quarta-feira, 24 de julho de 2013

Capítulo 25 - Eu Acredito em Fadas

Capítulo 25 – Eu Acredito em Fadas


Meu caro Louis,
A criatura que vocês tiveram a infelicidade de encontrar é Sméagol, como vocês já bem sabem. Um dia, Sméagol foi um homem. O horror que vocês podem ver hoje é o que restou daquele homem. Ele, em histórias passadas, foi portador do anel que lhes dei: a orcrux. Lembra-se que eu disse que o anel era mal? Pois bem, Sméagol só é o que é hoje por causa da orcrux. Ela o consumiu, o dominou, Louis. Por isso, aviso mais uma vez: Cuidado com ela. Jamais deixe alguém carrega-la consigo por mais de um dia. 
Quanto ao chá... Vocês ainda estarão invisíveis por mais um dia. Sméagol viu vocês, porque não é uma criatura nem do bem, nem do mal. Ele é um mistério dentro de si mesmo, cuja pior parte de si foi trazida à tona pelo anel, ao mesmo tempo em que a parte boa ainda permanece.
Não estou certo quanto ao que devem fazer com ele. Acho que a melhor opção seria encontrar um local para prendê-lo, onde haja condições para sua sobrevivência, e ir embora.
Espero que isso os ajude.
Boa sorte,
Dumbledore

