domingo, 4 de agosto de 2013

Capítulo 29 - Inquebrantável


Capítulo 29 - Inquebrantável


Zayn gritou quando Pin esparramou um pouco de um líquido anti-inflamatório em sua perna. O chinês tratava da ferida que Sméagol havia aberto na perna do Gato de Botas ao roubar o verdadeiro anel de poder.
                - AI!
                - Calma Zayn... – Pin acalmou-o. – Vai arder um pouco, mas pelo menos você não vai pegar uma infecção.
                - Escute o que ele diz! – Anunciou Louis. – Melhorou a minha ferida também!
                Louis olhou em volta. Todos eles estavam muito cansados. A fuga do castelo da Cinderela havia sido muito desgastante: eles haviam corrido com os cavalos durante umas quatro horas seguidas, sem parar, e haviam acabado de encontrar um lugar que julgavam seguro para descansar.
Estavam dentro dos limites de uma outra floresta. Os cavalos haviam feito o trajeto para sair da cidade e penetrado o bosque que circundava a estrada. O bosque acabara conduzindo-os para uma floresta. O dia ainda não amanhecera.
- Pessoal, descansem por uns vinte minutos, e depois partiremos novamente. – Louis fez-se ouvir pelos companheiros. – Não podemos perder tempo! Ainda podem estar atrás de nós.
Liam soltou um suspiro cansado, e Niall nem respondeu, pois já havia cochilado, com a cabeça repousando sobre o tronco de uma árvore. Harry lutava contra seu sono, mas seus olhos estavam quase se fechando involuntariamente.
Enquanto Zayn ainda gemia de dor, Louis sentou-se numa pedra para repassar os acontecimentos das horas anteriores: eles haviam conseguido os sapatinhos de cristal, uma das orcruxes, mas perdido o anel de poder, roubado por Sméagol no último momento.
E agora? Como fariam para encontrar o anel?
Uma ideia lhe ocorreu, de repente. Louis levantou-se da pedra e caminhou até Liam, a fim de pedir-lhe o mapa com a localização das orcruxes. No entanto, percebeu que Liam já havia tido a mesma ideia que ele.
- Já rastreei Sméagol. – Disse o fazendeiro, olhando no mapa. – Ele não está muito longe daqui, parece que resolveu fugir também...
- Quanto tempo para alcançá-lo? – Louis perguntou.
- Umas três horas, por enquanto. Mas ele continua se movendo. E muito rápido. – Liam apontou a posição do anel de poder no mapa. – Mas não é apenas ele que se move.
- Como assim? – Louis franziu o cenho.
- Olhe aqui! – Liam apontou para o braço de mar entre a Irlanda e a Inglaterra. – Há uma orcrux aqui, que se move do porto inglês até a costa irlandesa. Ela já foi e voltou uma vez. Está no porto de novo agora. E trouxe consigo, na última viagem, uma outra orcrux que estava marcada na Irlanda. – Liam apontou outro borrão no mapa. – Esta orcrux que veio da Irlanda até aqui também está se movendo, vindo mais para o interior da nossa Inglaterra.
- Que estranho... – Louis raciocinou. – Porto, movimentação entre uma costa e outra... Talvez uma das orcruxes esteja dentro de um navio...
- Sim, suspeito que haja uma grande possibilidade de isso ser verdade... – Concluiu Liam. – Mas também nunca vi um navio com tamanha velocidade para cruzar, ida e volta, um braço de mar em tão pouco tempo! Questão de dias!
Ficaram em silêncio, tentando absorver um pouco das informações.
- E então... – Liam olhou para Louis. – Vamos atrás de Sméagol ou da orcrux que está vindo mais aqui para o interior?
- Por ora, seguiremos o rastro de Sméagol, que não está muito longe. – O cavaleiro deu a palavra final e foi agitar os outros. O descanso já havia acabado.
