terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capítulo 37 - Dúvidas e Convicções

Capítulo 37 – Dúvidas e Convicções


- Ei, pessoal, olhem! – Pin apontou para o céu.
Estavam na estrada havia duas horas. O sol estava escaldante. No céu, um pássaro grande voava sobre a cabeça deles.
- É uma coruja! – Disse Zayn.
- Sim, é uma coruja! – Exclamou Pin, reconhecendo o animal. – É de Dumbledore!
Todos pararam seus cavalos, e a coruja baixou aos poucos até pousar no braço estendido de Pin. Trazia consigo uma carta e um recipiente cilíndrico preso entre as patas.
Pin pegou a carta e começou a lê-la.
- O que diz aí? – Perguntou Louis.
- Dumbledore está nos mandando um pouco daquele chá que faz com que nós fiquemos ocultos a qualquer criatura maligna. Ele terminou de prepara-lo há dois dias, tendo começado desde a nossa partida. Vai nos manter ocultos por cinco dias novamente.
- Que maravilha! – Louis ficou feliz. – Isso garantirá que nossa viagem até o porto seja totalmente segura. Esse é mais ou menos o tempo que levaremos para chegar até lá.
Contentes, eles fizeram uma pausa para almoçar, tomaram o chá e retomaram a viajem, já bem tranquilos.
Louis seguia na frente com Harry, Zayn e Niall no meio, e Liam e Pin atrás, conversando calorosamente.
Harry observou-os pelo canto do olho até Pin flagrar seu olhar. Sentindo-se embaraçado, Harry agitou as rédeas de Twix e ficou lado a lado com Louis, Cenoura e Kevin.
- O que foi Harry? – perguntou o cavaleiro.
- Vem cá, Louis, você não tá achando que o Liam tá muito íntimo do Pin desde que saímos de Hamelin?
- É normal, Harry. Liam salvou a vida dele. Além disso, ouvi dizer que os chineses tem muita ligação com esse negócio de honra e dever a vida a alguém e tals...
- Ah, mas mesmo assim, eles tão esquisitos, cheios de segredinhos entre eles, não desgrudam um do outro...
- Tá com ciúme, Harry? – Louis fez biquinho. Zayn riu atrás dos dois. Niall cochilava sentado.
- Eu? Com ciúme de dois homens? Tá me estranhando, é?
- Ah, sei lá, você me disse uma vez que achava as feições do Pin meio delicadas pra serem de um homem, que a voz dele era estranhamente aguda e que ele tinha uns trejeitos suspeitos... Dizem que é fácil um gay reconhecer outro...
- Tá me chamando de gay, é?
- Eu não disse nada, Harry, você disse. – E, com isso, ele riu. Zayn gargalhou por trás. Era um excelente passatempo incomodar Harry.
- Pois eu sei que esse chinês esconde alguma coisa e eu vou descobrir o que é! – Disse Harry, estufando o peito, cheio de convicção.
- Pois então o faça, meu amigo. E, quando descobrir que o único problemático é você, nós voltaremos a falar no assunto.
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Quatro dias mais tarde, eles chegaram ao porto.
O ar era fresco e o cheiro de sal pinicava o nariz. Estava tudo uma bagunça. Pessoas que desembarcavam, outras que embarcavam, pescadores descarregando produtos recém-pescados, gritos de vendedores, uma algazarra geral.
- Nunca estive no porto. – Comentou Niall.
- Nem eu. – Disse Liam.
- Acho que nenhum de nós nunca esteve... – Concluiu Louis.
- Eu já! – Harry sorriu malicioso. – Eu fiquei com a filha de um pescador por um tempo...
Todos reviraram os olhos.
- Tá bom, Harry, chega de casos românticos que deram errado... – Zayn bateu no ombro do amigo, que ficou meio emburrado. – Agora, vamos à parte importante, afinal, perdemos mais tempo que o necessário em Hamelin e o tempo é nosso aliado precioso. Não sabemos nem se a princesa ainda está... – Ele parou de repente, percebendo que tocava num assunto muito delicado, e talvez não com a delicadeza necessária.
- Viva? – Louis completou, a voz baixa e triste.
Caiu sobre eles uma tensão angustiante.
- Desculpe Louis, não foi isso que eu quis dizer... – Zayn corou de vergonha.
- Tudo bem... – Louis baixou os olhos, fitando o chão. – Talvez você tenha razão. Nenhum de nós sabe se ela ainda está viva, e seria mentira negarmos ninguém pensou nisso durante esse tempo todo em que estamos avançando.
                                                                                                                                                
