Capítulo 18 – “Príncipe Irlandês”
Zayn, Liam,
Louis e Harry adentraram o vilarejo de Hogwarts. Era um vilarejo de médio
porte, e o movimento nas ruas era bastante grande. Primeiro, buscariam uma
estalagem para passarem a noite. Depois, uma serralheria, para mandarem um
ferreiro forjar espadas para Liam e Harry. Zayn possuía seu arco.
Quase na
entrada da cidade, encontraram uma estalagem. Chamava-se “Príncipe Irlandês”.
Deixaram os cavalos amarrados em um pequeno tronco, sob o qual havia
uma bebedeira, e todos os animais atacaram a água contida nela. Zayn viajara
com os rapazes com sua égua Sabah, nome árabe cujo significado é “manhã”. O
nome combinava totalmente com a égua: ela era linda. Seu pelo era branquíssimo,
e sua crina, dourada como a luz do sol. Para completar, a égua ainda tinha os
olhos da cor do céu.
Se humanos
pudessem entender cavalos, teriam ouvido o tempo todo suspiros apaixonados de
Twix, o cavalo de Harry. Dizem que cada animal é a extensão de seu dono, e
Twix, no mundo dos cavalos, também era bastante galanteador (lembre-se de que
nesta história os animais são como humanos, ok?).
Bem, mas isso
não é tão importante agora. Os quatro equinos e o pombo-correio estavam
descansando, e seus donos entraram na estalagem “Príncipe Irlandês” para
pedirem quartos.
Quando eles
abriram a porta, o som típico de um sininho tocou. A estalagem não era muito
grande, e o movimento também era pequeno. Na verdade, estava tudo quase
deserto, exceto por uma senhora atrás de um balcão alguns metros em frente à
porta.
Eles se
adiantaram, Louis com um saquinho repleto de moedas de bronze. Aquilo deveria
pagar pela hospedagem de todos eles. Louis não aceitou dinheiro de Liam ou Zayn
(Harry não ofereceu nada, pois estava duro).
Antes de fugir
do castelo de sua família, Louis roubara uma quantidade generosa de moedas de
bronze, prata e ouro para si, as quais deixava escondidas embaixo da sela
de Cenoura.
Louis jogou o
saquinho por cima do balcão, chamando a atenção da senhora, mas foi Harry quem
pediu os quartos.
– Por favor,
senhora...?
– Horan! – Ela
sorriu enquanto se levantava.
– Obrigado.
Então, por favor, senhora Horan, poderia nos providenciar quatro quartos de
solteiro?
– Oh, sim!
Temos bastantes vagas disponíveis hoje. Esta época do ano não é muito
movimentada em Hogwarts. – Ela disse, pegando um grande e pesado caderno de
brochura e o abrindo um pouco depois da metade. Todos os rapazes perceberam o
sotaque diferente da mulher. – Por favor, assinem aqui, um após o outro. – Ela
completou, indicando com o dedo onde eles deveriam assinar e esticando uma pena
e um potinho com líquido negro.
Os quatro
assinaram.
– Prontinho!
Quartos 2, 3, 4 e 5. Aqui estão as chaves. As refeições e bebidas são inclusas
no pacote, mas aqui não servimos bebidas alcóolicas, então se quiserem algum
tipo dessa “iguaria”, terão de procurar uma taberna. – Falou a senhora Horan.
Harry pareceu triste. – Nós lavamos as roupas do corpo por um preço adicional,
mas as roupas de cama estão inclusas no pacote. – Ela pegou o saquinho que Louis
jogara sobre o balcão, conferiu as moedas e disse, estendendo um papel para
eles. – Esta é a tabela de preços. Aqui há o suficiente para vocês quatro
passarem três noites, com direito a uma lavagem cada.
Todos ficaram
satisfeitos. Era o tempo de que precisavam. A forja de uma espada poderia
demorar muito tempo, mas com o valor que Louis ofereceria, ficariam prontas
rapidinho.
– Feito.
Obrigada, senhora Horan. – Falou Louis.
– Não há de
quê! Sejam bem-vindos à estalagem “Príncipe Irlandês”!
Todos
sorriram. A simpática senhora Horan indicou-lhes o caminho por um corredor.
Enquanto iam
pelo caminho para ocuparem seus quartos, Liam comentou:
– Vocês
repararam como o sotaque dela é diferente?
– Sim! – Disse
Harry, erguendo o nariz, meio metido. – É bem alemão.
– Que alemão o
que, Harry! De onde tirou essa ideia? – Disse, indignado, Louis.
– Ah... Eu
disse alemão?! – Ele tentou consertar. – Desculpe, eu quis dizer francês. É bem
francês, não acham?
Louis bufou.
Liam achou graça e riu, dizendo:
– É irlandês,
nosso caro colega especialista em sotaques.
– Irlandês?! –
Harry parecia surpreso. – Mas é claro que não!