Louis terminou de ler a carta e olhou para cima. Deu de cara com cinco pares de olhos curiosos.
-- Então, o que diz aí?! – Quis saber Harry, ansioso.
-- Bom... – Louis começou. – Aquela coisa feia já foi um homem. – Louis apontou para Sméagol, que estava desacordado, após Pin dar uma poção do sono para ele beber. Fora difícil fazer com que ele engolisse, mas eles conseguiram. Pin levava-o amarrado em seu colo, no lombo de Khan.
Ninguém acreditou que Sméagol já tivesse sido um homem. Louis terminou de contar a carta de Dumbledore, e Harry automaticamente tirou a corrente com a orcrux de si e a deu para Zayn, que a colocou no pescoço.
-- E onde vamos encontrar um lugar para deixa-lo? – Indagou Niall.
-- Eu estava pensando em alguma caverna... Sei lá. – Pensou Louis. – Mas acho que, primeiro, teremos que ficar com ele ainda um pouquinho.  – Louis olhou feio para Sméagol. Seu braço, onde levara um dentada, ainda doía, mesmo depois de Pin ter passado um remédio que trouxera e atado o ferimento com algumas bandagens.
-- Ei, pessoal! – Chamou Liam. – Olhem!
Todos olharam na direção a qual Liam apontava. Estavam chegando a Cinder. Podiam ver, a alguns metros, os portões de entrada do reino. Na realidade, eram três portões cercados por muros, para poder entrar na cidade.
- Nossa, por que tantos portões? – Perguntou Harry.
- É para proteção. Aqui não é apenas a entrada para o reino de Cinder. Também é a entrada para a capital do Reino, Crystal.
- Ahnnnnn...
- E, aparentemente... – Liam pegou o mapa das orcruxes novamente. – É aqui que está a primeira orcrux que devemos procurar. – Depois, Liam pegou o medalhão que Dumbledore lhes dera para encontrar o objeto que continha o feitiço da orcrux, colocando-o no pescoço embaixo da blusa.
- Er... Pin... – Quis saber Louis. – Você não teria algum saco grande com você aí, teria?
Meia hora depois, eles estavam na movimentada capital, com Sméagol escondido dentro de um saco de batatas.
A cidade era um espetáculo. As ruas eram todas calçadas de paralelepípedos, algo considerado um grande avanço para a época. O movimento era enorme: Carroças, cavalos, feiras, milhares de lojas, estalagens, homens passando às pressas, mulheres cochichando umas com as outras...
- Acho que vou gostar daqui... – Sorriu Harry, acenando para uma bela jovem, que corou, deu risadinhas e foi embora.
Louis puxou o companheiro pela orelha.
- Deixe as garotas em paz, Harry. – Repreendeu-o.
Não muito longe dali, erguia-se, imponente, um belíssimo castelo.
- Quem são os governantes desse país? – Quis saber  Niall.
Pin respondeu, num átimo:
- São a rainha Cinderela e seu marido, Rei Azul. Vocês já devem ter ouvido a história dela... Madrasta má... Fada madrinha... Sapatinho de Cristal... Meia-noite...
- Já. – Os meninos responderam em uníssono.
- Mas por Deus! Quem nessa terra se chama “Azul”? – Berrou Harry.
Todos ignoraram Harry.
- Então... O que fazemos? – Perguntou Liam.
- Acho melhor procurarmos uma estalagem para ficar. – Sugeriu Niall.
Todos concordaram. Porém, houve um problema. Havia várias estalagens na cidade, todas elas de primeira linha, porém nenhuma tinha um quarto disponível sequer. Na sétima estalagem lotada, Louis teve a coragem de perguntar:
- Mas por que parece que o mundo está hospedado aqui?!
A agradável dona da estalagem respondeu:
- Desculpe, meu querido, mas é que esta noite haverá um baile especial no castelo. É o aniversário de quinze anos da princesa Gabriela, e nobres de muitos reinos estão aqui para a comemoração.  Todas as estalagens estão lotadas.
Louis bufou e saiu da estalagem. Explicou a situação aos colegas.
- O que faremos, então? – Era Zayn.
- Vejam! – Antes que alguém pudesse responder, Niall apontou para o peito de Liam. O medalhão por baixo da camisa do fazendeiro mostrava um brilho esverdeado bem fraco, e depois se apagava.
- É! Com certeza estamos no local certo! – Harry ficou animado.
- Mas como vamos procurar se não encontramos nenhum lugar para ficar? – Zayn estava preocupado.
- Talvez se acharmos a orcrux depressa, possamos ir embora ainda esta noite e acampar perto de alguma uma estrada. – Sugeriu Niall.
Todos acharam a ideia excelente, e começaram a caminhar pela cidade com os seus cavalos. A luz aumentava de intensidade a cada metro, piscando em intervalos cada vez maiores.
Por fim, a luz estava tão forte e demorando tanto a piscar, que eles concluíram que deveriam estar muito perto da orcrux. Quando olharam em volta, porém, viram-se bem diante do castelo de Crystal.
- Vocês acham que a orcrux está lá dentro? – Harry manifestou o pensamento de todos.
Se a orcrux estivesse dentro do suntuoso palácio que se erguia diante dos seis viajantes, eles teriam um sério problema. Liam se afastou do castelo a fim de tentar descobrir se a orcrux não estava em uma das lojas próximas do palácio. Porém, quanto mais se afastava, menos brilhante ficava a pedra do medalhão.
Voltou para junto dos companheiros:
- Só pode estar lá dentro. – Concluiu, desanimado.
- E agora? Como vamos fazer pra encontra-la? – Perguntou Niall.
Eles pararam e pensaram por um momento. Zayn quebrou o silêncio.
- Bom, não vai haver um baile no castelo, esta noite?
- Sim. – Confirmou Louis.
Zayn continuou:
- Se houvesse uma maneira de conseguirmos alguns convites...
- Zayn tem razão... – Concordou Louis. – Mas como faremos para conseguir convites? E como conseguiremos roupas adequadas para um baile?
Harry coçou o queixo. Zayn, a cabeça. Niall se apoiou em seu cavalo. Liam ficou olhando do medalhão para o castelo. Pin encarava o horizonte, a expressão indecifrável. Louis, por fim...
- Tive uma ideia! – Exclamou, de repente. – E se... – Louis olhou para um volume que estava imóvel sobre o lombo de Khan.
Quando todos entenderam o que ele queria dizer, vieram as repreensões:
- Ah, não! – Disse Niall.
- Sem chance! – Liam.
- Não dá pra confiar! – Zayn.
- Você enlouqueceu. – Harry.
Louis olhou para Pin, esperando que ele também brigasse. No entanto...
- Acho que é a melhor das nossas opções. – Pin disse, e Louis abriu um sorriso de orelha a orelha.
- Quê?! – Exclamou Harry. – Enlouqueceu, Pin?!
- Não... – O chinês respondeu. – Só acho que seria uma boa ideia.
- Mas e se ele fugir?! – Falou Zayn, preocupado.
- É um risco que correremos, apesar de eu achar que ele não irá fugir. – Respondeu Pin.
- E por que não fugiria, hein? – Harry fez uma careta de “nossa, como você é burro”.
Pin ignorou Harry e respondeu num tom de indiferença.
- É porque existe algo conosco que ele não vai querer deixar para trás.
Harry bufou, pois percebeu que Pin fora mais esperto que ele. Pin sorriu, glorioso diante da cara emburrada de Harry.
- Aliás... – Disse Louis. – Ele não só quer algo que nós temos, como também o terá!
- Como assim? – perguntou Liam.
- Rapazes, eu tenho um plano! Nós vamos matar dois coelhos com uma cajadada.

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Sméagol acordou com um balde de água na cara. A criatura tentou avançar em alguém, mas ainda estava amarrada, com o corpo recostado em um tronco de árvore.
Louis, que segurava o balde com água, ajoelhou-se perto do bicho, que emanava ódio por todos os seus poros. Sua expressão era ameaçadora.
- Tá bom, bichinho.  – Começou Louis. – Você vai me ouvir e ficar quietinho até eu terminar. Também vai responder a todas as minhas perguntas.
Eles estavam acampados em um bosque que circundava a lateral dos altíssimos muros do palácio. Ali, estavam escondidos e ninguém os incomodaria.
Louis começou a perguntar. Atrás dele, Zayn segurava uma flecha já apontada para Sméagol e Pin se esgueirava com sua espada.
- Sabe escalar?
Sméagol balançou a cabeça, confirmando.
- Sabe se esgueirar pelos locais sem ser visto?
Sméagol confirmou novamente.
- Ótimo. Então você vai entrar dentro do castelo que está além dessas árvores e vai roubar seis convites para um baile que haverá esta noite.
Sméagol sorriu malignamente.
- Por que acha que a gente vai fazer isso pra você?
- Porque... – Louis se levantou e foi até Zayn, tirando a corrente de baixo de sua blusa e mostrando o anel para Sméagol, que arregalou os olhos. – Se você trouxer os convites para mim, nós vamos te dar o que você tanto quer.
Sméagol pareceu esperançoso por um momento, quase humano. Louis teria sentido pena dele, se o sorriso não tivesse durado puco, sendo substituído por um expressão de ódio novamente.
- Gollum! Gollum! Mentiroso! Você não vai dar o anel pra gente. Você não vai dar...
- Dou-lhe a minha palavra! – Garantiu Louis. – Liam!
Liam foi até a corda e desamarrou-a, correndo para longe de Sméagol o mais depressa possível.
Sméagol ficou um tempo parado, ainda, olhando desconfiado para todos. Ele grunhiu e correu por entre as árvores.
- Você acha que ele vai trazer os convites? – Liam estava receoso.
- Pois eu tenho certeza. E, quando ele voltar, daremos um anel falso para ele e Sméagol finalmente irá embora. Nos livraremos de dois problemas de uma vez só. – Respondeu Louis.
- E onde você vai arranjar um anel falso? – Perguntou Zayn.
- Bom, eu vou dar um pulinho no comércio e encontrar uma joalheria. É um anel comum, não vai ser difícil achar um igual. Você me acompanha, Zayn?
Zayn concordou.
- Aproveitando, passaremos em um alfaiate para comprarmos roupas de gala para nós seis, ok, rapazes. – E, dizendo isso, Louis desapareceu com Zayn, rumo ao comércio da cidade. Era por volta das três horas da tarde.

