Capítulo 28 - A Fuga

Capítulo 28 – A Fuga

Louis e Zayn conseguiram se abaixar antes que o mangual destroçasse a cabeça deles. Harry já se erguera e desviara de outro golpe. Era terrível: As quatro armaduras que estavam expostas naquela sala estavam atacando os três jovens. Sim! Isso mesmo! As armaduras!

                Como que por mágica, elas haviam ganhado vida, e agora tentavam matar Louis, Harry e Zayn.

                - MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO! – Berrou Louis, se abaixando de outro golpe com um mangual.

                Zayn e Harry não responderam, ocupados demais em desviarem-se das outras armaduras. Harry, aliás, estava sendo encurralado por duas delas.

                Louis pegou sua espada e acertou com força a lateral da armadura viva. Nada aconteceu com ela. A espada tremeu com o impacto, e foi Louis quem se desequilibrou e caiu.

                O cavaleiro mal teve tempo de se afastar do golpe que veio em seguida. O mangual acabou por acertar o chão onde Louis estivera caído há apenas um segundo, levantando pedregulhos do mármore que revestia a sala. Louis não pôde deixar de imaginar que era sua cabeça o alvo da arma.

                Zayn estava em uma situação tão ruim quanto de Louis, e Harry estava ainda pior. Ele nem conseguia se desviar de uma das armaduras, já tinha que se preocupar com as outras.

                Zayn estava carregando um punhal por baixo da roupa, mas ele não seria útil contra a armadura. Por isso, O Gato de Botas voou até a parte da parede onde estavam exibidas várias espadas, e agarrou a mais pesada delas. Seu peso era tanto, que ela quase caiu das mãos de Zayn.

                Ele se desviou de mais um golpe, arrastando a arma recém-adquirida consigo. Além de pesada, ela era também muito longa para ele.

                A grande armadura se aproximou de Zayn, preparada para lhe dar um golpe certeiro. Foi quando o Gato de Botas reuniu todas as suas forças e girou a espada no ar, acertando a “barriga” da armadura.

                O peso da espada era tão grande, que a coisa maligna que o atacava se despedaçou no chão. Um estrondo altíssimo foi ouvido quando ferro encontrou mármore. Mas Zayn não teve tempo para comemorar: outra armadura veio por trás da que ele acabara de derrubar, e ele só teve tempo de se abaixar e chutar os “pés” do “atacante”.

                Por sorte, este tinha sido o golpe certo. A armadura se desequilibrou e caiu sobre a armadura que atacava Louis, que estava logo à frente dela. As duas se despedaçaram no chão.

                Louis e Zayn suspiraram, e então se lembraram de Harry ao ouvirem seu grito. Harry e seus cachos estavam apoiados contra o altar onde estavam os sapatos de cristal. Em um movimento fatal, a armadura levantou os braços segurando o mangual e abaixou-o com tudo, mirando a cabeça de Harry. Este, desesperado, conseguiu se desviar por um tris.

                O mangual acertou com força a caixa de vidro que lacrava o sapato de cristal, quebrando sua parte de cima. Louis e Zayn correram até a armadura e, os dois juntos, se lançaram sobre ela.

O peso de ambos derrubou-a no chão, e ela também se despedaçou.

Harry estava caído em um canto, o coração aos pulos. Ele olhou para Zayn e Louis enquanto se levantavam. Os olhos dos três revelavam o espanto que estavam sentindo.

Zayn, no entanto, acordou a todos:

- Rápido! Vamos pegar os sapatinhos!

Louis foi até os acessórios de cristal e colocou o medalhão em cima deles. A luz que foi emitida tirou quaisquer dúvidas que restassem: aqueles sapatinhos de cristal eram uma das orcruxes.

- Rápido! – Disse Harry. – Pegue-os!

Louis esticou a mão para tocar os sapatos, e assim que entrou em contato com a superfície cristalina dos acessórios, soltou um grito de dor: estavam queimando!