– Harry, por
que acha que a estalagem se chama “Príncipe Irlandês”? – Perguntou, sarcástico,
Louis.
– Sei lá, não
fui eu que escolhi o nome.
– Ah, SANTA
IGNORÂNCIA!!! – Declarou Louis. – A estalagem tem esse nome porque a senhora Horan
é provavelmente descendente de irlandeses. Ou imigrante.
– Ah... Eu
sabia...
– Ahã...
– Mas por que
esse nome, hein? Podia colocar alguma coisa que representasse mais a realeza...
Se fosse minha estalagem, certamente se chamaria “King Styles”.
– Acho que sua
estalagem estaria mais para um Sex Shop do que para uma hospedaria, Harry. –
Zoou Liam.
Louis
gargalhou. Harry fez bico.
– Ciumentos...
– E, dizendo isso, girou a maçaneta e entrou no seu quarto, deixando as risadas
dos colegas para trás.
Após deixarem
seus pertences nos quartos, levarem os animais para o pequeno estábulo que
ficava no fundo da estalagem e tirarem a roupa para que fosse lavada – vestindo
as outras trocas de roupa que Liam trouxera – a senhora Horan serviu os quatro
viajantes com um delicioso cozido de coelho. Harry comeu tanto e com modos tão
ruins que os outros meninos ficaram com vergonha.
– Perdoe nosso
amigo, senhora Horan. Ele realmente está com muita fome. – Disse, um pouco
vermelho do embaraço, Liam.
– Huummmm! –
Falou Harry, de boca cheia. – Este... é o melhor... cozido... que eu já comi...
na vida. – As pausas eram feitas entre uma mastigada e outra.
– Ah, não se
preocupem, rapazes! – A senhora riu docemente, servindo mais um punhado (o quinto
punhado de Harry) do cozido – Ainda está para nascer garoto com mais apetite
que meu filho mais novo, Niall. Sabe, ele tem a idade de vocês. Acho que vão
gostar de conhecê-lo quando ele voltar do trabalho no final da tarde.
Louis aproveitou
o momento para perguntar:
– Senhora
Horan, a senhora sabe onde podemos encontrar um ferreiro nesta cidade?
Ela sorriu.
– Mas é claro,
querido! Meu marido é ferreiro! Ele e meus dois filhos estão trabalhando agora.
A oficina deles fica a quatro quarteirões daqui, logo ao lado da loja de
tecidos.
– A senhora
tem mais alguma referência? – Perguntou Zayn, pela primeira vez. Na verdade,
era a primeira coisa que ele dizia a manhã inteira. – Digo, olhei ao redor
quando chegamos à cidade e vi umas três lojas de tecido diferentes ao longo dos
dois primeiros quarteirões.
– Bem... Posso
dizer que fica em frente a uma loja de artefatos místicos... Chamamos-na de...
Local Proibido.
– Local
Proibido? – Quis saber mais Liam.
– É... Bom, lá
se vendem objetos que têm a ver com misticismo e... bruxarias. É contra a maior
parte da ideologia cristã típica deste vilarejo, por isso ninguém vai lá. Nunca
vi ninguém na loja, nem meu marido, que trabalha em frente a ela. Que eu saiba, a única pessoa a entrar e sair de lá é seu dono,
um velhinho com barba comprida e pequenos óculos de meia-lua. Como é mesmo o
nome dele...? Acho que se chama Alvo Dumbledore. Ele sempre cumprimenta meu
marido e meus filhos, e nunca destratou ninguém no vilarejo. Alguns comerciantes
dizem que ele é até gentil. Mas ainda assim é estranho... Enfim, a lojinha é
uma referência que não tem como errar. É escura, tem um aspecto pesado e
carrega em volta de si uma atmosfera bem negativa, pelo menos ao ver da maioria
das pessoas. Tem uma janela bem grande na fachada e a porta é envidraçada, mas
toda a visão de dentro é omitida por cortinas de tecido gasto. O nome é... –
ela engoliu em seco. – Magia e Bruxaria de Hogwarts.
– Minha nossa!
Pensei que, dentro dos reinos, uma loja como essa não era permitida. – Exclamou
Liam.
– Pois é, e
não são mesmo. Mas você se esqueceu, querido, que este vilarejo não pertence a
nenhum reino. Estamos no meio da estrada, no caminho entre vários reinos. Por
isso, ninguém nunca veio destruir a loja. E, como aquele velhinho nunca
incomoda ninguém, então não há por que em incomodá-lo também. – Explicou a senhora
Horan.
– Bom,
companheiros! – Disse Louis, se levantando. – O que estamos esperando? Vamos lá
até a serralheria do senhor Horan.
Todos se
levantaram, agradeceram à senhora Horan e saíram da estalagem, rumo à serralheria onde encomendariam as espadas.
Mal sabiam
eles as fortes emoções e revelações às quais, em poucos minutos, iriam se
submeter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário