Capítulo 38 - Capitão!
Eleanor estava
sonhando com Louis quando ouviu o barulho e acordou. A imagem do belo jovem
desapareceu e Eleanor de repente sentiu muito frio. Como ele a acalentava!
Uma besta que andava
sobre duas pernas veio lhe trazer comida em uma bandeja de prata espelhada. A
criatura abriu a cela do calabouço e colocou a bandeja no chão.
Assim que o
bicho saiu e fechou a cela, Eleanor correu como um animal faminto até a tigela
de sopa fumegante. Estava com tanta fome que dispensou a colher ao lado da
tigela e bebeu da sopa direto de seu recipiente.
Quando
terminou de beber, largou a tigela no chão. Ainda estava com muita fome. Havia
emagrecido muito nos últimos dias. Sua pele perdera o corado saudável. Ela
estava pálida e olheiras profundas marcavam seus olhos, que também haviam
perdido um pouco do brilho.
Ela estava
suja, imunda. O cabelo, embaraçado. Seu único consolo era pensar que alguém
estava vindo para salvá-la. Seu tio, Mark, Louis...
Pensar em
Louis era a única coisa que ela fazia o dia inteiro. Sentia muito a falta dele.
E ficava pior ao pensar que, mesmo que ela fosse resgatada, ela nunca poderia
se casar com ele.
Eleanor
debruçou-se no chão e começou a chorar. Chorara tanto nos últimos dias que
poderia ter inundado o deserto do Saara. Estava infeliz. Sentia-se impotente. E
não tinha ninguém que pudesse lhe oferecer consolo ou ajuda imediata.
- Não chore,
princesa!
Eleanor
levantou-se de um pulo. De onde viera aquela voz? Ela olhou para os lados, para
as grades na cela. Estava sozinha.
- Aqui
embaixo, queridinha!
Eleanor olhou
para baixo. Lá estava a bandeja espelhada. E, incrivelmente, a figura de um
rosto de tez escura e sorriso largo a encaravam do centro da travessa.
Ela levou a
mão à boca, em um misto de horror, incredulidade e curiosidade.
- Ei, não faça
essa cara! Assim você me ofende! Eu não sou um dos monstros de Caroline, eu sou
bonzinho, e mais bonito que aquelas bestas que te trazem comida.
- Nada nesse
castelo pode ser bom. – Ela disse firmemente e corajosa.
- Caramba
Princesa, já falei pra não ofender. Eu não sou bem desse castelo. Na verdade,
eu estou preso, como você. Só que, ao invés de estar preso em uma cela, estou
preso em um espelho.
Eleanor, cujo
coração era dotado de uma imensa ternura, compadeceu-se do rosto no espelho.
- Oh,
perdoe-me pela minha rudeza! Deve ser horrível estar preso num espelho.
- Na verdade,
eu acho melhor do que ficar preso em uma cela. – Diante da expressão confusa de
Eleanor, ele explicou. – Eu, pelo menos, sou livre para passear por todos os
espelhos deste castelo. Ainda estou menos restrito do que você. Fora que não
preciso me alimentar, afinal, espelhos não comem né, hahaha...haha...ha... –
Vendo que Eleanor não achava graça da sua piada, Espelho parou de rir. Ele viu
que Eleanor estava prestes a recomeçar a chorar.
- Por favor,
não fique assim. Eu só estou tentando ajudar.
- Desculpe. –
Ela disse, docemente, uma lágrima escorrendo por sua bochecha. – Como você se
chama?
- Eu sou
Espelho.
- Er... oi...
Espelho... hahaha – Ela não conseguiu evitar uma risadinha.
- Ei, não ria
do meu nome! Não fui eu que escolhi. Eu tinha um nome de verdade, mas estou
preso aqui há tanto tempo que não lembro dele.
- Como você
foi parar aí?