- Eu acho que ela está viva, sim. – Disse Pin. – Flack precisa dela viva para atrair o rapaz da profecia e tentar assassiná-lo no meio do caminho.
- Mas isso pode ser apenas um truque. Ela já pode ter matado Eleanor e estar blefando. Aliás, ela não poderia estar blefando, pois nunca disse a ninguém que deixaria a princesa viva. Nós é que supomos isso. – Liam raciocinou, quebrando a teoria de Pin.
Todos suspiraram.
- Talvez esse seja um resgate sem volta. – Louis disse. – Rapazes, vocês têm me acompanhado até aqui e têm sido indispensáveis à nossa missão. Contudo, eu não posso mais deixar que se arrisquem por uma guerra que é apenas minha. Estão livres para ir, se quiserem. Prometo que cumprirei a minha palavra e, se eu voltar vivo, garantirei que todos sejam consagrados cavaleiros de Cowell, como vocês desejam.
- Louis... – Niall pôs a mão em seu ombro.
- Não, Niall, é verdade. Vocês não têm nada a ver com isso. Vocês têm uma família, um futuro pela frente. Ainda estão para se apaixonar por alguém! Seria egoísta que eu os obrigasse a ir a uma missão onde as possiblidades de sobrevivência e regresso são mínimas.
- Você se esquece de que não está nos obrigando a nada. – Disse Pin. – Estamos todos aqui por livre e espontânea vontade.
- E, deixe-me lembra-lo, eu estou aqui porque quero tentar arranjar uma terra para meu povo. Lamento ser indelicado, mas minha motivação não tem nada a ver com sua princesa, meu amigo, apenas com uma dívida que, caso saiamos vivos daqui, espero ter quitada pelo rei de teu reino. – Zayn disse, sério.
- E eu, porque sempre quis batalhar como meu bisavô o fez na época da caçada das bruxas. Está no meu sangue. Nunca me agradou a perspectiva de trabalhar a vida inteira arando a terra. – Falou Liam.
- Concordo! – Disse Niall. – Eu nunca me dei bem como ferreiro... Só atrapalhava meu pai na oficina. Era um deslocado, e agora sinto que encontrei o meu lugar.
- Não preciso nem mencionar que eu era um vagabundo conquistador sem perspectiva de ser alguma coisa na vida. – Harry comentou. – Com vocês, eu ganhei algo pelo que viver, e mais importante ainda, amizades verdadeiras. Não me arrependo de minha decisão. Prefiro viver uma vida curta e feliz a viver eternamente na miséria, obscuridade e negligência.
- Além disso, Louis, nós somos parte de uma profecia. Todos nós. Um precisa do outro. Se não estivermos juntos nessa missão, a profecia não irá se cumprir. – Disse Liam.
- E então você nunca conseguirá salvar a princesa. E, ainda mais, se Flack não for derrotada, não seremos apenas nós ou a princesa que morreremos. Você não se lembra? A profecia foi lançada porque Caroline estava adquirindo forças o suficiente para desequilibrar o poder do bem e do mal na natureza. Se ela não for impedida, o mundo estará em perigo. Não se trata apenas de nós, um grupo restrito, mas de uma missão de proporção tamanha que vai decidir o rumo do futuro da humanidade. – Niall exaltou-se.
Louis observou-os. Todos. Era bem verdade o que eles diziam.
Apesar de todos os argumentos usados por seus amigos – sim, ele sentia a amizade entre eles nas veias – Louis estava dividido entre dois sentimentos: O primeiro, de se sentir culpado pela inclusão de todos em suas artimanhas. O segundo, de alívio por perceber que não seria abandonado.
Contudo, ainda assim ele tinha de ter bom senso. Teimava que não poderia ser mais acompanhado. Sabia que os rapazes já haviam querido desistir diversas vezes. Era visível nos olhos de cada um, em alguns momentos. Entretanto, cada dia um vigor renovado surgia no íntimo de cada um. Todos sabiam que poderiam morrer. Mas morrer defendendo as pessoas, defendendo o mundo, fazendo parte de uma causa tão importante, era mais do que um incentivo para que aqueles seis jovens se arriscassem, além dos motivos pessoais de cada um, claro. A honra que traria a morte como um guerreiro era tudo o que um homem poderia buscar, mesmo não sendo um cavaleiro. Por muito menos do que os objetivos deles, homens haviam batalhado por séculos, movidos pela ambição, pela ganância, pela curiosidade e, alguns até diziam, por “Deus”.
Eles não deixariam que Louis os afastasse.
Como se não bastassem, então, todos aqueles motivos para seguirem com seus planos originais, dois mercadores passaram por eles, falando alto, atraindo a atenção para sua conversa:
- Você ouviu, George, que Vossa Majestade, o Rei de Glower, mandou reforçar triplamente a segurança de seu castelo? – Falou um deles.
- Sim, eu ouvi!!! Mas por quê, Daniel?