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Eles se embrenharam ainda mais pela floresta, o que dificultava a caminhada. Cavalgaram por muitas horas sem fim. Niall dormiu sobre Potatoe basicamente a viagem inteira. Liam e Zayn também cochilaram em alguns momentos. Louis, apesar de extremamente cansado, batalhava com suas pálpebras, assim como Pin. Era por volta das seis horas da tarde quando eles chegaram em uma parte da floresta muito aconchegante.
À frente deles havia um lago de porte médio e, ao lado do lago, uma rocha muito grande saia de uma elevação do solo. A rocha tinha uma abertura frontal que se estendia um pouco para o fundo, formando uma caverna.
Louis decidiu que era ali que eles parariam para dormir aquela noite. Pin e Zayn entraram na caverna para ver se não era habitada. Felizmente, não era.
Niall, tropeçando de sono, amarrou as rédeas dos cavalos em uma árvore e ajudou Liam a recolher os galhos para acender uma fogueira.
Liam olhou o mapa e tentou deduzir a localização deles.
- Parece que estamos no domínio da Floresta Avalon...
Niall, que estava sonolento, levou um susto tão grande que seus olhos não poderiam ter ficado mais abertos:
- Avalon! – Ele berrou. – Não! Não deveríamos estar aqui!!!
- Por que não? – Indagou Liam.
- No meu vilarejo ouvimos muitas histórias sobre este lugar! Dizem que há seres místicos aqui. Esta floresta é encantada... ou amaldiçoada!
- Mas... Que tipo de seres? – Pin se aproximou.
- Seres de todos os tipos! Seres bons e maus. Ninfas, fadas, duendes, anões, e até outras criaturas que eu nunca ouvi falar em outras histórias, uns tais de curupira, mula-sem-cabeça, boitatá, boto...
- Que coisa estranha – comentou Zayn.
Eles então ouviram um barulho gutural. Niall ficou arrepiado como um porco-espinho, e os outros rapazes também estavam quase se cagando de tanto medo. Por fim, eles seguiram a direção do som e ficaram aliviados: Era apenas o ronco de Harry, que havia se deitado num canto da caverna e já estava adormecido.
Mais calmos, eles retomaram a conversa:
- Essas coisas não existem. – Declarou Louis. – Anões? Mula-sem-cabeça?! Por Deus.
- Não sei se é muito bom pensar assim, Louis. – Disse Pin. – Pelo que todos vocês me contaram, até um tempo atrás também não acreditavam em magia...
Louis ficou quieto. Ele queria que não fosse verdade, mas Pin estava certo. Se perguntassem para ele se achava que bruxas existiam há umas duas semanas, Louis diria que não. Agora ele tinha no braço uma cicatriz de mordida de uma criatura chamada Sméagol e marcas de unhas de uma bruxa no pescoço.
Anoiteceu e todos eles foram dormir. A fogueira estava baixa, para não chamara atenção, e havia sido acesa meio para dentro da caverna, para aquecer os rapazes. A copa das árvores altas impedia a passagem da fumaça, protegendo-os de denunciar onde estavam.
Niall foi o primeiro a montar guarda, por ter dormido mais durante a viagem. Mas eu mentiria se dissesse que ele permaneceu acordado, Quinze minutos depois do início de sua vigília, ele estava desmaiado. E os rapazes ficaram sem alguém que ficasse atento ao redor a noite inteira. Por sorte, nada de ruim aconteceu, e Louis não pôde culpar o loiro pelo ocorrido ao levantar de manhãzinha.
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Quando Harry acordou, Louis, Zayn, Liam, Niall e Pin estavam em volta da fogueira, que já havia sido apagada, fazendo uma boa refeição, tirada da bolsa encantada que Dumbledore entregara a Pin.
- Bom dia, Bela Adormecida! – Saldou-o Louis. – Cara, você dormiu, hein!
Harry respondeu com um resmungo mal-humorado, enquanto se sentava e tirava o que desejava comer de dentro da bolsa.