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Lá pelas cinco e meia, Zayn e Louis voltaram.
- E então... – Louis estava curioso. – O monstrinho já voltou?
Harry, Pin, Liam e Niall balançaram a cabeça negativamente, desanimados.
- Nem sinal dele. – Comentou Liam.
Louis suspirou. Começava a duvidar se realmente deveria ter confiado em Sméagol.
- Mas... – Harry interrompeu os pensamentos de Louis. – Conseguiram o anel e as roupas.
Foi a vez de Zayn suspirar.
- O anel foi fácil... – Ele disse, falando bem baixo a palavra anel. – Custou um pouco caro, mas Louis tinha dinheiro suficiente. O problema foram as roupas... Todas as alfaiatarias estavam abarrotadas de trabalhadores, dando os últimos retoques em peças que serão usadas no baile desta noite. Não havia uma peça disponível nem um único trabalhador sequer para ajudar. Procuramos em outras lojas, mas como o baile é hoje, cobraram preços pelos quais não poderíamos pagar...
Zayn foi interrompido por um farfalhar de folhas de um arbusto a sua direita. Dali, depois de alguns segundos, apareceu Sméagol. Ele estava com um expressão desconfiada no rosto, ainda, mas também cansada. Tinha dois envelopes nas mãos. O que quer que tivesse feito para conseguir aqueles papéis, não tinha sido fácil.
Ele jogou os envelopes no chão, que Niall rapidamente pegou e abriu. Eram dois convites.
- Mas... – Niall disse, olhando dos convites para Sméagol e de Sméagol para seus colegas. – Só tem dois...
Sméagol olhou com raiva para Niall.
- Foi só o que a gente conseguiu. Muitos guardas tomavam conta do palácio... Muitos... Eles quase pegaram a gente... – Ele sorriu diabolicamente. – Mas a gente foi mais esperto... Pegamos os dois envelopes e eles nem perceberam...
Sméagol riu. A risada dele causou calafrios em todos. Depois, de repente, como se tivesse se lembrado, ele grunhiu e olhou feio para todos novamente.
- A gente quer o combinado, agora...
Louis balançou a cabeça para Zayn, que tirou a corrente com o anel do pescoço e a jogou para Sméagol. A criaturinha, por sua vez, pegou a corrente e saiu correndo, gritando:
- PRECIOSO! PRECIOSO! É NOSSO! É NOSSO!
Os rapazes ficaram olhando na direção para onde o bicho tinha ido, até perderem-no de vista e não ouvirem mais nada. Foi quando Louis tirou de baixo de sua própria roupa a corrente com o anel verdadeiro e sorriu, guardando-a rapidamente.
- Ok. Dois problemas resolvidos. – Disse Harry.
- É... Mas... – Niall falou. – Ainda temos um problema maior: O baile vai acontecer daqui a aproximadamente uma hora e meia, segundo o convite, e não temos roupa para entrar!
Todos ficaram pensativos novamente. Não havia mais o que fazer. O dia já ia escurecendo, e não tinha nenhuma maneira deles entrarem no castelo para procurar a orcrux.  Com ou sem convite, nada podia ser feito.
- Ai, ai... – Harry começou a falar, tristonho, sentando-se no chão. – Queria que acontecesse que nem na história da Cinderela... Uma fada-madrinha podia aparecer, dar roupas pra gente, e tudo estaria resolvido.
- Harry! – Pin exclamou. – Você é um gênio!
- Eu sou?
- Ele é? – Todos perguntaram em uníssono.
- Sim! – Pin começou a explicar. – Se Cinderela precisava de uma fada e ela apareceu, tudo o que temos que fazer é precisar de uma fada também!
- Mas nós já precisamos! – Falou, em tom de deboche, Harry.
- Então nós temos de chama-la! – Raciocinou Pin.
- Como? – Indagou Liam.
- Parem de baboseira! – era Harry novamente. – Fadas não existem!
- Shhh! – Pin brigou. – Fadas só aparecem para quem acredita nelas. Temos que acreditar.
- Mas a Cinderela nem tava chamando uma fada na história... – Disse Niall.
- E você acha que toda história é verdadeira? Se eu pedir pra cada um de nós contarmos a história da Cinderela, cada um contará de um jeito diferente. É típico da tradição oral.
- Então, tá. Como chama-la? – Louis retomou a pergunta de Liam.
Pin comprimiu os lábios, pensativo. Depois, começou a falar:
- Eu acredito em fadas. Acredito, acredito.
Todos olharam estranhamente para o chinês. Pin repetiu a frase, balançando as mãos numa indicação de que deveriam fazer igual.
- Eu acredito em fadas. Acredito, acredito.
Os meninos começaram a repetir, com ele.
- Eu acredito em fadas. Acredito, acredito.
                Pin chegou perto de Niall e Harry e segurou suas mãos, fechando os olhos. Os demais correram até eles, agarraram suas mãos e fecharam um círculo, cerrando seus olhos logo em seguida. O sol já havia quase desaparecido, e o ambiente estava sendo iluminado por uma pequena fogueira que Niall acendera alguns minutos antes de Zayn e Louis voltarem.
                De olhos fechados, eles subiram o tom da frase:
- EU ACREDITO EM FADAS. ACREDITO, ACREDITO.
E continuaram falando, com tal convicção que era assombrosa. Até que chegaram ao ápice:
- EU ACREDITO EM FADAS. ACREDITO, ACREDITO.
E então, ao terminarem de pronunciar a frase, um vento forte soprou, vindo de cima, apagando a fogueira e jogando todos os rapazes no chão. Eles abriram os olhos, e tudo estava escuro, agora que a fogueira se apagara, a não ser... A não ser algo que descia do céu.
No início, pensaram que eram as estrelas. Porém, algo que parecia glitter mágico descia na direção deles. E, quanto mais perto do chão chegava, mais denso aquele glitter ficava, até que começou a se unir e tomar forma.
Um jorro de luz tomou conta do ambiente, cegando os cinco heróis que estavam no local.

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E aí pessoal? Gostando?
Continuo com dois comentários.
Bjs

Elissa



2 comentários:

  1. Onwt, que fofo, eu tambem acredito em fada muhahahahhaha, so me falta um baile para rir hahah, parei. Cara, eu vi seus desenhos, voce desenha muito bem :)

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  2. Continua! Estou muito curiosa!

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