- Parece-me que foi emitido um comunidado urgente do reino de Cynder. As duas princesas, Gabriela e Natália, filhas de Cinderela, foram sequestradas. Isso foi há três dias. Os reinos estão em um pandemônio. Primeiro, a princesa Eleanor, de Cowell, e agora as duas princesas de Cynder.
- Minha nossa! E devemos atribuir o sequestro a...?
- Não houve confirmação, mas tenho um primo que trabalha no castelo de Glower. Ele veio nos visitar ontem, e parece que o castelo está tantando se armar eficientemente contra... bruxas...
Nada mais foi ouvido pelos seis amigos. Niall e Liam ficaram mais brancos que uma nuvem. Eles se entreolharam.
- Não... – Liam levou a mão aos lábios. – Não pode ser!
- O que Flack poderia querer com elas?! – Niall quase berrou, desesperado.
 Louis viu os rostos dos companheiros. Agora ele realmente não poderia impedi-los de continuar na missão.
Pin manifestou-se:
- Algo me diz que não foi Flack quem sequestrou as duas princesas.
Todos olharam para o chinês.
- Vocês se lembram de quando eu lhes contei sobre o ataque?
- Sim, é claro! – Louis disse.
- Então, quem foi a bruxa que me atacou?
- Taylor. – Disse Liam. Ele havia visto com seus próprios olhos.
- Exato. E Taylor me achou porque sentiu o cheiro das armas de Zayn. Ela rastreou o cheiro dele porque estava com sua bota. A bota que Zayn perdeu no baile no castelo de Cynder.
Liam compreendeu tudo.
- Minha nossa! É verdade. Tudo faz sentido agora. Taylor nos viu dançando com as princesas! Por isso as pegou!
- Não. – Zayn discordou. – Estávamos invisíveis, lembram-se? Estávamos sob efeito do chá de Dumbledore, como estamos agora. Taylor é má, ela não poderia ter-nos visto.
- Mas Liam e Niall dançaram com as princesas. Se Taylor estivesse lá - e ela estava, senão não teria conseguido a bota – ela teria enxergado as princesas dançando, mas não enxergado seus pares. Assim, ela foi atrás de nosso rastro, para descobrir quem éramos, e conseguiu, pelo que vislumbrei em seus olhos naquela noite. Contudo... – Pin continuou raciocinando. – Ela fracassou quando me interceptou na floresta, graças a Liam. Ela sabe que temos armas poderosas contra ela. Além disso, não está conseguindo nos rastrear, pois estamos invisíveis a ela e, mesmo seguindo nosso cheiro, ela não nos encontra em lugar nenhum. Por isso, e corrijam-me se isso for muito absurdo, acredito que ela sequestrou as princesas. É uma maneira de nos atrair até ela. Assim, ela não precisa procurar, apenas esperar. E, quando chegarmos até ela, a maldita estará preparada, em sua zona de conforto, pronta para atacar.
- Sim, isso faz todo o sentido. Ela sabe quem somos agora. Já a machucamos duas vezes. É bem provável que queira se vingar de nós. – Conjecturou Louis.
- Isso sem considerar que ela seja aliada de Flack. – Disse Harry. – Sendo assim, ela estaria nos colocando em uma situação ainda mais arriscada do que a que nos encontramos. Estamos numa corda bamba. Ou vamos ou vamos.
- Nós precisamos resgatá-las! Afinal, se não fosse por nós, elas não estariam nessa furada. – Liam de repente sentiu um pouco da dor de Louis. Niall sentia o mesmo. Mesmo pelo pouco que eles haviam ficado com as princesas, um sentimento nascera ali.
- Mas como ir atrás? Taylor vai estar nos esperando, e provavelmente estaremos mortos antes de vermos Gabriela e Natália.  Mas, mesmo desconsiderando os pessimismos, como faremos para encontrar Taylor? – Niall perguntou.
- Se Taylor quer que vamos atrás dela, ela tem de ter deixado uma pista de onde a encontrar. – Pin disse.
- Mas que pista ela poderia ter deixado? E como?
- A melhor maneira de descobrir isso é ouvindo mais boatos. – Louis tomou a dianteira. – Façamos o seguinte: Vamos nos dividir. Zayn e Niall, vocês procurem aqueles dois homens que ouvimos conversar. Um deles tem informações de primeira mão, pois tem um parente que trabalha no castelo de Glower. Ele deve saber de mais alguma coisa que possa ser relevante para nós. Pin e Liam, vocês dois vão tentar encontrar a orcrux que está aqui no porto, antes que ela parta para a Irlanda. Lembram-se? Esse é o ponto que está sempre se mexendo. Por isso, é provável que esteja em um barco. De acordo com o mapa, como você checou hoje de manhã Liam, o objeto ainda está aqui no porto, confere?
- Sim, Louis. – Liam confirmou.
- Ótimo. Procurem entre os barcos ancorados. Você está com o medalhão, não é, Liam? – Quando Liam confirmou novamente, Louis prosseguiu. – Enquanto isso, eu e Harry vamos encontrar um navio veloz que nos leve daqui até a costa irlandesa. Vamos lá!
E, com isso, cada um foi realizar a tarefa para a qual havia sido designado.

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Oi gente, td bem?
Bom, eu sei que prometi a aparição dos três príncipes nesse capítulo, contudo, andei fazendo algumas modificações para tentar atender à sugestão de todos. Lembram-se que eu estou dividindo os caps.? Eu ainda estou escrevendo esse cap., e já estão dando dez páginas, então realmente tenho que dividí-lo. Os três príncipes já apareceram, mas estão mais para o final do meu cap. gigante aqui. Então, se vocês estão curiosos, comentem oito vezes para que eu poste o próximo.
Ah, e a minha próxima postagem vai contar também com a pedida reaparição da Eleanor, ok?

Bjs

Elissa

9 comentários:

  1. Gente, que cap mais foda hahahaha
    Nao é por que meu nome esta ai que ue gostei hahaha
    Eu li esse cap no meio de aula de matematica e quando meu nome apareceu eu juro que gargalhei, todo mundo olhou para mim.
    Queria saber quando é que voce vai postar o proximo hhahahaha
    continue logo :)

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    1. kkkkk Mas que situação, hein, não gosto de chamar a tenção de todo mundo, ainda mais no meio da aula huashhuashhuash

      Obrigada *----*

      Já vou postar o próximo

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. O comentario acima foi errado hahahahha
    Faltou coisa para escrever,
    bom eu sei que eu ja comentei mais me veio uma duvida na cabeça.
    Como que o rei Simon esta?
    eu sei que deve ser chato e tal, mas eu queria saber como o rei Simon e as familias dos meninos, Liam e Niall, estao.
    Tudo bem que a historia nao é sobre as pessoas que ficaram par atras e tal, mas tipo assim, as irmas do Liam simplesmente ficaram bem sozinhas? os pais de Niall nao lembraram de nada? Simon nao mandou mais ninguem attras de princesa.
    Eu lembrei disso quando eu fui reler o cap, me vei essa duvida e eu achei interessante perguntar.
    Bom, é isso kkkkkk Nao vou te irritar mais nesse cap hahaha, só nos proximos :)

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    1. Humm.... Pode ser interessante eu falar sobre isso. Vou procurar uma brecha pra ver se eu consigo encaixar algo assim, ok?

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  4. Bom, eu amo sua fic, simplesmente fodastica hahah
    Li ela inteira e dois dias :)
    Mas vou ser sincera, acho que vc devia pedir menos comentarios...

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    1. Obrigada :) *-----*

      kkkk Eu sei que peço muito, é que os comentários me dão tempo pra escrever e fazer algumas finalizações nos próximos caps a serem publicados :(

      Vou tentar pedir menos, afinal, estou adiantada

      Bjs

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  5. Continua! Eu acho tão incrível a atenção vc da as leitoras... Tipo, a estória está demais e talvez até pronta na sua cabeça mas mesmo assim vc faz essas pequenas mudanças que o povo pede! Mas enfim, tá prefeito de qualquer geito e minha curiosidade só aumenta!! Continua logo!! Haha tu não existe...

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    1. kkkk Obrigada, vc é muito gentil :)
      Já estou postando o próximo cap. *--*

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