Quando todos terminaram de comer, agora que já estavam descansados, Liam tirou da boca de todos a pergunta que não queria calar:
- E então... Vamos ver os sapatinhos?
Pin se levantou e foi até Khan. Os rapazes seguiram o chinês. Pin abriu uma bolsa onde guardara os sapatinhos de cristal da Cinderela, ainda enrolados no pano com que Louis, Harry e Zayn haviam os pegado.
Eles não estavam mais quentes e Pin pegou-os com a mão, dando um para Louis e um para Harry. Os sapatos estavam muito pesados, e Pin teve de fazer um esforço para tirá-los da bolsa. Khan pareceu aliviado ao livrar-se do peso. Harry e Louis quase deixaram os objetos caírem.
Durante a viagem, eles haviam decidido que, para evitar que as orcruxes fossem roubadas deles, como acontecera com o anel, acabariam destruindo-as o mais rápido possível.
- E então... – Niall agitou os ânimos... – vamos destruir essa coisa?
Todos concordaram a cabeça, e o momento ocorreu como em câmera lenta: Harry e Louis levantaram os dois sapatinhos acima de suas cabeças, e ao mesmo tempo.
Contaram até três e os tacaram no chão.
O sapatinho que estava com Louis espatifou-se no chão e partiu-se em mil pedaços. O que estava com Harry, porém, permaneceu intacto, sem nenhum arranhão sequer.
Liam pegou o sapato que sobrara e, com todas as forças, tacou-o no chão novamente.
Nada aconteceu.
Louis tirou sua espada e bateu diversas vezes golpes fortes e certeiros sobre o pequeno objeto. Nenhum arranhão marcou o cristal.
Zayn pegou o sapato e levou até a rocha da caverna. Ralou-o na parte mais áspera da pedra, emitindo um zunido que causou aflição em todos.
Quando parou, olhou o sapatinho: Novamente, nada havia acontecido. Ele estava exatamente igual ao que era antes.
- Mas por que não quebra!? – Niall estava nervoso.
Pin respondeu:
- Dumbledore já havia nos avisado que a orcrux só seria quebrada com uma arma especial, lembram-se?...
- Mas que droga!  - Desabafou Harry. – Esse Dumbledore é muito esquisito. Sim, eu lembro que ele havia nos dito isso, mas não falou que arma poderíamos usar para destruir as porcarias de objeto.
- Ele disse que tinha de ser alguma coisa mais poderosa que o feitiço maligno contido na orcrux. – Pin lembrou.
Harry ficou nervoso:
- E por acaso você sabe algum objeto que tenha esse poder?! – Rebateu ele, com desdém.
Pin não se ofendeu com a frieza e amargura de Harry. Pegou o sapatinho, que estava com Zayn, e analisou-os em suas mãos.
- Nós precisamos pensar um pouco... Talvez, como essa floresta tem fama de ser encantada, possamos encontrar algo mágico e poderoso que...
Harry interrompeu o chinês, berrando descontrolado:
- AH, CALE A BOCA! NÃO HÁ NADA QUE POSSAMOS FAZER! E NEM PENSE EM FICAR FAZENDO INVOCAÇÕES DE FADAS DE NOVO! SE NEM DUMBLEDORE, QUE PARECE SER UM SUPER BRUXO, CONSEGUIU ACABAR COM UMA ORCRUX, DUVIDO QUE UMA FADA FAÇA MELHOR! – E dizendo isso, antes que Pin pudesse repreendê-lo, Harry pegou o sapatinho das mãos do chinês e tacou-o na água, de tanta raiva.
- Harry! – Louis deu um tapa no rosto do colega e depois segurou os ombros de Harry. – Controle-se! Não podemos ficar nervosos diante dessa situação. Temos que pensar!
- Não o culpe! – Pin colocou a mão sobre o braço de Louis, para que ele parasse de balançar Harry. – Ele não está dentro de si. É a orcrux que está fazendo com que ele fique assim.
- O quê?! – As sobrancelhas de Liam se uniram.
Pin suspirou e começou a explicar:
