terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Capítulo 43 - Num Mar de Sereias

Capítulo 43 – Num Mar de Sereias

– Liam... – Mulan chamou-o de novo, colocando a mão sobre seu ombro. Ele não reagiu. Simplesmente apoiou-se ainda mais sobre a amurada e começou a cantarolar no ritmo da melodia que aquelas estranhas e fascinantes criaturas estavam emitindo. Ele fechou os olhos e balançou a cabeça, apreciando a música.
Mulan olhou em volta.
Niall estava descendo do mastro. Ela correu até ele.
– Niall, ainda bem! Ajude-me a descobrir o que está havendo com Lia... – Ela parou. Niall sustentava o mesmo olhar de Liam, e pareceu nem perceber a presença da chinesa. O loiro se dirigiu à amurada, como todos os outros homens faziam.
“Mas o que está acontecendo?”, ela se perguntou.
Subitamente, percebeu. Todos os homens estavam agindo daquela maneira. Ela era a única mulher no navio. Então... Só podia ser aquela música, aquele som que vinha das... Sereias!
– Eles estão enfeitiçados pelas sereias! – Ela exclamou.
“Louis!”, Mulan pensou. “Louis é apaixonado pela princesa, ele certamente não deve estar desse jeito.”
Ela procurou pelo cavaleiro. Decepcionou-se. Ele estava da mesma forma que os outros, e ria alto como um rapazinho apaixonado.
“Droga!”
– Harry?! – Ela chamou, procurando por ele.
– Venham pro papai, garotas! – ele gritava alto. Típico.
– Logan? – Ela o caçou com os olhos. O príncipe dançava sozinho no convés, abobalhado. Taylor não fazia muito diferente.
De repente, o navio balançou, lançando todos os homens da amurada direto para o convés. Eles caíram todos, e Mulan se desequilibrou e quase foi parar na água.
                O barco havia batido em alguma coisa. Mas... Como?
                A chinesa olhou na direção do timão. Jack estava tão enfeitiçado quanto os outros. Ele largara a direção do navio.
                - HOMENS! – Ela praguejou.
                Sem tempo para pensar mais, Mulan quase caiu de novo. Mais uma batida.
                Mulan correu para o timão e arrancou Jack de cima dele. Ela não fazia ideia de como comandar um navio, mas aquilo tinha de ser feito.
                O navio se inclinou um pouco num declive ligeiramente acentuado do nível da água, ganhando um pouco mais de velocidade. Era difícil enxergar tudo à frente, mas a chinesa ainda conseguia ver várias pedras que apareciam em seu caminho. Ela tentava desviar, desajeitada, e bateu várias vezes, lançando os homens para o centro do convés novamente.
                O navio parecia ficar cada vez mais rápido, e Mulan estava desesperada. Ela não tinha experiência, não sabia navegar e estava em um local estreito e cheio de armadilhas mortais, com todo o resto da tripulação enfeitiçada por um bando de sereias. O que mais faltaria acontecer?
                A resposta veio logo em seguida.
                Com o navio dando vários solavancos à medida que o “terreno” ia ficando mais acidentado, algumas daquelas criaturas começaram a subir em ondas até ficarem na altura da amurada.
                Os rapazes, que haviam sido jogados no convés pelos solavancos, logo que as viram, correram de volta à lateral do navio.
                As belas mulheres-peixe se apoiaram na amurada. O primeiro a alcançar uma das sereias foi Logan.
                A criatura agarrou-o e começou a beijá-lo. Mulan assistiu incrédula àquilo. O que aquelas sereias queriam afinal?
                Mais uma vez, a resposta veio logo em seguida.
                A sereia, ainda beijando o belo e jovem príncipe, foi abaixando-se cada vez mais, distanciando-se da borda do navio. Logan foi se inclinando para acompanha-la, até que...
                Até que ele caiu na água.
                - LOGAN! – Mulan gritou, mas, com a distração dela, o navio deu outra batida, lançando-a para a lateral do mesmo. Logan ficou para trás.
                Horrorizada e sentindo-se culpada, ela assistiu aos outros homens se aproximarem das outras sereias, que os esperavam para dar-lhes o mesmo destino de Logan.
                Louis era o outro mais próximo. Contudo, quando já estava nos braços da maligna criatura, Kevin apareceu na frente dele e atacou a criatura.
                A sereia gritou quando o bico de Kevin arrancou-lhe um pedaço do nariz, e revelou sua verdadeira face. Seu belo rosto de feições delicadas transfigurou-se em um rosto escamado e esverdeado. Seus dentes cresceram e os olhos ficaram amarelos. Ela tentou abocanhar Kevin, que se desviou e não foi pego por um triz.
                Carnívora.
                Kevin voou para trás e puxou Louis pela gola da camisa, tentando afastá-lo da sereia. Nesse instante, mais um declive colocou o navio em um pedaço mais plano, e a embarcação perdeu velocidade.
                Louis perdeu o equilíbrio com o chacoalhar do barco e caiu para longe das sereias, por pouco.
                Aproveitando a diminuição de velocidade do Pérola, Mulan foi até o convés. Vários homens já estavam com os lábios colados na boca das sereias, incluindo Liam e Niall.
                Ela correu e foi os puxando, para logo em seguida empurrá-los para a outra lateral do barco. Entretanto, qual não foi a sua surpresa quando também se ergueram daquele lado outras sereias.
                Entrando em pânico, ela olhou para o timão, para os rapazes, para Jack, que também estava de encontro a uma sereia, e para a paisagem que se revelava à frente.
                Seus olhos se arregalaram. A uns doze metros de distância, erguia-se uma pedra gigantesca e pontiaguda. Sua ponta era afiada e voltada na direção do navio.
                Ela precisava pensar rápido.
                A maioria das sereias já estava se inclinando para baixo com os rapazes.
                Mulan então se lembrou da fala de Jack.

