Capítulo 16 – No Bosque
Liam, Louis e
Harry puseram o pé na estrada bem cedo na manhã seguinte. É verdade: Liam
finalmente resolvera se juntar ao grupo. Por quê? Ninguém sabia dizer ao certo,
até porque seria mais normal uma pessoa fugir de bruxas, e não ir atrás delas.
Na
verdade, Liam, assim como Harry, sentira nas veias o desejo de ser cavaleiro ao
ver os outros em ação. Era estranho, mas ele sentia que tinha se achado.
Aceitou a proposta de Louis e estava seguindo os rapazes, montado em sua
pequena, porém esperta, pônei, chamada Meg.
Louis
adorou a companhia de Liam. Agora, além de mais um aliado, possuía alguém
conhecedor de várias características de bruxas – Liam já lera o diário de seu
bisavô várias e várias vezes e sabia tudo de cor e salteado. Agora o cavaleiro
não precisaria ficar perdendo tempo lendo o diário.
–
Tô com fome. – Harry disse, emburrado, depois de três horas e meia de estrada.
–
Espere, eu trouxe suprimentos. – disse Liam. De fato, em suas costas ele
carregava uma mochila enorme, maior que sua cabeça. Ali, ele guardara vários
estoques de comida e água, assim como cobertores, algumas poucas mudas de roupa,
panelas, cordas, mapas, dinheiro e outros objetos que julgava ser úteis.
Ah,
já ia me esquecendo! Na madrugada eles haviam se reunido depois do temeroso
incidente com Taylor e discutido os efeitos da água benta e da cruz na bruxa.
Realmente, não sabiam explicar porque a água benta não funcionara, mas chegaram
à conclusão de que, em relação às cruzes, não eram elas que queimavam as bruxas,
mas o material de que eram feitas. Por isso, Liam guardou em sua super mochila
todos os objetos de ferro que encontrou pela casa que fossem úteis. Também,
após folhear os diários do avô, encontrou anotações de pesquisas feitas em
lendas e mitos antigos, que diziam que o sal, a prata e água corrente também
podiam fazer mal às bruxas. Liam acabou com vários dos potes cheios de sal em
sua cozinha, armazenando tudo dentro de vários saquinhos plásticos de tamanho
médio. Quanto à prata, era pobre demais para ter um objeto de material tão
valioso.
Eles
fizeram uma pequena refeição e prosseguiram. Viajaram o tempo todo para o
oeste, ruma ao litoral inglês, pois o destino que almejavam, caso tenham se
esquecido, era a sombria e misteriosa Irlanda. Já estava no fim da tarde quando
Louis decidiu parar para montarem um pequeno acampamento e descansarem.
Embrenharam-se
entre as árvores dos bosques laterais e encontraram um local que julgaram
seguro para acampar. Resolveram não acender uma fogueira. Aquela região era
marcada pelos constantes saques, e não queriam chamar a atenção de um possível
grupo de bandidos.
Fizeram
um jantar gelado, e a noite não demorou muito a cair. Fez um frio terrível, e
Louis mais uma vez agradeceu que Liam estava com eles, por ter trazido
cobertores. Sem fogueira, seria uma noite difícil.
–
Chequei alguns mapas. Amanhã devemos chegar a Hogwarts, um grande e famoso
vilarejo que fica a quatro horas e meia daqui. – Declarou Liam.
–
Excelente! – Exclamou Louis. – Lá certamente encontraremos um ferreiro, e
mandarei forjar espadas para vocês dois. A não ser,é claro, que prefiram arcos.
Depois, começaremos a treinar. Ensinarei a vocês tudo o que sei.
Liam
pegara consigo uma velha adaga de seu pai e dera uma faca de cozinha a Harry,
para que se defendesse. Mas obviamente nenhuma das armas era tão poderosa como
uma espada ou um arco. Ambos os jovens preferiam uma espada.
–
E então seremos considerados cavaleiros? – perguntou Liam. – Digo, quando
voltarmos, Simon nos consagrará cavaleiros da ordem do reino?
–
Primeiro, – respondeu Louis, calmamente – temos que ser bem-sucedidos na
missão.
Liam
suspirou. Os três sabiam que não seria nada fácil. Afinal, eles eram três,
apenas, contra o poder de inimagináveis bruxas.
–
Por que acha que elas nos atacou? – Perguntou Harry, referindo-se a Taylor.
–
Não sei. – Disse Louis.
–
Você acha que era Flack? – Arriscou Liam.