- Logo que Dumbledore me encontrou, foi atrás do anel, enquanto me deixava cuidando da lojinha em Hogwarts. Eu não o conhecia muito bem, mas conhecia suficientemente para saber de seu temperamento: Sempre muito calmo e sereno.
“Quando ele voltou da viagem, me mostrou o anel. Depois disso, as coisas continuaram normalmente, mas, uns dois dias após seu retorno, percebi que estava impaciente e irritado, e foi até grosseiro comigo.”
“Na noite seguinte, eu acordei assustada... digo, assustado, com gritos vindos do quarto dele. Corri até lá, e ele se contorcia todo. Estava de olhos fechados, tendo um pesadelo, mas suas mãos estavam em volta de seu pescoço, sufocando-o. Corri para acordá-lo e, quando fiz isso, o suor escorria por sua testa, e ele continuava assustado, fora de si. Ficou encarando a parede em frente a ele por um bom tempo.”
“Continuava preocupado, então me aproximei devagar, e toquei em seu ombro. Isso foi um grande erro: automaticamente, a mão dele virou e me bateu com força na face.”
“Caí no chão, e levei a mão à bochecha: ela sangrava, um corte feito pelo anel que estava no dedo de Dumbledore.”
“Tudo, então, fez sentido para mim. Percebi que ele estava agindo esquisito daquela forma desde quando voltara da viagem com o anel.”
“Então pulei em cima dele, e foi difícil, mas finalmente consegui fazer com que o anel escorrega-se para fora de seu dedo.”
“Naquele momento, ele, que havia se levantado para me bater, parou abruptamente, retornando a si. Sentou-se na cama e começou a chorar. Ele me contou como se sentia desesperado enquanto estava com o anel. A orcrux faz de quem a possui um prisioneiro de seus piores pesadelos. É por isso que Dumbledore advertiu que ficássemos trocando o anel entre nós diariamente.”
- Mas... – Zayn perguntou quando Pin terminou a narrativa. – Você é quem estava segurando a orcrux, não o Harry. Então, por quê...?
Pin respondeu de imediato:
- A orcrux não estende sua maleficência exclusivamente para quem a porta. Ela pode escolher o alvo que quiser, normalmente aquele que está mais frágil no momento, ou passando por algum problema que possa estar deturpando seu emocional. Talvez Harry possa estar se sentindo um pouco mais tenso com a situação do que os outros de nós. Por isso ela está tentando exercer sua influência para ele.
- De fato, estou me sentindo um pouco angustiado desde que fugimos do castelo... – Comentou Harry, que já estava se sentindo um pouco mais calmo simplesmente pelo fato de a orcrux estar dentro d’água, mais longe dele. – Mas não sinto que estava mais tenso que vocês. É claro, quase ser morto por uma bruxa deixa qualquer um tenso, mas eu sempre tive consciência de que a decisão de embarcar nessa missão era minha. E eu nunca me arrependi disso, nem pretendo voltar atrás.
- Mas, então, por que o Harry?! Se ele está no mesmo nível de fragilidade que qualquer um de nós, por que a orcrux o escolheria?
- Talvez ela pudesse ter escolhido qualquer um... Aleatoriamente. – Ponderou Niall.
- Ou... – Comentou o sábio Pin. – Harry é a chave para algo maior do que ele mesmo pensa...
Harry franziu a testa. Aquilo era muito estranho para ele. Pensar que pudesse ser mais fraco que seus colegas, ou mais especial...
Harry não pôde pensar muito mais. Naquele instante, as águas do lago começaram a borbulhar. 

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Oi gente, td bem? Desculpa não ter publicado antes,
sabem como é... Escola voltou e tenho de ler um livro insuportável chamado
Macunaíma.
Desejem boa sorte pra mim, a prova é semana que vem e minha média de 
leitura é três páginas por dia! :o :(
Continuo com três comentários.

Bjs

Elissa :)

3 comentários: