Capítulo 60 – Uma Descoberta Preocupante

Capítulo 60 – Uma Descoberta Preocupante

                Louis se aproximou calmamente de Liam, que ainda estava recostado na árvore em que Mulan o apoiara para enfaixa-lo três horas antes.

                - Oi, Liam.                                                                                                                                  

                - Ah, oi, Louis! – Disse Liam, abrindo um sorriso. Ele estava tão disperso em sua leitura que não percebera a aproximação do amigo. – Encosta aí.

                Louis sentou-se, meio apoiado no tronco, ao lado do fazendeiro, e observou a página aberta do livro das criaturas e coisas das trevas que Dumbledore havia lhes dado.

                - Como você está se sentindo?

                - Um pouco melhor. A dor ainda é forte, mas... Como todos já me disseram, eu poderia estar morto.

                - Poderia mesmo. Você é um grande cabeça dura.

                - Fazer o quê? E você, como está se sentindo?

                - Quase bem. Infelizmente, o efeito do anestésico já está passando. Vou pedir para Mulan fazer mais.

- Descobriu alguma coisa interessante? – perguntou, curioso, ao reparar em desenhos um pouco macabros de bruxas e caldeirões na página aberta.

                - Na verdade, descobri sim! Você não vai acreditar! – disse Liam, o entusiasmo se espalhando pelo rosto. – Olha só! – Ele voltou algumas páginas.

                Louis observava atentamente. Liam parou em uma página com um título enorme. Estava escrito: “Feitiços”.

                - A seção que fala das bruxas das trevas é dividida em uma outra seção especial que descreve centenas de feitiços. – Retomou Liam. - Estive lendo alguns deles, e são realmente macabros. Tem um que envolve até um ritual em que a bruxa precisa beber um suco feito de sangue humano, sangue de boi, sangue de carneiro e excremento de cobr...

                - Liam! Eu não sei se quero saber disso...

                - Ah, tudo bem, vou direto ao assunto, então. Folheando as páginas... – E Liam começou a folheá-las. – Eu encontrei, por acaso, esta aqui.

                Liam parou em uma folha onde estava escrito em uma caligrafia impecável a palavra “Orcrux”. Louis estreitou as sobrancelhas e olhou para o amigo, pedindo por uma explicação.

                - Bom, orcruxes, ou, em alguns pergaminhos, horcruxes, são, como você já sabe, divisões da alma de uma bruxa que impedem que ela morra e blábláblá...

                - Sim, mas... Por que isso é interessante?

                - Por causa disso aqui. – Liam apontou para um parágrafo na página. – Eu pensava que orcruxes só podiam ser criadas em objetos. Entretanto, uma bruxa também pode pôr uma parte de sua alma em algo... vivo.

                Louis arregalou os olhos.

                - Como assim... Vivo?

                - Significa que Caroline pode ter dividido a alma dela e a colocado em algum animal... Ou até mesmo em algum humano.

                - O quê? Quer dizer que essa nojenta pode ter colocado uma parte da alma dela em uma pessoa?!

                - Sim... E isso não é o pior...

                - O que poderia ser mais horrendo do que isso?

                - Isso é uma conclusão à parte. Se, para destruir uma orcrux, nós temos que destruir o objeto que a carrega, então...

                - Para destruir uma orcrux em um humano... Nós teríamos de mata-lo! – Louis balançou a cabeça com força. – Não, não e não. Nós temos o líquido. Não precisaremos matar caso toparmos com uma orcrux viva.

                - Esse é o problema. De acordo com o livro, a alma da bruxa se une à alma da orcrux quando esta é viva. Não é como um objeto, que não tem alma. Eu acredito que o líquido só poderia ser ingerido, não atingindo a essência da pessoa. Sendo assim, só poderíamos destruir uma orcrux viva matando a criatura que a possui, pois é a única maneira de liberar a alma infectada que está presa ao corpo. Quando a alma se vai, o feitiço se separa dela e morre, como um parasita separado de seu hospedeiro.

                - Bem, então espero que não encontremos nenhuma orcrux... viva.

