quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Capítulo 38 - Capitão!

Capítulo 38 - Capitão!


Eleanor estava sonhando com Louis quando ouviu o barulho e acordou. A imagem do belo jovem desapareceu e Eleanor de repente sentiu muito frio. Como ele a acalentava!
Uma besta que andava sobre duas pernas veio lhe trazer comida em uma bandeja de prata espelhada. A criatura abriu a cela do calabouço e colocou a bandeja no chão.
Assim que o bicho saiu e fechou a cela, Eleanor correu como um animal faminto até a tigela de sopa fumegante. Estava com tanta fome que dispensou a colher ao lado da tigela e bebeu da sopa direto de seu recipiente.
Quando terminou de beber, largou a tigela no chão. Ainda estava com muita fome. Havia emagrecido muito nos últimos dias. Sua pele perdera o corado saudável. Ela estava pálida e olheiras profundas marcavam seus olhos, que também haviam perdido um pouco do brilho.
Ela estava suja, imunda. O cabelo, embaraçado. Seu único consolo era pensar que alguém estava vindo para salvá-la. Seu tio, Mark, Louis...
Pensar em Louis era a única coisa que ela fazia o dia inteiro. Sentia muito a falta dele. E ficava pior ao pensar que, mesmo que ela fosse resgatada, ela nunca poderia se casar com ele.
Eleanor debruçou-se no chão e começou a chorar. Chorara tanto nos últimos dias que poderia ter inundado o deserto do Saara. Estava infeliz. Sentia-se impotente. E não tinha ninguém que pudesse lhe oferecer consolo ou ajuda imediata.
- Não chore, princesa!
Eleanor levantou-se de um pulo. De onde viera aquela voz? Ela olhou para os lados, para as grades na cela. Estava sozinha.
- Aqui embaixo, queridinha!
Eleanor olhou para baixo. Lá estava a bandeja espelhada. E, incrivelmente, a figura de um rosto de tez escura e sorriso largo a encaravam do centro da travessa.
Ela levou a mão à boca, em um misto de horror, incredulidade e curiosidade.
- Ei, não faça essa cara! Assim você me ofende! Eu não sou um dos monstros de Caroline, eu sou bonzinho, e mais bonito que aquelas bestas que te trazem comida.
- Nada nesse castelo pode ser bom. – Ela disse firmemente e corajosa.
- Caramba Princesa, já falei pra não ofender. Eu não sou bem desse castelo. Na verdade, eu estou preso, como você. Só que, ao invés de estar preso em uma cela, estou preso em um espelho.
Eleanor, cujo coração era dotado de uma imensa ternura, compadeceu-se do rosto no espelho.
- Oh, perdoe-me pela minha rudeza! Deve ser horrível estar preso num espelho.
- Na verdade, eu acho melhor do que ficar preso em uma cela. – Diante da expressão confusa de Eleanor, ele explicou. – Eu, pelo menos, sou livre para passear por todos os espelhos deste castelo. Ainda estou menos restrito do que você. Fora que não preciso me alimentar, afinal, espelhos não comem né, hahaha...haha...ha... – Vendo que Eleanor não achava graça da sua piada, Espelho parou de rir. Ele viu que Eleanor estava prestes a recomeçar a chorar.
- Por favor, não fique assim. Eu só estou tentando ajudar.
- Desculpe. – Ela disse, docemente, uma lágrima escorrendo por sua bochecha. – Como você se chama?
- Eu sou Espelho.
- Er... oi... Espelho... hahaha – Ela não conseguiu evitar uma risadinha.
- Ei, não ria do meu nome! Não fui eu que escolhi. Eu tinha um nome de verdade, mas estou preso aqui há tanto tempo que não lembro dele.
- Como você foi parar aí?
- Ah, sabe, um triste infortúnio amoroso. Eu era apaixonado por uma moça maravilhosa, e ela retribuía meu amor. Ficamos noivos. Mas aí eu fiz uma viagem e uma bruxa se apaixonou por mim. Eu neguei meu amor por ela, sem saber que era um ser maligno e, quando ela viu que eu era apaixonado por outra mulher, jurou que, se ela não pudesse me ter, nenhuma outra me teria. Então me aprisionou em um espelho e me trouxe para seu castelo, onde estou até hoje. Essa bruxa era avó de Caroline, Winterspred Flack.
- Oh, que horrível!
- Sim. Hoje sou tratado como escravo. Tenho o poder de controlar os espelhos e tenho que ficar satisfazendo minha “ama” o tempo todo. – Ele revirou os olhos com a ironia.
- Como assim, satisfazendo sua “ama”?
- Bem, eu sou um espelho encantado. Eu tenho alguns dons especiais. Eu posso mostrar qualquer lugar ou pessoa que se deseje, rastrear qualquer ponto existente no mapa de nosso mundo.
Os olhos de Eleanor brilharam.
- Hummm... Eu sei o que você quer... Seus olhos dizem tudo... – Espelho falou, vendo Eleanor. – Sim, eu posso mostra-lo. Entretanto... – ele disse, antes que a princesa abrisse a boca – não a aconselho a dizer o nome dele. Se Caroline ouvir qual o nome do rapaz que você ama, não haverá mais salvação para você, meu bem.
- Como assim?
- A questão é que você foi usada como isca. Não querem nada de você aqui, e você sabe disso. Caroline quer atrair o rapaz da profecia para...
- Profecia? Que profecia?
- Ai, caramba, eu tenho muito a contar a você...
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- Ei! – Louis gritou. – Com licença, senhor, há algum barco hoje disponível para o transporte de pessoas daqui até a costa irlandesa?
Um homem barbado, gordo e seboso com cheiro de porco respondeu:
- Vocês estão com sorte. O navio de transporte mais rápido está aqui hoje. É aquele ali. – O homem apontou na direção de um navio enorme. – O dono dele é Jack Sparrow. Ele deve estar no barco.
- Obrigado. – Louis agradeceu, e ele e Harry correram até o cais onde estava atracado o navio.
Chegando lá, eles não avistaram ninguém.
- Onde está esse tal de Jack Espirro? – Harry perguntou.
- É Sparrow. – corrigiu Louis.
- Saúde. – disse Harry. Depois acrescentou. – Isso não me parece um navio muito rápido... Aliás, é grande demais para ser rápido. Não passa de um barco à vela comum.
- Aí você se engana, meu jovem... – Uma nova voz surgiu de trás de Louis e Harry. Eles se viraram e o homem continuou. – Esse é o navio mais veloz que jamais existiu. É o “Pérola Negra”.
- Pérola Negra? Mas eu pensei que só existissem pérolas brancas! – Harry disse. Louis bateu com a mão na cara e puxou o cabelo do amigo.
- Fique quieto, Harry.
Harry não o obedeceu:
- Você é Jack Espirro?
- Sparrow, Harry. Santa ignorância.
O homem, uma figura exótica, cabelos compridos enrolados em dread look envoltos em uma bandana cheia de penduricalhos, olhos escuros penetrantes e uma barba que terminava em trancinhas, que falava com uma voz parcialmente embriagada e se movia com uma certa “gaysisse”,  respondeu:
- Por favor, Capitão Jack Sparrow.
- Prazer em conhecê-lo, Sr. Sparrow. – Louis estendeu a mão.
- Por favor, Sr. Capitão... – corrigiu Jack novamente.
- Vem cá, ô Jack. Como é que esse navio pode ser rápido? – Perguntou Harry sem cerimônias.
- Capitão... – Ele falou com a voz fria.
- Tá bom Jack. E aí?
- É CAPITÃO! – Ele gritou. Harry agiu com indiferença. – Ah, deixa pra lá... Esse navio não é comum... Não, não toque no casco dele, bonequinho... EU DISSE PRA NÃO TOCAR!
Harry tirou a mão no casco e Jack continuou.
- É um navio especial e encantado. E é só isso que vou dizer. Agora, se me deem licença para perguntar, estavam só admirando meu barco ou estão querendo alguma coisa?
Antes que Harry falasse mais alguma coisa, Louis se adiantou:
                - É... Senhor, digo, Capitão, nós precisamos de um navio que nos leve até a costa irlandesa e...
                - Sim, sim... – Disse Jack com um ar esnobe. – E te indicaram o meu navio como o mais veloz para transportá-lo até a costa...
                - Sim...
                - Acontece que eu não faço serviço de graça... Quanto você tem aí?
                Louis checou o bolso de sua calça. Tirou dele um saco de tamanho médio, no qual havia guardado algum dinheiro logo após sua fuga do castelo de seu pai. Era aquele dinheiro que estava sustentando a todos eles durante toda a missão. Por isso, não sobrara muito, e Louis ainda tinha de resguardar um pouco para necessidades futuras. Fez uma oferta:
                - Eu posso lhe oferecer uma moeda de ouro, cinco moedas de prata e doze de bronze.
                Jack, que estava bebendo algo que cheirava a álcool, cuspiu o conteúdo na cara de Harry e riu:
                - Hahahahaha. Só isso? Desculpe, meu amigo. Não estou disponível.
                Louis analisou as opções. Aquele parecia um bom barco, e mais de uma pessoa lhe dissera que ele era o mais veloz. Ele iria tentar mais uma vez, apesar de perceber que o capitão do navio era um bêbado que talvez não fosse muito confiável.
                - Eu posso lhe oferecer três moedas de ouro.
                Jack revirou os olhos.
                - Que tal cinco moedas de ouro? – Louis tentou novamente.
                - Quantas pessoas?
                - Seis.
                - Mas você quer me roubar, seu playboyzinho metido a bucaneiro?
                - Sete moedas de ouro, e isso é o melhor que posso fazer.
                - Meu querido, lamento informa-lo, mas não posso oferecer-lhe serviço por menos de vinte moedas de ouro.
                - Ofereceria serviço de prontidão para o mesmo destino por quinhentas moedas de ouro? – Bem, obviamente não era Louis falando. Não, era uma figura inesperada, mas com uma voz familiar a Louis. Uma voz que não despertava bons sentimentos ao cavaleiro.

                Louis e Harry se viraram para, como Jack, encarar o recém-chegado. Este estava acompanhado por mais sete homens, dos quais três usavam o brasão do reino de Cowell. Os olhos de Louis de repente brilharam de reconhecimento, e uma raiva penetrante, somada a um ciúme sem precedentes, invadiu e queimou seu peito.

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Bom, gente, mais uma subdivisão do capítulo gigante. Três comentários e eu já posto o próximo, que já está pronto.
Você já devem imaginar de quem é aquela voz, não é mesmo?
Ah, e esqueci, créditos de algumas das piadas do Jack e do Harry para minha irmã, a Elo, a qual muitas de vocês leem. Sem comentários que ela é muito engraçada. No próximo cap. tb temos algumas contribuições dela.

Bjs

Elissa

3 comentários:

  1. Continua....ta muito legal

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  2. Como sempre está perfeito, continue logo, vai que eu morro de curiosidade? A culpa seria sua HAHAHAHAHA

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  3. MEU DEUS, TU TEM QUE CONTINUAR LOGO GURIA HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

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