros também fizeram caretas enquanto eu voltava. Por que será?
                Virei meu corpo para me certificar e...
                Ah!
                Desviei-me de uma facada bem a tempo. Era Brutus.
                Mas será que ele não morria nunca?!
                Ele tentou me acertar de novo, e mais uma vez eu desviei, tentando correr em direção ao helicóptero novamente.
                Porém, um barulho alto me fez estremecer. Era um tiro, e senti que a bala passou bem próxima de mim.
                Joguei-me no chão de bruços, me protegendo quando ouvi um segundo tiro, desesperada.
                Espiei para o lado e virei-me a tempo de desviar de mais um golpe de Brutus, e acertei com meu pé seu tronco, dando um forte chute nele.
                “MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 5 MINUTOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
                Butus caiu, mas logo virou seu braço e enfiou a faca que segurava no local mais próximo de seu alcance. Para meu desespero, era bem no raspão de bala que eu tinha em minha perna.
                O machucado não fora muito profundo e não me atrapalhara a maior parte do tempo, pois era parcialmente superficial. Não que ele não doesse ou ardesse, mas era suportável e eu quase me esquecera de que ele estava ali.
                Agora, porém, a dor era enorme, pois a faca penetrara fundo.
                Ainda assim, lutei contra a dor, e Brutus pulou em cima de mim quando dei sinal de me levantar novamente.
                A seu lado, subitamente apareceu Eusébio. Ele apontava o cano da arma para mim.
                – Adeus, sua vaca! – Ele falou para mim, seus cabelos sendo sacudidos pelas hélices do helicóptero.
                Eu fechei os olhos enquanto Eusébio apertava o gatilho.
                Eu esperei o som.
                E nada aconteceu.
                Abri de novo os olhos e olhei para eles. Eusébio estava com a expressão surpresa, que depois passou a ser furiosa. As balas haviam acabado.
                Ele ficou nervoso e fez um sinal com a cabeça para Brutus, que arrancou a faca de minha perna.
                Eu dei um urro de dor, e Brutus levantou a faca acima de mim, pronto para cravá-la em meu coração.
                Mas um estrondo metálico estalou nas cabeças de cada um dos homens, e Eusébio e Brutus caíram atordoados, a faca escorregando para longe.
                O meu salvador era Robim, que batera nas cabeças de cada um com uma panela...
                Ele se ajoelhou a meu lado, ajudando-me a levantar. A esta altura, Louis também já estava vindo a meu encontro, passando meus braços por seu ombro.
                – Obrigada Robim!
                Ele sorriu.
                – Eu não sou mau! – disse. – E não gosto do meu tio. Cansei desta vida de sequestrar e matar pessoas inocentes. Vou sair desta vida de crimes.
                Eu sorri diante de sua nova escolha. Era certo que ele não era mau. Na verdade, ele era um pobre coitado de ter um tio como Eusébio.
                Fomos até o helicóptero o mais rápido que meu ferimento me permitia andar, deixando uma trilha de sangue no chão atrás de mim.
                MinHo deu a mão a Robim, ajudando-o a subir.
                                “MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 1 MINUTO PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
                MinHo ergueu a mão para mim em seguida, e eu subi no helicóptero. Louis conseguiu subir sozinho.
                Já estávamos começando a decolar quando Eusébio veio correndo em nossa direção.
                – Acudam! – Ele gritava. – Por favor! Eu sou jovem demais para morrer!
                Louis deu a mão para ele e ajudou-o a subir no avião.
                Eu estava começando a ter vertigens por causa da dor em meu ferimento, mas, ainda assim, reconheci a figura de Brutus no meio do salão.
                Ele não foi atrás do avião para se salvar.
                “MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 20 SEGUNDOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
                Estendi minha mão para ele de onde estava, mostrando que ele podia subir, que não havia problema. Em resposta, ele também me mostrou sua mão... Fazendo um gesto um tanto grosseiro. Sabe, mostrar o dedo do meio para uma pessoa que quer te ajudar não é muito educado, principalmente quando ela demonstra que está te perdoando por quase tê-la matado umas quinhentas vezes...
                Ele se virou e foi andando em direção à porta do salão. Passou por ela sem olhar para o helicópetero uma única vez.
                Nós agora estávamos ganhando altura. Com a cabeça girando, muito tonta, olhei para o lado e avistei o mar, brilhando sobre as primeiras luzes da manhã.
                A última coisa que vi antes de desmaiar nos braços de alguém foi Harry lutando inconscientemente contra a morte.
                Depois disso, tudo ficou escuro.
               
Narrador observador on.
                “MODO DE AUTODESTRUIÇÃO ATIVADO. EVACUAR LOCAL. 10 SEGUNDOS PARA AUTODESTRUIÇÃO.”
                “9”,”8”,”7”,”6”,”5”,”4”,”3”,”2”,”1”...
                BUM!
                Foi uma explosão enorme. Uma nuvem gigantesca de fogo levantou-se sobre o mar italiano.
                O helicóptero onde estavam os artistas quase não saiu impune à explosão.
                Aquela manhã, na Itália, as pessoas ouviram o barulho da explosão, e não souberam dizer do que se tratava.
                Ninguém imaginava que o helicóptero que pousou em Roma contivesse tantos artistas.
                Por isso, houve uma agitação geral da mídia quando Adele, Harry Styles e uma diplomata brasileira, até pouco tempo desaparecidos, foram encaminhados à ala de emergência máxima do melhor hospital mais próximo, enquanto Steven Tyler, Barry Gibb, Taylor Swift, duas senhoras e uma garota, Louis Tomlinson, Niall Horan, Zayn Malik, Liam Payne e cinco rapazes de uma boy band coreana iam para outra ala menos significativa em termos de emergência.
                Duas psicólogas também foram enviadas ao hospital.
                Do lado de fora dele, a muvuca era geral.

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