–
Não posso dizer. E se for, como soube que estávamos atrás dela? – Respondeu
Louis novamente.
–
Por que será que ela pegou Eleanor? – Soltou Harry mais uma vez.
Muitas
perguntas, nenhuma resposta. A verdade era que todos eles já haviam tentado
buscar soluções para aqueles estranhos enigmas, sem sucesso.
–
Eu fiquei apavorado. – Disse Harry.
–
Mas você foi corajoso! – Enfatizou Liam. – Salvou a nós dois.
–
E vocês também me salvaram. – Harry sorriu. Depois, acrescentou – Nunca pensei
que uma bruxa pudesse ser tão bela... – Harry estava desiludido, coitado.
Louis
e Liam sorriram.
–
É, meu amigo, você foi enganado. Espero que agora fique esperto com relação às
mulheres.
Harry
riu. Depois, curioso, perguntou:
–
Olha, não sei muito sobre vocês, nem vocês sobre mim. Que tal aproveitarmos o
momento para nos conhecermos um pouco?
Eles
estavam recostados, cada um sobre a raiz de uma árvore diferente, um diante do
outro, enrolados em seus cobertores. As montarias estavam próximas, talvez
descansando da longa viajem com peso nas costas. Todos concordaram.
–
Do que vocês têm mais medo nesse mundo? – Começou Harry.
–
De perder Eleanor para sempre. – respondeu Louis, no ato.
–
Ah, corta essa, coração! – Falou, fingindo-se irritado, Harry. – Estamos
falando de coisas mais banais.
Louis
pensou.
–
Hummmmmmmmm... Sempre tive medo de envelhecer.
Os
dois outros rapazes riram.
–
Vixi.... Oh, vaidade! – provocou Harry.
–
Não sou vaidoso! – Rebateu Louis.
–
Coisinha de gay, hein...
–
O quê? Ah, do que você tem medo,
então, Harry? – ralhou Louis, em tom de desafio.
–
Ah... Eu? Tenho medo de altura.
–
Ai, moça... – Louis deu uma risadinha, afinando a voz.
Harry
não gostou.
Antes
que eles continuassem a brigar mais, Liam ergueu a voz:
–
Eu tenho medo de colheres!
Louis
e Harry pararam subitamente com a briga e olharam para Liam. Os dois irromperam
em gargalhadas.
–
Colheres?! Quem tem medo de colheres?! – Berrou Harry.
Liam
se sentiu ofendido.
–
É um trauma. Não sei quando aconteceu. Sempre tive medo.
Louis
continuou rindo, até que escutou um barulho. Na verdade, os três escutaram.
Parecia o quebrar de um graveto, depois de ser pisoteado.
Eles
ficaram em silêncio imediatamente e enrijeceram os músculos, alertas. Nada,
nenhum som procedeu.
Depois
de uns cinco minutos quietos, Louis quebrou o silêncio:
–
Deve ter sido algum animal.
–
É, deve ter sido. – Concordaram os outros dois.
Porém,
algo mais aconteceu nesse instante: Outro barulho igual. De uma árvore muito
próxima, vários corvos saíram voando, espantados por alguma coisa.
Os
três se levantaram, alarmados. Louis pegou sua espada, Harry sua faca, e Liam
um pequeno saquinho de sal e sua adaga.
Eles
viraram-se de costas um para o outro, vigiando a região em suas frentes, por
além das árvores. A situação era inquietante, pois não conseguiam enxergar nada
no breu que estava. A luz da lua tinha sua passagem dificultada pelas copas das
árvores, e eles estavam bem no centro do único local bem iluminado.
–
Não devíamos estar tão expostos. – Disse Liam, e todos sabiam que era verdade.
Estando ali, no meio da claridade, eles eram um alvo fácil.
Mais
e mais silêncio.
Liam
só escutava a brisa fria da noite balançar as folhas e... no meio desses
farfalhares de plantas... um som distinto.
Uma
corda sendo puxada.
–
Abaixem-se! – Louis gritou, e todos obedeceram.
Quase
imediatamente ao grito, uma flecha passou voando por suas cabeças.
Perfeito, posta logo o proximo, estou curiosa.
ResponderExcluirquando o Niall e o Zayn aparecem? Aposto que é um deles que atirou a flecha ou é uma bruxa
Mto legal!!! Posta mais um, please. Envelhecer, altura e colheres...HAHAHA RINDO LITROS!!!!!!!!!
ResponderExcluirMia