                - Assim eu também espero.

                - Olá, senhores... – Disse Harry, se unindo a Liam e Louis. – Sobre o que estão falando?

                - Ah, nada de mais... Só que uma orcrux viva tem que ser morta.

                - Hã? Como assim, viva?

                Liam recomeçou sua explicação.

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                - Niall, seu estúpido! Eu falei que marcar o caminho com pão não era uma boa ideia!

                - E você queria que eu fizesse o quê, Zayn? Eu queria comer o pão, pra sua informação, mas não, eu não fiz isso, pra que nós não nos perdêssemos!

                - DE QUE ADIANTOU, NIALL?! ESTAMOS PERDIDOS DO MESMO JEITO! OS PÁSSAROS E OS ANIMAIS JÁ ATACARAM TUDO! O QUE VAMOS FAZER AGORA? ESTAMOS MUITO LONGE. – Disse Zayn, se desesperando.

                Taylor ouvia a tudo e parecia que sua cabeça ia explodir. As vozes de Niall e Zayn retumbavam em seus ouvidos como trovões das mais pavorosas tempestades. Além de tudo aquilo, ainda estavam perdidos.

                Mas que vontade que tinha de manda-los calarem a boca! Mas Taylor sabia que o problema estava nele mesmo. Havia algo muito estranho naquilo tudo. Ele precisava raciocinar, pôr os pensamentos em ordem... Se ao menos eles parassem de berrar.

                - CALADOS! – A voz de Taylor assustou a Zayn e a Niall, que olharam assustados para o príncipe.

                “Ótimo...” Pensou Taylor. “Agora tenho que explicar por que os mandei ficarem quietos.” Mas pelo menos o barulho cessara. Ou foi o que Taylor pensou a príncipio.

O príncipe começou a ouvir uma espécie de burburinho, e pensou, num primeiro momento, que fossem os dois rapazes com ele. Mas o burburinho vinha da esquerda... Não podiam ser os dois. As bocas de ambos estavam totalmente fechadas.

Taylor fechou os olhos para escutar com mais clareza.

“Olá, senhores... Sobre o que estão falando?”

                “Ah, nada de mais... Só que uma orcrux viva tem que ser morta.”

                Agora ele com certeza distinguia as vozes de Harry e Liam. Taylor olhou para os dois rapazes a sua frente.

                - Sigam-me, eu já sei onde estão os outros. Mantenham-se em silêncio, por favor.

                Zayn e Niall não ousaram soltar um pio enquanto seguiam o estranho príncipe. Apenas um trocar de olhares confuso revelou um ao outro o que estavam pensando.

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Mulan sentou-se ao lado de Liam para refazer o curativo em seu peito.

- Ai, está muito frio... – Disse ele quando ela limpou o remédio e os ferimentos com água.

- Eu sei, aguente firme.

Ela então passou a nova dose do analgésico-cicatrizante.

- Ah, isso é muito bom... – Ele disse, suas feridas ardidas começando a aliviar. – Obrigado.

- Não agradeça. Tente se levantar um pouco, temos que colocar sua camisa. A temperatura está começando a cair. Teremos todos uma noite bastante difícil, aparentemente.

- Era só o que faltava... Onde estão Harry e Gandalf? – disse Liam, ao encontrar apenas a figura de Louis, cochilando não muito longe.

- Eles saíram à procura de Niall e Zayn há uns dez minutos.

- Espero que tenham encontrado Taylor.

- Eu não sei se desejo que o tenham encontrado. Depende de como ele vai estar...

Liam sorriu nervosamente. Realmente, se fosse para encontrar Taylor morto, era melhor que ninguém o encontrasse.

- Ah! – Mulan falou. – Tenho uma novidade! Um momento. – Ela se levantou e foi até a mochila encantada de Gandalf. De lá, tirou o mapa com a localização das orcruxes e o levou até Liam.

- Parece que Príncipe Logan cumpriu sua promessa. – Ela disse, estendendo o mapa e apontando na direção onde havia uma mancha escura até algumas horas antes. – A mancha sumiu do mapa. – Ela sorriu. – Ele conseguiu.