“- Eles ainda estão nos seguindo? – Perguntou Liam.
                - Não... – Disse Jack. – Barbossa não é bobo de vir aqui com um navio mal equipado.
                - Como assim mal equipado? – Quis saber Louis.
                - Nosso navio tem lâminas laterais para destruir coisas que ameacem bater nele, como, por exemplo, madeira.”

                As lâminas! A chinesa subiu correndo às escadas que levavam ao piso superior onde estava o timão. Ela procurou por algo que pudesse acionar as lâminas. Fazia sentido que uma alavanca da ação, por exemplo, ficasse localizada próxima do capitão.
Ela encontrou à sua esquerda o que procurava. Exatamente como supunha, era uma alavanca. Direcionando toda sua força às mãos, Mulan tentou puxar o objeto, que estava um pouco emperrado e enferrujado.
                Finalmente, conseguiu.
                E o resultado foi exatamente como o planejado.
                As lâminas laterais se elevaram além do casco de navio, cortando em cheio as sereias pela metade, separando o corpo da calda.
                As sereias interromperam sua melodia para emitirem um grito altíssimo que retumbou na cabeça de Mulan, deixando-a tonta.
                A chinesa olhou para a água. Ela viu sangue. Havia conseguido matar aquelas sereias.
                O navio deu uma sacudida violenta, novamente derrubando os homens que estavam quase caindo da amurada de volta à madeira molhada do convés, para o alívio de Mulan.
                Mais uma sacudida trouxe a chinesa de volta à realidade. a pedra estava a uns quatro metros de distância, à direita, e eles iam bater.
                Mulan agarrou com força o timão e o girou fortemente para a esquerda.
                O navio inclinou-se com tudo para a esquerda. Mulan ficou a posição do timão, enquanto o navio seguia seu caminho. Apenas um pequeno pedaço dele atingiu a pedra, o que levantou lascas de madeira por todos os lados.
                Embaixo da água, pedras arranharam a madeira do navio, fazendo-o dar pulinhos enquanto batia nelas.
Sem tempo para ter alívio, Mulan percebeu que o canto das sereias não havia cessado. Mais delas surgiram nas laterais do navio, e todos os homens correram de encontro a elas.
– Não! PRAGAS! – Gritou a chinesa.
Nesse instante, Kevin apareceu a seu lado, emitindo guinchos desesperados.
- O que foi, Kevin?!!!
Ele voou até o convés e pairou ao lado do mastro.
Mulan olhou dele para o mastro, e do mastro para baixo.
O pássaro estava mostrando a ela... Uma corda. Uma corda?
Sim, uma corda!
A moça correu até o grande pedaço de corda embaixo do mastro.
Sentindo o barco bater em alguma coisa, ela segurou-se na madeira do alto poste, enquanto agradecia pelos rapazes serem derrubados no centro do convés mais uma vez.
Aproveitando a desordem e o desequilíbrio dos homens, ela amarrou às pressas uma extremidade da corda ao mastro, fortemente.
Depois, agarrou firme a outra extremidade e saiu correndo em volta do grupo de homens que se levantavam.
Fazendo um círculo completo, voltou na direção do mastro e puxou o resto da corda com força.
O grupo foi puxado até o poste de madeira e Mulan correu mais duas vezes em volta deles, prendendo-os.
Protestos foram emitidos enquanto ela amarrava a extremidade da corda que sobrara com três nós.
Suas costas doíam muito por causa do ataque em Hamelin, e as eventuais ondas e jatos de água que a atingiam faziam arder seus ferimentos por baixo da roupa.
Porém, ela tinha de ignorar tudo aquilo.
As sereias viram o que ela fizera, e agora parte delas tentava subir dentro do navio para atacar a chinesa. Uma delas de repente ergueu-se em uma onda e pulou sobre Mulan pelas costas.
Num movimento rápido, a chinesa desembainhou sua espada e golpeou a sereia ainda no ar. Caíram no chão um corpo sem cabeça e uma cabeça sem corpo.
Mulan concentrou-se no caminho, enquanto mantinha uma mão no timão e outra em sua espada.
A uns trinta metros, uma abertura revelava um céu claro e um mar límpido. A saída da Fenda! Finalmente!
Mais duas sereias pularam sobre ela, fazendo-a cair de costas e perder o ar com a dor. O timão desviou-se totalmente para a direita, fazendo o casco da embarcação chocar-se com tudo no casco de um outro navio naufragado.
Uma das criaturas mordeu o tornozelo de Mulan, que golpeou às cegas próximo de seu pé e conseguiu arrancar um guincho de dor. O tornozelo se libertou e a chinesa girou o corpo, ficando de bruços e fincando sua espada bem no peito da outra criatura que se preparava para abocanhar sua cabeça.
– Vadias!!!
Livre das duas, Mulan retornou ao timão, quase caindo pela dor em seu tornozelo. Os dentes da criatura eram tão duros e afiados que haviam conseguido penetrar no couro resistente de suas botas, rasgando-o fácil como se fosse pele de bebê.
Ela segurou o timão e o girou para a esquerda, passando no meio de dois barcos destruídos. Por sorte, as lâminas estavam acionadas e cortaram a madeira que se chocaria e destruiria o casco do Pérola.
As sereias que sobraram nas laterais do navio acabaram ficando imprensadas ou empaladas na madeira dos outros barcos.
A melodia cessou, e os rapazes no mastro perderam um pouco da consciência.
Agora a abertura estava a menos de dez metros, mas as paredes do rochedo começaram a se estreitar.
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Zayn recobrou os sentidos nesse exato instante.
Caído de costas, ele estava todo molhado, e perdera a ação principal, mas pôde enxergar à sua esquerda Harry, Liam, Niall, Louis, Taylor, Jack, Mr. Gibbs e os outros homens das comitivas amarrados. E, à sua frente, ele viu Pin apavorado segurando o timão.
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Mulan segurou o timão numa posição fixa. Teria que manter-se em linha reta agora. Estava a poucos metros do fim da Fenda, e as paredes rochosas estavam estreitando-se cada vez mais.
As lâminas começaram a ralar na pedra, emitindo um ruído que causou aflição à Mulan.
A chinesa pressionou a alavanca com pé, esticando-o. As lâminas se recolheram.
A embarcação espremia-se cada vez mais. A vela mais larga do Pérola não conseguiu resistir e, pressionada dos dois lados, sem conseguir passar, quebrou-se. A madeira do poste que sustentava a vela caiu bem ao lado do timão, quebrando a alavanca das lâminas.
Prendendo a respiração, Mulan manteve-se firme, até sentir o Sol enfim bater em seu rosto.
Quando o navio deixou totalmente a Fenda, a chinesa largou o timão e praticamente jogou-se no chão.
Amarrados, os rapazes finalmente retomavam a consciência.
Mulan respirava forte. O ar parecia não entrar em seu corpo.
Ela deitou-se, deixando que o Sol a esquentasse. Ela estava gelada, molhada, e seus ferimentos ardiam por causa do sal da água.
Sem nenhum canto das sereias. Sem nenhuma sereia. A chinesa nunca sentira tanta paz em toda sua vida. Ela havia conseguido. Passara pela Fenda. Sobrevivera. E salvara a todos.
Desejou não ter pensado no salvamento.
Ela logo se recordou: havia salvo todos, menos um.

Logan.
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    E aí, gente, o que acharam?    
    Suei escrevendo esse cap.     
   Vocês têm alguma ideia do que vai acontecer?    
    Foi esse o fim do Príncipe Logan?    
    Descobriremos no próximo capítulo,   
    depois de cinco comentários, ok?   

  Bjs  

  Elissa  

5 comentários:

  1. Como assim voce matou o principe logan?
    ele era deliciosamente delicioso ahahhaha
    Mas para ser sincera prefiro que o Louis fique com Eleanor :)
    continue logo :)

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  2. Continuaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!

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  3. Continua tipo agora hahaha

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  4. Continua flor!! Amando sua estória!!

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  5. Estou adorando! Continua!

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