- Ah, sabe, um
triste infortúnio amoroso. Eu era apaixonado por uma moça maravilhosa, e ela
retribuía meu amor. Ficamos noivos. Mas aí eu fiz uma viagem e uma bruxa se
apaixonou por mim. Eu neguei meu amor por ela, sem saber que era um ser maligno
e, quando ela viu que eu era apaixonado por outra mulher, jurou que, se ela não
pudesse me ter, nenhuma outra me teria. Então me aprisionou em um espelho e me
trouxe para seu castelo, onde estou até hoje. Essa bruxa era avó de Caroline,
Winterspred Flack.
- Oh, que
horrível!
- Sim. Hoje
sou tratado como escravo. Tenho o poder de controlar os espelhos e tenho que
ficar satisfazendo minha “ama” o tempo todo. – Ele revirou os olhos com a
ironia.
- Como assim,
satisfazendo sua “ama”?
- Bem, eu sou
um espelho encantado. Eu tenho alguns dons especiais. Eu posso mostrar qualquer
lugar ou pessoa que se deseje, rastrear qualquer ponto existente no mapa de
nosso mundo.
Os olhos de
Eleanor brilharam.
- Hummm... Eu
sei o que você quer... Seus olhos dizem tudo... – Espelho falou, vendo Eleanor.
– Sim, eu posso mostra-lo. Entretanto... – ele disse, antes que a princesa
abrisse a boca – não a aconselho a dizer o nome dele. Se Caroline ouvir qual o
nome do rapaz que você ama, não haverá mais salvação para você, meu bem.
- Como assim?
- A questão é
que você foi usada como isca. Não querem nada de você aqui, e você sabe disso.
Caroline quer atrair o rapaz da profecia para...
- Profecia?
Que profecia?
- Ai, caramba,
eu tenho muito a contar a você...
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- Ei! – Louis
gritou. – Com licença, senhor, há algum barco hoje disponível para o transporte
de pessoas daqui até a costa irlandesa?
Um homem
barbado, gordo e seboso com cheiro de porco respondeu:
- Vocês estão
com sorte. O navio de transporte mais rápido está aqui hoje. É aquele ali. – O
homem apontou na direção de um navio enorme. – O dono dele é Jack Sparrow. Ele
deve estar no barco.
- Obrigado. –
Louis agradeceu, e ele e Harry correram até o cais onde estava atracado o
navio.
Chegando lá,
eles não avistaram ninguém.
- Onde está
esse tal de Jack Espirro? – Harry perguntou.
- É Sparrow. –
corrigiu Louis.
- Saúde. –
disse Harry. Depois acrescentou. – Isso não me parece um navio muito rápido...
Aliás, é grande demais para ser rápido. Não passa de um barco à vela comum.
- Aí você se
engana, meu jovem... – Uma nova voz surgiu de trás de Louis e Harry. Eles se
viraram e o homem continuou. – Esse é o navio mais veloz que jamais existiu. É
o “Pérola Negra”.
- Pérola
Negra? Mas eu pensei que só existissem pérolas brancas! – Harry disse. Louis
bateu com a mão na cara e puxou o cabelo do amigo.
- Fique
quieto, Harry.
Harry não o
obedeceu:
- Você é Jack Espirro?
- Sparrow,
Harry. Santa ignorância.
O homem, uma
figura exótica, cabelos compridos enrolados em dread look envoltos em uma bandana cheia de penduricalhos, olhos
escuros penetrantes e uma barba que terminava em trancinhas, que falava com uma
voz parcialmente embriagada e se movia com uma certa “gaysisse”, respondeu:
- Por favor, Capitão Jack Sparrow.
- Prazer em
conhecê-lo, Sr. Sparrow. – Louis estendeu a mão.
- Por favor,
Sr. Capitão... – corrigiu Jack novamente.
- Vem cá, ô
Jack. Como é que esse navio pode ser rápido? – Perguntou Harry sem cerimônias.
- Capitão... –
Ele falou com a voz fria.
- Tá bom Jack.
E aí?