- Não consigo pegar! – Louis exclamou, olhando as marcas de queimadura em suas mãos. – Estão pegando fogo!

Harry fez um olhar desesperado, mas Zayn olhou ao redor e teve uma ideia: Havia uma pequena mesa com tiaras de brilhantes, forrada com um rico e grosso pedaço de tecido. Zayn puxou esse pedaço, sem se importar quando as tiaras caíram no chão. Estava indo enrolar o tecido nas orcruxes, quando ele, Harry e Louis ouviram o mesmo barulho, atrás de si.

Eles se viraram para olhar o que era, e o coração dos três quis saltar da garganta: os pedaços das armaduras estavam se mexendo! E SOZINHOS! Eles começaram a assistir à recomposição das peças, espantados.

Foi então que Louis se tocou:

- Minha nossa! A orcrux está fazendo isso!

- O QUÊ? – Gritou Harry.

- A ORCRUX É MÁ, LEMBRA? ELA ESTÁ CONTROLANDO AS ARMADURAS!!!

Harry e Zayn logo se recordaram do que Dumbledore dissera sobre o anel, e o que este havia feito com o bruxo. Quando fizeram a associação, seus olhos se esbugalharam.

- RÁPIDO! – Harry berrou para Zayn, que agilmente enrolou os sapatos com o tecido, enquanto as armaduras ainda se reconstituíam.

Os três estavam saindo pela porta no exato momento em que as armaduras acabavam de se reconstruir. No entanto, o que encontraram do lado de fora da sala não foi muito agradável também.

Eles estavam voltando pelo caminho que haviam feito antes, mas se depararam com um grupo de guardas que vinha apressado: Uns vinte deles. Os guardas haviam ouvido os estrondos estranhos vindos da sala dos tesouros e estavam indo até lá para investigar. Quando viram, porém, Zayn com algo enrolado em um pano, Louis e Harry, logo julgaram que eram ladrões e que estavam roubando o tesouro real.

Os três amigos viraram desesperados para o outro lado. Uma perseguição começou.

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O ar estava frio do lado de fora do palácio, e Mulan tremia. A chinesa olhou para o grande relógio atrás do castelo, preocupada:

- Ai, ai Khan... – Falou para seu querido cavalo. – Estou com um mau pressentimento... Já são quinze para a meia noite e nada deles...

O tempo realmente a incomodava. Se eles não chegassem em quinze minutos, o que aconteceria?

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Niall e Liam dançavam alegremente com as duas princesas. No início, sorriam, mas agora seus olhares estavam serenos e eles conversavam amigavelmente.

- Oh, Leeroy! Você é um excelente dançarino! – Gabi falou, admirada.

- E você tem o rosto mais perfeito que já vi em toda a minha vida... – Foi a resposta dele.

Gabi corou.

- Gabi... – Disse Liam. – Eu realmente gostaria muito de te ver de novo algum dia... – O olhar dele não podia demonstrar tanta sinceridade. Gabi ficou derretida por dentro.

- E por que não nos veríamos? – Ela perguntou, inocente.

Liam fechou os olhos e suspirou, ainda dançando com ela. A música alegre não combinava com sua expressão.

- O que foi, príncipe Leeroy? – Gabi franziu a testa. – Há tantos bailes por aqui... Farei questão de que papai mande um convite a Farmland.

- Não, é que... – Ele estava muito nervoso, e suas mãos começaram a suar frio. Mas, apesar de estar com ela há apenas algumas horas, ele estava muito apaixonado. Sabe, aquela história de amor à primeira vista? Foi quase isso.

Com Niall não era diferente.

- Príncipe Harvey, não poderia apreciar tanto outra companhia esta noite! – Tália falou, olhando bem fundo nos olhos azuis de Niall. Ela sentia que, a cada vez que fazia isso, se perdia na imensidão daquele azul.

Niall riu, corando. Depois disso, olhou para ela novamente, sério. Olho no olho. Ela retribuiu o olhar, firme.

- Tália... Princesa Tália...

