quinta-feira, 11 de julho de 2013

Capítulo 18 - Príncipe Irlandês



Capítulo 18 – “Príncipe Irlandês”


Zayn, Liam, Louis e Harry adentraram o vilarejo de Hogwarts. Era um vilarejo de médio porte, e o movimento nas ruas era bastante grande. Primeiro, buscariam uma estalagem para passarem a noite. Depois, uma serralheria, para mandarem um ferreiro forjar espadas para Liam e Harry. Zayn possuía seu arco.
Quase na entrada da cidade, encontraram uma estalagem. Chamava-se “Príncipe Irlandês”. Deixaram os cavalos amarrados em um pequeno tronco, sob o qual havia uma bebedeira, e todos os animais atacaram a água contida nela. Zayn viajara com os rapazes com sua égua Sabah, nome árabe cujo significado é “manhã”. O nome combinava totalmente com a égua: ela era linda. Seu pelo era branquíssimo, e sua crina, dourada como a luz do sol. Para completar, a égua ainda tinha os olhos da cor do céu.
Se humanos pudessem entender cavalos, teriam ouvido o tempo todo suspiros apaixonados de Twix, o cavalo de Harry. Dizem que cada animal é a extensão de seu dono, e Twix, no mundo dos cavalos, também era bastante galanteador (lembre-se de que nesta história os animais são como humanos, ok?).
Bem, mas isso não é tão importante agora. Os quatro equinos e o pombo-correio estavam descansando, e seus donos entraram na estalagem “Príncipe Irlandês” para pedirem quartos.
Quando eles abriram a porta, o som típico de um sininho tocou. A estalagem não era muito grande, e o movimento também era pequeno. Na verdade, estava tudo quase deserto, exceto por uma senhora atrás de um balcão alguns metros em frente à porta.
Eles se adiantaram, Louis com um saquinho repleto de moedas de bronze. Aquilo deveria pagar pela hospedagem de todos eles. Louis não aceitou dinheiro de Liam ou Zayn (Harry não ofereceu nada, pois estava duro).
Antes de fugir do castelo de sua família, Louis roubara uma quantidade generosa de moedas de bronze, prata e ouro para si, as quais deixava escondidas embaixo da sela de Cenoura.
Louis jogou o saquinho por cima do balcão, chamando a atenção da senhora, mas foi Harry quem pediu os quartos.
– Por favor, senhora...?
– Horan! – Ela sorriu enquanto se levantava.
– Obrigado. Então, por favor, senhora Horan, poderia nos providenciar quatro quartos de solteiro?
– Oh, sim! Temos bastantes vagas disponíveis hoje. Esta época do ano não é muito movimentada em Hogwarts. – Ela disse, pegando um grande e pesado caderno de brochura e o abrindo um pouco depois da metade. Todos os rapazes perceberam o sotaque diferente da mulher. – Por favor, assinem aqui, um após o outro. – Ela completou, indicando com o dedo onde eles deveriam assinar e esticando uma pena e um potinho com líquido negro.
Os quatro assinaram.
– Prontinho! Quartos 2, 3, 4 e 5. Aqui estão as chaves. As refeições e bebidas são inclusas no pacote, mas aqui não servimos bebidas alcóolicas, então se quiserem algum tipo dessa “iguaria”, terão de procurar uma taberna. – Falou a senhora Horan. Harry pareceu triste. – Nós lavamos as roupas do corpo por um preço adicional, mas as roupas de cama estão inclusas no pacote. – Ela pegou o saquinho que Louis jogara sobre o balcão, conferiu as moedas e disse, estendendo um papel para eles. – Esta é a tabela de preços. Aqui há o suficiente para vocês quatro passarem três noites, com direito a uma lavagem cada.
Todos ficaram satisfeitos. Era o tempo de que precisavam. A forja de uma espada poderia demorar muito tempo, mas com o valor que Louis ofereceria, ficariam prontas rapidinho.
– Feito. Obrigada, senhora Horan. – Falou Louis.
– Não há de quê! Sejam bem-vindos à estalagem “Príncipe Irlandês”!
Todos sorriram. A simpática senhora Horan indicou-lhes o caminho por um corredor.
Enquanto iam pelo caminho para ocuparem seus quartos, Liam comentou:
– Vocês repararam como o sotaque dela é diferente?
– Sim! – Disse Harry, erguendo o nariz, meio metido. – É bem alemão.
– Que alemão o que, Harry! De onde tirou essa ideia? – Disse, indignado, Louis.
– Ah... Eu disse alemão?! – Ele tentou consertar. – Desculpe, eu quis dizer francês. É bem francês, não acham?
Louis bufou. Liam achou graça e riu, dizendo:
– É irlandês, nosso caro colega especialista em sotaques.
– Irlandês?! – Harry parecia surpreso. – Mas é claro que não!
– Harry, por que acha que a estalagem se chama “Príncipe Irlandês”? – Perguntou, sarcástico, Louis.
– Sei lá, não fui eu que escolhi o nome.
– Ah, SANTA IGNORÂNCIA!!! – Declarou Louis. – A estalagem tem esse nome porque a senhora Horan é provavelmente descendente de irlandeses. Ou imigrante.
– Ah... Eu sabia...
– Ahã...
– Mas por que esse nome, hein? Podia colocar alguma coisa que representasse mais a realeza... Se fosse minha estalagem, certamente se chamaria “King Styles”.
– Acho que sua estalagem estaria mais para um Sex Shop do que para uma hospedaria, Harry. – Zoou Liam.
Louis gargalhou. Harry fez bico.
– Ciumentos... – E, dizendo isso, girou a maçaneta e entrou no seu quarto, deixando as risadas dos colegas para trás.
Após deixarem seus pertences nos quartos, levarem os animais para o pequeno estábulo que ficava no fundo da estalagem e tirarem a roupa para que fosse lavada – vestindo as outras trocas de roupa que Liam trouxera – a senhora Horan serviu os quatro viajantes com um delicioso cozido de coelho. Harry comeu tanto e com modos tão ruins que os outros meninos ficaram com vergonha.
– Perdoe nosso amigo, senhora Horan. Ele realmente está com muita fome. – Disse, um pouco vermelho do embaraço, Liam.
– Huummmm! – Falou Harry, de boca cheia. – Este... é o melhor... cozido... que eu já comi... na vida. – As pausas eram feitas entre uma mastigada e outra.
– Ah, não se preocupem, rapazes! – A senhora riu docemente, servindo mais um punhado (o quinto punhado de Harry) do cozido – Ainda está para nascer garoto com mais apetite que meu filho mais novo, Niall. Sabe, ele tem a idade de vocês. Acho que vão gostar de conhecê-lo quando ele voltar do trabalho no final da tarde.
Louis aproveitou o momento para perguntar:
– Senhora Horan, a senhora sabe onde podemos encontrar um ferreiro nesta cidade?
Ela sorriu.
– Mas é claro, querido! Meu marido é ferreiro! Ele e meus dois filhos estão trabalhando agora. A oficina deles fica a quatro quarteirões daqui, logo ao lado da loja de tecidos.
– A senhora tem mais alguma referência? – Perguntou Zayn, pela primeira vez. Na verdade, era a primeira coisa que ele dizia a manhã inteira. – Digo, olhei ao redor quando chegamos à cidade e vi umas três lojas de tecido diferentes ao longo dos dois primeiros quarteirões.
– Bem... Posso dizer que fica em frente a uma loja de artefatos místicos... Chamamos-na de... Local Proibido.
– Local Proibido? – Quis saber mais Liam.
– É... Bom, lá se vendem objetos que têm a ver com misticismo e... bruxarias. É contra a maior parte da ideologia cristã típica deste vilarejo, por isso ninguém vai lá. Nunca vi ninguém na loja, nem meu marido, que trabalha em frente a ela. Que eu saiba, a única pessoa a entrar e sair de lá é seu dono, um velhinho com barba comprida e pequenos óculos de meia-lua. Como é mesmo o nome dele...? Acho que se chama Alvo Dumbledore. Ele sempre cumprimenta meu marido e meus filhos, e nunca destratou ninguém no vilarejo. Alguns comerciantes dizem que ele é até gentil. Mas ainda assim é estranho... Enfim, a lojinha é uma referência que não tem como errar. É escura, tem um aspecto pesado e carrega em volta de si uma atmosfera bem negativa, pelo menos ao ver da maioria das pessoas. Tem uma janela bem grande na fachada e a porta é envidraçada, mas toda a visão de dentro é omitida por cortinas de tecido gasto. O nome é... – ela engoliu em seco. – Magia e Bruxaria de Hogwarts.
– Minha nossa! Pensei que, dentro dos reinos, uma loja como essa não era permitida. – Exclamou Liam.
– Pois é, e não são mesmo. Mas você se esqueceu, querido, que este vilarejo não pertence a nenhum reino. Estamos no meio da estrada, no caminho entre vários reinos. Por isso, ninguém nunca veio destruir a loja. E, como aquele velhinho nunca incomoda ninguém, então não há por que em incomodá-lo também. – Explicou a senhora Horan.
– Bom, companheiros! – Disse Louis, se levantando. – O que estamos esperando? Vamos lá até a serralheria do senhor Horan.
Todos se levantaram, agradeceram à senhora Horan e saíram da estalagem, rumo à serralheria onde encomendariam as espadas.
Mal sabiam eles as fortes emoções e revelações às quais, em poucos minutos, iriam se submeter.

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