Capítulo 58 – Além do Abismo

Capítulo 58 – Além do Abismo

Logan esticou a mão finalmente tocou o tridente, que surgira de repente ao lado de Kraken.

Quando os dedos do príncipe se fecharam em volta do cabo do objeto, ele teve de se segurar para não suspirar. Finalmente, ele o pegara.

Agora, tinha apenas um problema. Livrar-se de Kraken.

Um choque elétrico percorreu a espinha de Logan de repente, saído do tridente. Logan imediatamente identificou o que era: poder. E um poder muito maior do que ele poderia imaginar.

Então, do choque, uma ideia surgiu. Por que não usar o tridente para acabar com o Kraken ali mesmo? Logan era um dos únicos que podiam manejar o objeto. Sendo assim, por que não tentar?

A questão era que o jovem príncipe não sabia como usar o poder concentrado no tridente. Como faria para atacar Kraken?

“Apenas sinta, filho. E depois, pense.”

Era a voz de Poseidon, auxiliando Logan. O jovem, depois de ouvi-la, não pensou duas vezes.

Esticando o tridente para Kraken, ele sentiu o poder do objeto. E, em seguida, pensou em Kraken morta.

Um raio negro saiu do tridente, mas não acertou a monstro do mar. Em vez disso, se desviou dela totalmente, batendo no fundo da caverna e fazendo o abismo estremecer.

Kraken soltou uma altíssima e maléfica gargalhada.

- AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Mas como é tolo! Tolo como seu pai e toda a sua família. Tudo não pareceu fácil demais para você? Admito, quando você pegou esse frasco, eu comecei a ficar em dúvida da veracidade do seu ódio contra seu pai. Mas, você acabou de me dizer os seus planos, queridinho...

- O quê?! Eu... Eu... Eu não entendo...

- Ahhhhh, tadinho! Assim você me ofende! Acha que Caroline é a única inteligente por aqui?! Eu também fiz meus feitiços de proteção no tridente. Eu posso tocá-lo também, e a melhor parte é que ele não pode me atingir enquanto meu feitiço e o de Caroline estiverem o envolvendo. – Kraken riu mais uma vez. – Agora, onde estávamos? Ah, sim... – Risada maliciosa. – Você me parecia uma refeição apetitosa...

Nesse momento, os olhos de Logan começaram a vislumbrar a coisa mais perturbadora que veriam durante toda a sua vida. A estranha bruxa-monstro-do-mar começou a se desfigurar e a crescer e crescer e crescer.

Logan não esperou duas vezes. Com o tridente em mãos, voltou para o começo da caverna e começou a nadar abismo acima. Precisava sair dali, e rápido.

O príncipe era veloz, mas as irregularidades das paredes de rochas dos dois lados, a pequena largura do abismo e o tamanho e peso do tridente dificultavam sua fuga.

Ele mal subira quinze metros quando um urro terrível escapou abaixo dele, vindo da caverna, ensurdecendo-o por um momento.

- Nada, nada, nada! – Logan berrou para si mesmo e tentou acelerar sua velocidade, mas um zunido de algo subindo rapidamente fez com que ele parasse e olhasse para baixo.

Quando viu o que subia, Logan grudou-se ao máximo na parede de rocha do abismo. Uma estrutura dura e pontiaguda encontrou sua armadura, rasgando-a em duas partes, de baixo para cima, por sorte não atingindo o peito do príncipe.

 Logan olhou vidrado para frente. Aquele negócio estava a centímetros de seu corpo. Ele não sabia o que era, mas sabia que era letal. Por isso, quando percebeu que aquela gigantesca estrutura que continuava subindo começou a descer, ele mudou de direção e passou a nadar para frente, e não mais para cima.

O príncipe batia as pernas com força descomunal. A adrenalina era tanta que ele não sentia cansaço, mas o medo estava se apoderando do coração dele e o deixando gelado, apesar do exercício.

Logan ouviu novamente o zunido e automaticamente se grudou à parede de rocha, ficando em posição horizontal. Por um triz ele não foi pego. A estrutura dura, pontiaguda, longa e ligeiramente grossa passou por ele ainda mais depressa. Entretanto, porém, Logan pôde ver do que se tratava dessa vez.

Era um ferrão.

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Em Atlântida, todos estavam inquietos e apreensivos. Ariel estava sentada bem próxima dos limites permitidos, olhando fixamente para o ponto onde vira Logan pela última vez.

Poseidon a observava de perto.

- Vovô, eu sei que está aí.

- Eu não estava tentando esconder a minha presença, Ariel. – Poseidon aproximou-se da sereiazinha.

- Você acha que ele vai conseguir? – Ela perguntou, a voz ligeiramente trêmula.

- Ele está apreensivo. Já encontrou Kraken. Já pegou o tridente, mas está blefando com Kraken.

- Como assim, blefando?

- Kraken assumiu sua forma de bruxa. Ele ficou muito surpreso. Acho que você esqueceu de contar esse detalhe a ele.

- Como sabe disso?

- Estamos conectados. Eu posso ouvir o que ele pensa.

Ariel ficou em silêncio. Sua testa estava franzida. Ela ficara mais preocupada.

- Você está realmente apaixonada por ele, não é mesmo?

- Eu não estou apaixonada por ele. Eu o amo, vovô.

- Mas, em tão pouco tempo?

                - Vovô, depois de Erick, eu pensei que meu coração ficaria destruído para toda a eternidade. Pensei em desaparecer para sempre, pensei em me matar. Mas ainda bem que não o fiz. E deixo bem claro para quem quiser ouvir que não existem cicatrizes que o tempo não cure. Agora sei disso. E se tivesse me entregado ao meu desespero e à minha tristeza, estaria arrependida. Veja quanta coisa aconteceu! Quanta coisa eu teria perdido! Quantas pessoas eu teria feito tristes... Eu teria morrido triste... A verdade é que, nada vale mais do que a nossa vida. Temos que vivê-la, sermos gentis, agradáveis e fortes. Nós podemos tombar nos obstáculos e cair. Mas é opção nossa levantar e prosseguir. E, na próxima vez, não cairemos mais. Saberemos contornar a pedra que nos derrubou da última vez. Logan me ensinou isso.

                - Ele disse tudo isso a você?!

                - Não exatamente desse jeito. Mas está nele, vovô. Eu vejo nos olhos dele. É um brilho que nós não temos nos nossos olhos, mas que costumávamos ter, e que se perdeu.

                - Mas... Ariel, ainda é pouco tempo para sentir amor... O mesmo aconteceu com Erick...

                - Eu sei vovô. Mas desta vez, é diferente. Eu sinto algo mais forte.

                - Como você pode ter certeza? E se ele não gostar de você?

                Ariel deu um meio sorriso maroto.

                - Estamos conectados. Eu posso sentir o que ele sente.

                Nesse instante, um ruído estourou pela imensidão dos mares. Era o urro do Kraken. Avô e neta se entreolharam, agitados.

                - Medo. – Disse Poseidon.

                - Solidão. – Disse Ariel.

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                Logan estava sozinho naquela. Ele nadava o mais rápido que conseguia, mas o ferrão vinha e o interrompia, quase o acertando no local estreito. Em certo momento, o líquido dado por Louis quase caíra de sua mão.

                Logan percebeu que fazia um tempo que não estava ouvindo o zunido do ferrão. Isso o fez voltar a nadar para cima. Ele já estava relativamente perto agora: podia ver um pouco da luz do fim da tarde ao longe, marcando a entrada do abismo.

                De repente, o abismo tremeu. Na verdade, não foi o abismo que pareceu tremer, e sim a Terra inteira. Um barulho ensurdecedor acompanhou o tremor.

                Logan parou, atordoado. Algumas pequeninas lascas de rocha se desprenderam e caíram das paredes, assim como um pouco de poeira e areia vinda do início do abismo.

                O tremor passou. Logan retomou sua trajetória até que...

                Mais um tremor. Dessa vez mais forte, que balançou mais ainda o abismo e a Terra.

                Logan parou mais uma vez. Mais lascas se desprenderam, mais areia caiu.

                O tremor cessou.

                Porém, logo em seguida, recomeçou. E não parou mais.

                Logan estava sem ação. Agora o barulho era ensurdecedor e parecia que o mundo ia desabar.

Tudo tremia numa intensidade absurda. O barulho provinha do fundo do abismo e ia subindo em direção a Logan. Parecia que o mundo estava se dividindo em duas partes. E, de certo modo, ele estava.

                Kraken subia pelo abismo em que ela não cabia. As rochas maciças e despedaçavam quando se encontravam com sua carapaça dura. Ela estava descontrolada. Logan não vira em que criatura a “mulher” com quem ele falava um pouco antes se transformara, mas sabia que era grande. E, agora, sabia que era inacreditavelmente forte e resistente.

                Logan nadou o mais depressa que pôde, enquanto as paredes tremiam e lascas e pedaços grandes caiam de todos os lados. Ele se ralou nas pedras o tempo todo, atrapalhado com o tridente e com a areia e a poeira que entravam em seus olhos.

                Finalmente, ele chegou à abertura do penhasco, e pôde ver o mundo cheio de luz novamente.

                Logan começou a nadar ainda mais desesperadamente. A liberdade de movimentos que ele tinha era muito maior agora.

                O chão ainda tremia muito, cada vez mais. Do abismo, um urro ameaçador irrompeu.

                - Corre, corre...! – Logan dizia para si.

                Mas nem o mais rápido dos nadadores conseguiria ter adquirido uma vantagem suficientemente boa em relação ao Kraken quando este finalmente se livrou do abismo.

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Oiiiii, tudo bem gente? Bom, quero outra vez me desculpar pela demora, eu sei que isso tá ficando chato, mas tenho uma notícia boa: o próximo capítulo já está pronto! Por isso, daqui a seis comentários eu posto, ok?

Ah, uma lição de blog pra vcs: Assistam ao trailer do imagine e tentem identificar quais partes já se passaram e quais ainda estão por vir, beleza? Lembrando que algumas das cenas são apenas sugestivas, mas dá pra vcs saberem se já passou ou não. Ok?

Bjs

Elissa