- Só Tália, por favor...  – Ela disse ao loiro.

- Ok... Tália... – Niall estava visivelmente nervoso. Ele hesitou e desviou seu olhar do dela diversas vezes. Quando começou a falar, seus olhos focavam o chão a seu lado. – Você... você me perguntou... se eu seria capaz de, algum dia... amar uma plebeia, mesmo que ela fosse a mais miserável dentre o povo...

- Sim. – Ela confirmou. – Eu perguntei. – Ela continuava encarando Niall, pressionando uma resposta dele.

Ele prosseguiu:

- Então... Acho que é a minha vez de perguntar... – Ele fechou os olhos, parando por um segundo. Quando os abriu novamente, mergulhou-os nos da princesa. – E quanto a você? Seria capaz... de amar... er... de amar um plebeu? Mesmo que ele fosse o mais miserável dentre os plebeus?

A pergunta confundiu tanto a princesa que ela parou de dançar. Ela olhou para Niall, tentando decifrar sua expressão. Por uns cinco segundos, ela não disse nada. Todavia, por fim, abriu a boca para responder:

- Eu...

Mas ela não teve oportunidade de responder.

Naquele exato momento, vários gritos foram ouvidos. Liam e Gabi também pararam a dança. Todo o salão virou os olhos para a direção do barulho e, em questão de segundos, três rapazes passaram correndo de uma extremidade a outra do salão, rumo à porta principal. E qual não foi a surpresa quando um grupo enorme de guardas passou correndo atrás deles, logo em seguida. Outros guardas que estavam no salão também correram atrás dos fugitivos.

Niall e Liam viram seus três amigos correndo desesperados, e nem tiveram tempo de entender o que se passava, pois, simultaneamente à passagem deles, um outro barulho, muito mais alto, foi ouvido.

Era a primeira badalada que indicava meia-noite.

Niall e Liam se entreolharam. Eles tinham segundos para sair do salão, ou todos descobririam sua fraude.

Liam beijou a mão de Gabi.

- Adeus Gabi!

- O quê! – A princesa desviou os olhos da baderna para ele.

- Tenho que ir, Gabi! Adeus, jamais te esquecerei. – Foi tudo o que disse, e saiu correndo.

Niall também fez o mesmo, e os dois saíram apressados do salão, sem maiores explicações.

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“BLÉIM”

A sexta badalada soou quando Harry, Louis e Zayn alcançaram a entrada do palácio. Uma luz mágica cheia de “glitter” surgiu do nada e começou a envolvê-los.

- Corram! – Os guardas berravam atrás deles, mas os rapazes já estavam a uma boa distância.

Liam e Niall surgiram de repente ao lado deles. Eles atravessavam o terraço principal, rumo à escadaria que os levaria até a carruagem onde Pin esperava. O ar da noite era frio, mas a agitação era tanta, que eles nem percebiam.

- ESTÃO COM A ORCRUX? – Liam berrou.

- SIM! – Zayn gritou de volta.

Eles começaram a descer a escada, mas, então, algo aconteceu: Zayn caiu de cara no chão, e o tecido com os sapatinhos voou de sua mão.

Louis desceu rapidamente os degraus para pegar os sapatos, e os outros nem olharam para trás, julgando que Zayn havia tropeçado. Porém, não era isso que havia acontecido com o Gato de Botas.

Quando Loui, Harry, Niall e Liam se viraram para ver, Sméagol estava segurando o pé de Zayn, enquanto este lhe dava um forte chute na cara.

- ME SOLTA! – Zayn berrou para Sméagol. Os guardas estavam se aproximando.

- VOCÊ MENTIU! VOCÊ MENTIU PRA GENTE! – A voz da criatura esbanjava ódio. – DEVOLVE ELE PRA GENTE, AGORA!

“BlÉIM”

A décima segunda badalada se fez ouvir, e Zayn já estava de volta ao normal.

Ele chutou outra vez Sméagol, que continuou segurando seu pé. O Gato de Botas, então, forçou o corpo para baixo, e sua bota saiu de seu pé, ficando nas mãos de Sméagol.