- É CAPITÃO! –
Ele gritou. Harry agiu com indiferença. – Ah, deixa pra lá... Esse navio não é
comum... Não, não toque no casco dele, bonequinho... EU DISSE PRA NÃO TOCAR!
Harry tirou a
mão no casco e Jack continuou.
- É um navio
especial e encantado. E é só isso que vou dizer. Agora, se me deem licença para
perguntar, estavam só admirando meu barco ou estão querendo alguma coisa?
Antes que
Harry falasse mais alguma coisa, Louis se adiantou:
-
É... Senhor, digo, Capitão, nós precisamos de um navio que nos leve até a costa
irlandesa e...
-
Sim, sim... – Disse Jack com um ar esnobe. – E te indicaram o meu navio como o
mais veloz para transportá-lo até a costa...
-
Sim...
-
Acontece que eu não faço serviço de graça... Quanto você tem aí?
Louis
checou o bolso de sua calça. Tirou dele um saco de tamanho médio, no qual havia
guardado algum dinheiro logo após sua fuga do castelo de seu pai. Era aquele
dinheiro que estava sustentando a todos eles durante toda a missão. Por isso,
não sobrara muito, e Louis ainda tinha de resguardar um pouco para necessidades
futuras. Fez uma oferta:
-
Eu posso lhe oferecer uma moeda de ouro, cinco moedas de prata e doze de
bronze.
Jack,
que estava bebendo algo que cheirava a álcool, cuspiu o conteúdo na cara de
Harry e riu:
-
Hahahahaha. Só isso? Desculpe, meu amigo. Não estou disponível.
Louis
analisou as opções. Aquele parecia um bom barco, e mais de uma pessoa lhe
dissera que ele era o mais veloz. Ele iria tentar mais uma vez, apesar de
perceber que o capitão do navio era um bêbado que talvez não fosse muito
confiável.
-
Eu posso lhe oferecer três moedas de ouro.
Jack
revirou os olhos.
-
Que tal cinco moedas de ouro? – Louis tentou novamente.
-
Quantas pessoas?
-
Seis.
-
Mas você quer me roubar, seu playboyzinho metido a bucaneiro?
-
Sete moedas de ouro, e isso é o melhor que posso fazer.
-
Meu querido, lamento informa-lo, mas não posso oferecer-lhe serviço por menos
de vinte moedas de ouro.
-
Ofereceria serviço de prontidão para o mesmo destino por quinhentas moedas de
ouro? – Bem, obviamente não era Louis falando. Não, era uma figura inesperada,
mas com uma voz familiar a Louis. Uma voz que não despertava bons sentimentos
ao cavaleiro.
Louis
e Harry se viraram para, como Jack, encarar o recém-chegado. Este estava
acompanhado por mais sete homens, dos quais três usavam o brasão do reino de
Cowell. Os olhos de Louis de repente brilharam de reconhecimento, e uma raiva
penetrante, somada a um ciúme sem precedentes, invadiu e queimou seu peito.
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Bom, gente, mais uma subdivisão do capítulo gigante. Três comentários e eu já posto o próximo, que já está pronto.
Você já devem imaginar de quem é aquela voz, não é mesmo?
Ah, e esqueci, créditos de algumas das piadas do Jack e do Harry para minha irmã, a Elo, a qual muitas de vocês leem. Sem comentários que ela é muito engraçada. No próximo cap. tb temos algumas contribuições dela.
Ah, e esqueci, créditos de algumas das piadas do Jack e do Harry para minha irmã, a Elo, a qual muitas de vocês leem. Sem comentários que ela é muito engraçada. No próximo cap. tb temos algumas contribuições dela.
Bjs
Elissa
Continua....ta muito legal
ResponderExcluirComo sempre está perfeito, continue logo, vai que eu morro de curiosidade? A culpa seria sua HAHAHAHAHA
ResponderExcluirMEU DEUS, TU TEM QUE CONTINUAR LOGO GURIA HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
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