terça-feira, 9 de julho de 2013

Capítulo 17 - O Gato de Botas



Capítulo 17 – O Gato de Botas


                Liam, Louis e Harry nem tiveram tempo de reagir depois da flecha passar por suas cabeças. Cordas surgiram das árvores nas quais segundos atrás eles estiveram recostados, e homens com várias lâminas de vários tipos e formas desceram delas.
                Da escuridão, foram surgindo silhuetas. Várias delas apontavam outras lâminas para eles, de modo que os emboscados colocaram suas armas delicadamente no chão.
                Quando fizeram isso, foram amarrados nas mãos, nós pés e no peito, e recostados nas árvores, sentados. Eram uns vinte homens armados, que começaram a tirar tudo de dentro da mochila de Liam. Sem encontrar nada de muito valor, apenas pegaram a comida e a água. E alguns mapas também. A espada de Louis e a adaga de Liam foi confiscada. Um homen pegou a faca de Harry e cortou as unhas com ela (eca!).
                – Por favor! – Tentou Liam – Parem, precisamos disso! – Seu tom de voz implorava misericórdia para com seus pertences e suprimentos.
                – Calado! – Um dos homens falou. Eram todos homens grandes e fortes.
                – Por favor, não! – Liam ainda tentava. – Precisamos disso para...
                Liam parou. Não deveria contar os objetivos dos três, mas agora já havia dito demais.
                – Para quê? – Surgiu uma voz, de alguém que ainda estava nas sombras. Louis localizou a silhueta do homem, que estava com o ombro apoiado em uma árvore, os pés com grandes e belas botas de couro marrom um pouco cruzados.
                Liam engoliu em seco e ficou calado.
                – Para quê?! – A voz repetiu mais alta e mais impaciente.
                – Não falamos com fantasmas! – Berrou Harry de onde estava. Ele não conseguia encontrar onde estava o dono da voz.
                Lentamente, ele se aproximou.
                – O que três jovens, dois esfarrapados e um certamente cavaleiro de um rei, sem pertences valiosos, fazem aqui?! – Perguntou a voz. Louis agora podia ver o contorno de suas coxas...  e um pouco do tronco. O homem parou. Seu rosto ainda continuava na sombra. – Quem são vocês?
                – Quem é você? – perguntou Louis, em tom de ameaça.
                Todos os homens ao redor riram. Louis percebeu que estava falando com o chefão do grupo. Ele caminhou mais alguns passos, rindo também, até seu rosto ficar totalmente à mostra à luz da lua.
                – Sou o chefe do grupo de saqueadores mais temido destas bandas. Meu nome é Zayn Malik... Mas sou popularmente conhecido por... – Ele chegou perto de onde os três estavam amarrados – O GATO DE BOTAS!!!
                Os rostos de Louis, Liam e Harry se contorceram em uma careta e mais uma vez eles irromperam em risadas.
                – Gato de botas?! – Riu alto demais Harry – Ah, conta outra! De onde você tirou esse nome hilário?
                O tal de Zayn pareceu ofendido e surpreso ao mesmo tempo.
                – Alô-ô?! Olha pra mim! Eu sou um gato! E estou usando botas!!! Não é óbvio?
                Os três riram novamente.
                – Nunca ouviram falar de mim? – Perguntou Zayn, estranhando.
– Meu Deus Louis! E eu que te chamei de vaidoso! Esse aí, além de vaidoso, também é convencido! – Disparou Harry.
Nem os capangas do “Gato de Botas” aguentaram. Ficaram gargalhando com os prisioneiros até que Zayn pegou um arco de trás de suas costas e encaixou nele uma flecha retirada de sua aljava, também presa às costas.
                – Qual dos três quer ser o primeiro?  – Ameaçou.
                Os meninos engoliram em seco.
                – Vocês ainda não responderam à minha pergunta. Quem são vocês? E o que fazem aqui?!
                – Harry Styles, romântico incorrigível. – Zayn não entendeu a apresentação de Harry.
                – Liam Payne, ééé... Sitiante recém-iniciado. – Também não entendeu a apresentação de Liam.
                – Louis Tomlinson, cavaleiro da ordem do Rei Simon, de Cowell. Estamos em missão oficial do reino.
                – Argh! Reino de Cowell! Aquele que expulsou meu povo de suas terras há sete gerações. Eu odeio qualquer um deste reino, por isso me digam um bom motivo para não matar vocês três agora mesmo!
                Louis engoliu em seco novamente, nervoso com a flecha apontada para sua garganta, mas pensou rápido.
                – Não conheço a história da expulsão de seu povo. O que aconteceu?
                – Ah, ignorante! Não me admira que não ensinem em suas terras as burradas que cometeram no passado. – Disse Zayn, com ar de desdém. Porém, o orgulho de falar de seu povo era maior que o desprezo pelos habitantes de Cowell. Por isso, continuou – Meu povo era distinto da maior parte da população de Cowell. Havíamos migrado de terras distantes e nos estabelecido no sul do reino, em um vilarejo isolado, há muitas gerações. Tínhamos nossos próprios costumes. Não desejávamos ter um governo próprio, e deixamos que o Rei da época nos conduzisse. Ele também sempre aceitou nossas diferenças sem pestanejar, e as coisas funcionavam bem para nós. Foi quando veio a guerra, e homens de nossa população foram convocados, mas não quiseram ir. Não era uma guerra contra nossos interesses e costumes, e sim com os da outra população. Por que tínhamos de ir então? Sacrificar nosso povo em uma guerra que não era nossa? Por isso, fomos expulsos do reino e meu povo ficou miserável, sem uma única terra boa o suficiente para cultivar e sobreviver.
                – E então se marginalizaram... – Concluiu Louis.
                Zayn soltou uma risada sarcástica.
                – Mas é claro! Roubamos o que pudermos para comer, beber, vender... Sobreviver! Tudo por culpa de seu soberano.
                – Mas Rei Simon não é como os soberanos que antes governaram Cowell. Ele é bom, e justo, e está longe de se meter em guerras desnecessárias. Seu governo é um dos mais pacíficos já vistos. Ele entenderia sua situação. – Louis já não falava numa tentativa de distrair Zayn, mas com uma esperança verdadeira.
                – Não me amole, idiota. Não sou tão burro a ponto de pensar que seu rei terá clemência por meu povo. Porém, concordo com você: Nós roubamos dos que passam aqui, especialmente dos ricos, para que possamos dar ao nosso povo algo para sobreviver.
                Louis baixou a cabeça.
                Zayn continuou:
                – Mas você não me disse por que está aqui, um cavaleiro sem exército, e claramente com um objetivo, tendo de companhia duas criaturas quase insignificantes aos olhos da sociedade.
                – Estamos em uma missão oficial do reino, já disse.
                – Não, não... Pensa que sou idiota? Se estivesse em missão oficial do reino, estariam acompanhados de mais homens...
                Zayn olhava a Louis inquisidoramente. Não havia como negar, ele estava encurralado. Mas tentou uma última solução:
                – Antes de lhe responder, meu caro “Gato de Botas” – Louis não pôde evitar sorrir enquanto dizia isso – Tenho algo a dizer a você e uma proposta a fazer.
                Zayn arqueou as sobrancelhas, claramente surpreso. Louis, vendo que conseguira a reação desejada, aproveitou a deixa:
                – E se eu disser que a missão em que estamos, se for bem sucedida, poderá trazer a você a riqueza de que precisa e um lugar próspero para seu povo?
                – Como é?
                – Também concordo com você: Não acho que o rei readmitirá seu povo, que teoricamente “traiu” Cowell em momentos de dificuldade, sem que tenha recebido algo em troca. O que proponho é uma troca de favores.
                Zayn ficou curioso.
                – Como pode ver, não temos riquezas em nossos pertences, nem objetos de muito valor. Mas se conseguirmos efetuar a missão com sucesso, o rei certamente nos presenteará com favores. O que pedirmos eles nos dará como forma de expressar sua gratidão. Você pode ser o homem a ajudar todo o seu povo, a sua nação, a retomar um lugar próprio para si, com condições adequadas de sobrevivência, e pedir ao rei que não os inclua nas atividades extras do reino, bem como a garantia de que jamais perderão a sua terra. Você pode fazer isso. É só nos soltar e vir conosco.
                Zayn ainda estava desconfiado.
                – Não acredito em você. Se nós quatro pedirmos favores, após completarmos a missão, e se a completarmos, serão muitos para que Rei Simon os realize. E o meu é um “favor” grande demais.
                – Vai por mim... – Sorriu Louis, parecendo tranquilo. – O Rei está tão desesperado que tenho certeza de que nos recompensará com o que quer que quisermos.
                – E que tipo de missão é essa que está alarmando o rei a tal ponto de desespero?
                – Nós temos que resgatar uma princesa.
                Zayn parou e ponderou durante vários minutos. Ninguém ousou abrir a boca enquanto ele raciocinava.
 O “Gato de Botas” olhou profundamente nos olhos de cada um de seus prisioneiros antes de aceitar.

Um comentário:

  1. eu ri muito com a explicaçao de Gato de botas, pq eu sou gato e estou de botas hahahaha, serio muito bom, espero o proximo :)

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