Liam sorriu também.

- Ótimo! – Disse, animado. – Agora só faltam... Deixe-me ver... Já destruímos o sapatinho de cristal, a orcrux da flauta e agora a orcrux submersa... Ah.... – Ele desanimou. – Ainda faltam quatro.

- Não esqueça que estamos com a bússola. Assim que encontrarmos o castelo de Caroline, poderemos facilmente destruí-la também, assim será uma orcrux a menos.

- Sim, de fato, mas temos outro problema: Sméagol ainda está com o anel. – Ele apontou uma mancha preta no mapa. – E ele não está muito longe de nós, mas mesmo assim ainda precisamos captura-lo.

- Hmmm, sim, você está certo. Mas eu não acho que isso é um problema tão grande assim.

- Por quê?

- Não percebe? Agora que temos o espelho de Gandalf, encontrar Sméagol é uma questão de tempo. Sabendo exatamente quem estamos procurando, podemos nos teletransportar.

- Isso é realmente verdade. – Liam de repente teve uma ideia que o fez pular. Ele ignorou a dor do movimento brusco. – Nossa! Isso quer dizer que... Podemos encontrar Caroline facilmente e nos teletransportar até ela!

- Não exatamente... – Mulan falou, desanimando um pouco a Liam. – Eu pensei a mesma coisa, mas Gandalf me explicou que, ainda que possamos ver Eleanor ou até mesmo Caroline se quisermos, existe um feitiço de proteção em volta do castelo dela. Ninguém consegue entrar lá por magia.

Liam bufou, levantando-se, enquanto Mulan passava sua camisa para ele.

- Mas que droga... Bruxas... Eu odeio bruxas...

Mulan sorriu, indo acordar Louis, para que ele se vestisse também.

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Harry levou uma cajadada de Gandalf.

- Ai! Por que fez isso? Eu já parei de falar!

- Você faz muito barulho. Precisamos de silêncio para ouvir e para nos concentrar nos rastros.

Harry bufou, calando-se. Seguiu com Gandalf, entediado, por alguns metros até que algo chamou sua atenção. Um barulho.

- Gandalf... – Ele chamou. – Ouviu isso?

- Shhhhhhh... – Foi a resposta do mago, o que obviamente confirmava que ele havia ouvido também.

Eles ouviram de novo. Era um crepitar de folhas. Vinha de uns arbustos adiante.

- Pode ser um animal... – Harry sussurrou.

- Ou não... – Contradisse Gandalf.

Harry desembainhou a espada e Gandalf ergueu seu cajado.

                Aos poucos, eles se aproximaram dos arbustos, até que Harry, acidentalmente, pisou em um galho, que se partiu, fazendo um estalo.

                Automaticamente, um zunido foi ouvido e uma flecha voou na direção de Harry, que apenas teve tempo de se virar de costas, esperando o pior.

                Mas Gandalf foi veloz, emitindo um campo de força que bloqueou a flecha.

                Em seguida, saíram de dois arbustos Niall e Taylor, empunhando suas espadas, e gritando.

                - Ahhhhhhhh! – Harry gritou assustado, quando a espada de Niall se chocou contra a sua. – NIALL! O QUÊ VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO?

                Niall finalmente pareceu se dar conta.

                - Harry?

                - Não, uma fada. É CLARO QUE SOU EU, IDIOTA!

                - Você até que poderia ser uma fada... – Disse um Zayn que descia da árvore de onde partira a flecha que quase acertara Harry.

                - Hunf... Você não tem direito de falar nada... VOCÊ QUASE ME MATOU!

                Zayn riu.

                - Mas não matei.

                - “Mas não matei”. – Harry remedou-o, afinando a voz.

                - Está vendo? Eu disse que você tinha um quê de fada. – Disse Zayn, sorrindo maliciosamente, referindo-se à voz fina que Harry fizera.

                - Você com esse seu senso de humor negro já está me irritando. – Disse Harry mal-humorado. – Ah, olha, “eu sou o Zayn e me acho másculo”.