No entanto, o monstrinho não se fez de bobo, e pulou sobre Zayn, mordendo-lhe a perna.

Zayn gritou de dor, enquanto Sméagol saltou sobre seu pescoço, puxando a corrente com o anel de poder.

Depois disso, grunhiu e foi embora depressa.

O sangue escorria da perna de Zayn, e ele começou a se arrastar pelos degraus abaixo, sem muita força para se levantar.

Os guardas chegavam perto, já estavam nos degraus, perto dele.

Então, de repente, uma luz branca e muito forte surgiu do nada, atrás de Zayn, cegando os guardas que estavam prestes a pegá-lo.

O Gato de Botas continuou se arrastando, também um pouco cego pelo clarão, até sentir mãos firmes agarrarem-no e erguê-lo sobre um cavalo.

Ele sentiu os braços de outro alguém envolvê-lo firmemente, e também sentiu o corpo do cavalo balançar quando o animal começou a galopar.

Zayn olhou para o clarão uma vez mais, antes de desmaiar no colo de Louis. A última coisa que ele viu antes de fechar os olhos foi a silhueta de uma bela mulher com asas, no alto, portando uma varinha.

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- ENTÃO ELES FUGIRAM COM O TESOURO REAL?! – O rei estava furioso.

- Parece que sim, majestade. Não conseguimos detê-los, lamentamos muito... – Um dos guardas disse, abaixando a cabeça, envergonhado. – A única coisa que sobrou deles é um pouco de sangue fresco, na escada. Não sabemos como, mas um deles caiu e se machucou na descida.

O rei bufou e, nervoso, deu três voltas ao redor de si mesmo.

- E vocês tem certeza de que eram os guardas da segurança de Leeroy e Harvey?

- Sim, senhor...

Azul olhou para as duas filhas, num misto de ódio e desapontamento.

- Sinto muito meninas, mas parece que os príncipes Harvey e Leeroy eram apenas ladrões disfarçados. Não é à toa que eu nunca ouvira falar naqueles reinos ridículos. – O rei socou o ar. – E AINDA ILUDIRAM AS MINHAS FILHAS!!! – Ele estava furioso.

Tália e Gabriela abaixaram a cabeça. Nenhuma delas queria acreditar que aquilo era verdade, mas elas haviam visto tudo com os próprios olhos... Se não fossem ladrões, o que eles poderiam ser, exatamente?

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Uma mulher muito alta passou pelos guardas e pelo rei, sem receber muita atenção. Ela ainda estava indignada por não ter conseguido enxergar os dois cavaleiros que dançavam com as princesas e nem os fugitivos... Aquilo cheirava a magia...

Ela se dirigiu à escada por onde os fugitivos haviam descido rumo a seus cavalos. Viu o sangue fresco em alguns degraus, e seu primeiro instinto foi lambê-lo. Ela estava com muita fome. No entanto, precisava manter as aparências, estava em um lugar público, por isso desviou a cabeça.

Em um canto, mais além em um dos degraus, algo chamou a atenção dela. Era uma bota. A bota de Zayn.

Ela foi até o objeto e o pegou. Havia sangue seco na sola, e ela o cheirou. Tinha o mesmo cheiro do sangue que estava respingado nos degraus de cima, embora um pouco mais fraco.

- Ora, ora, ora... – Ela disse. – Mas o que temos aqui?... – Ela sorriu diabolicamente. Ah, aquela bota faria tanto por ela... – Ai, ai... Hora de descobrir o que, exatamente, aconteceu aqui hoje... E de quem é esta bota, também...

Taylor começou a descer os degraus que levavam ao fim da escadaria. Porém, antes de chegar ao fim deles, ela já havia desaparecido.

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Oi Gente?! O que estão achando?

Continuo com três comentários.

Bjs

Elissa

P.S.: Se você for a Talita, que gosta de desenhar, me responda uma coisa: Você recebeu minha mensagem de volta?