                - Eu não falo assim.

                - Ah, não, sou eu que fala.

                - Foi você quem falou, não eu.

                - Ora seu...

                - RAPAZES! – Gandalf bateu na cabeça de Harry.

                - Ai! Por que você não bateu nele também?!

                - Quieto. – Disse Gandalf, retomando o controle da situação. – Taylor, ainda bem! Está vivo. Você matou a criatura?

                Taylor balançou a cabeça positivamente.

                - Minha nossa! – Exclamou Harry. – Cara, você arrasa! Sensacional! Espetacular! – Ele bateu palmas, emocionado.

                - Tá vendo como ele poderia ser uma fada? – Zayn riu mais uma vez.

                - Calado, seu preconceituoso. Como conseguiu matar um lobisomem sozinho, Alteza?

                Taylor coçou a cabeça, encabulado, sem saber se mencionava que estava se sentindo estranho ou que aparentemente fora mordido. Na realidade, ele já não tinha mais certeza de que realmente havia sido mordido. Poderia ser sangue de alguma outra coisa nos dentes da criatura. Ele devia estar enxergando coisas. Não sentia dor. Não fora mordido.

                - Eu só... Matei. – Ele disse.

                - UAU! Sou seu fã! – Harry entusiasmou-se, tomando outra cajadada de Gandalf.

                - Cale-se. Por que estavam demorando tanto? – Perguntou o mago.

                - Nos perdemos. – Começou Niall. – Mas Taylor disse que sabia o caminho. E, aparentemente, nos colocou na trilha certa.

                - Como sabia do caminho, meu jovem?- Gandalf perguntou, curioso.

                - Eu... – Taylor hesitou mais uma vez. Apesar das dúvidas de realmente ter ou não sido mordido, ele sabia estar escutando e enxergando melhor. – Eu... Eu ouvi vocês. – Disse, com medo de uma resposta que confirmasse que havia algo errado com ele.

                A resposta foi uma cajadada em Harry. Outra vez.

                - AI! Por que isso?

                - Eu disse que você estava fazendo muito barulho, idiota. Agora vamos voltar, está esfriando. E veja se fica de boca fechada, garoto. – Disse Gandalf.

Harry bufou.

- Quer saber? EU TÔ CANSADO DISSO! DE TODOS VOCÊS! Me tratando como lixo! Mas uma novidade: EU NÃO SOU LIXO! ALÔOOO??? Humano aqui chamando! Eu tenho sentimentos. Sentimentos que, na maioria das vezes, não são respeitados. E eu aguento tudo sem reclamar...

- Errado. Você reclama de tudo. – Interrompeu Zayn.

- ... tá, eu reclamo, mas só assim pra aguentar! – Harry prosseguiu. – E o que eu ganho com isso?! Eu ganho caras me chamando de fada...

Niall levantou a mão.

- ... sim, Niall?

- Objeção: você mesmo se chamou de fada.

- ... tá, eu ganho caras me zoando de uma zoeira que eu fiz com eles e acabei me zoando acidentalmente e... E eu sei que a última frase não fez muito sentido mas... Sabe mais o que eu ganho? Esse velho “mago” – ele disse fazendo aspas com os dedos – me batendo na cabeça o tempo todo com seu cajad...

Gandalf bateu na cabeça de Harry com a mão.

-AI!

- Satisfeito? - Disse Gandalf.

- MAS É CLARO QUE NÃO!

- Então tá. – Gandalf bateu com o cajado em Harry outra vez. – Voltamos à estaca zero. Agora, sem piti, fadinha. Vamos voltar, ou congelar aqui. – Gandalf tomou a dianteira.

Harry gritou de ódio, e levou outro golpe com o cajado por fazer barulho.

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Oi gente! Tudo bem? Bom, o capítulo está tão longo que eu ainda não consegui terminar, então dividi pra poder postar, ok??

E aí?? Já estão de férias?

O que acharam do cap.? Tentei dar um toquinho de humor, kkkkk, com uma pequena colaboração das minhas irmãs. Continuo com seis comments,

Um beijo,

Elissa