sexta-feira, 25 de julho de 2014

Capítulo 63 - Separados

Capítulo 63 - Separados


“Louis...”
“Louis...”
“Você não pode me salvar.”
“Você não pode me salvar.” – O rosto de Eleanor aparecia para ele, magro, cadavérico, pálido, com olheiras profundas.
“Els! Não, eu vou te salvar! Eu estou indo! Aguente firme!” – Ele dizia.
“Você não pode me salvar.” – A voz dela não parecia a voz dela. Era como uma cobra sibilante no final. Tinha algo macabro no tom que ela usava. Era um sussurro amedrontador. – “Você falhou. É tarde demais.”
“Por quê? Els, por quê?” – A voz dele implorava por uma resposta.
Ela de repente sorriu, e a voz que saiu era de outra mulher. Louis tinha certeza que era a voz de Flack, apesar de nunca tê-la ouvido.
“Por que eu já estou morta.” – Foi a resposta. E então os olhos e o nariz de Eleanor começaram a sangrar, e seu rosto ficou completamente vermelho. Ainda assim, ela sorria de um deleite maléfico, e seus olhos... Seus olhos eram de desafio para ele.
Louis acordou de um pulo. Sua cabeça estava pesada, e o jeito como se movimentara ao acordar fez seu braço quebrado doer.
Ninguém estava acordado ainda, com exceção de Gandalf.
- Ah, jovem Louis... Vejo que estava tendo um pesadelo...
- É... – Louis murmurou, um pouco mal-humorado, tentando afastar o terrível sonho de sua cabeça.
- Quer falar sobre ele? – Gandalf perguntou ao perceber o tormento que tomava conta dos olhos de Louis.
- Não. – O cavaleiro falou.
Ainda estava escuro, e Louis se recostou novamente na árvore em que estava dormindo, para tentar cochilar mais um pouco. Ele estava ferido e ainda um pouco fraco. Quanto mais ele dormisse, melhor.
Entretanto, enquanto se acomodava, seus olhos pousaram em Harry, que estava... abraçado com Mulan? O quê?
Se a primeira impressão de Louis foi uma surpresa, a segunda foi de dor. Ele não sabia se Mulan estava gostando de Harry como ele já percebera que o amigo estava, mas não foi por Harry que seu coração se apertou no peito.
Eles pareciam tão em paz, tão serenos... E aquilo o lembrou de uma outra Eleanor que não a do sonho. Da Els que passava as tardes escondida no jardim do palácio com ele. Que o abraçava da mesma forma que aqueles dois pombinhos enquanto assistia ao pôr-do-sol.
E agora ele já nem sabia se a encontraria viva, ou se sobreviveria para encontra-la. Ou mesmo se sairia vivo do conflito com Flack.
Foi pensando em tudo isso que Louis pegou novamente no sono.
Ele não conseguiu descansar.
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Mulan acordou com uma sensação maravilhosa. Ela não se lembrava de ter dormido, mas sentia que nunca descansara tanto na sua vida. Ela piscou várias vezes enquanto se acostumava com a fraca luz que iluminava o acampamento. O dia ainda estava amanhecendo. Deveria ser por volta de seis da manhã.
A princípio, ela pensou ter se mexido, mas então percebeu que fora Harry. Ele também havia dormido, obviamente. Mas a chinesa jamais imaginaria que teria sido abraçado a ela.
Algo veio à cabeça dela, de repente: Se os dois haviam dormido, quem vigiara o acampamento?
Ela se esgueirou lentamente, para não acordar Harry, e olhou em volta. Todos dormiam, exceto...
- Não se preocupe! – Era a voz de Gandalf. – Harry me acordou por volta das duas horas.
Mulan primeiro gelou, virando-se para a esquerda e vendo o dono da voz que a assustara. Depois, ela ficou vermelha. Ela dormira inconscientemente abraçada a Harry e... Alguém vira. Pelo menos tinha sido Gandalf. Mulan teve a ligeira impressão de que Harry tivesse pensado naquele detalhe, o que fez sua concepção dele melhorar ainda mais. Ele se preocupava com ela e respeitava sua discrição.
Gandalf percebeu o conflito pela cor das bochechas da chinesa, e deu uma risadinha.
- Não se preocupe... Ele queria te apoiar no tronco, mas eu pedi que a mantivesse daquele jeito.
- Por quê? – Ela indagou, um pouco petulante.
Gandalf riu mais uma vez e sua resposta foi um olhar de divertimento.
- Por que acha que deve interferir nisso?
- Ora, só estou tentando facilitar as coisas.
- Não preciso que facilite nada pra mim.
- Bom, se é o que deseja... Não tem problema, então. O destino vai acabar fazendo isso de qualquer forma.
- Não acredito em destino.
- Depois de tudo o que você tem visto e passado, pensei que acreditaria em mais coisas.
Mulan cerrou os olhos e encarou Gandalf fatalmente.
Ele apenas riu como resposta.
Mulan empinou o nariz e tentou parecer no controle da situação. Ela odiava ser desafiada daquele jeito.
- Duvido que ele ainda sinta algo por mim. Agora sabe que eu sou casada...
- Foi casada...
- Não importa... – Ela retrucou.
- Se eu conheço bem Harry, ele não parece o tipo de homem que se incomoda em sair com uma mulher casada.
Mulan sentiu que perdera aquele argumento. É... Gandalf estava certo quanto àquilo.
Ela então tirou uma corrente de dentro da sua roupa. Como “pingente”, estava seu anel de casamento. Ela o mostrou a Gandalf.
- Mas eu me incomodo.
- Com quem? Você mesma? – Ele a encurralou. Mulan não tinha mais o que falar. Ela sustentou o olhar do mago até ele continuar. – Shang ia querer que você ficasse feliz, como você quereria o mesmo para ele.
- Como você sabe o nome dele? Como sabe de tudo isso?
- Eu basicamente não durmo muito, minha cara. E você pelo jeito também não. Observei você noite passada em minha casa. Inquieta, sem sono...
- Você não me conhece há tempo suficiente para avaliar meu sono.
- Ah, de fato, você está certa. Mas posso avaliar outra coisa que ninguém precisa me dizer para que eu saiba.
- E o que seria?
- Quando foi a última vez que não chorou ao ouvir o nome “Shang”?
Mulan abriu a boca para retrucar, mas calou-se quando as palavras de repente fizeram sentido em sua cabeça. Ela havia falado que era casada, e havia ouvido o nome Shang duas vezes. E, pela primeira vez desde que o perdera, ela não chorara.
Um turbilhão de sentimentos a invadiu naquele momento. Surpresa, por não ter derramado uma única lágrima. Raiva, por Gandalf estar certo. Culpa, por... Por sentir que falhara com Shang ao... ao não sentir tristeza quando ouviu seu nome.
Ela franziu as sobrancelhas e seu olhar para o mago era de pura confusão.
Sem dizer nada, ela saiu para o meio das árvores, batendo os pés.
Precisava dar uma volta para espairecer.
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Quando Mulan voltou de sua caminhada para o acampamento improvisado, todos já haviam acordado e estavam agitados.
Liam fazia um check-in com Niall e Zayn. Como o grupo de Louis era maior, ficou combinado que ele levaria a bolsa mágica com todos os apetrechos que precisavam. Por isso, com a manta de Mulan, o fazendeiro improvisara uma trouxa com:
- Comida?
- Para pelo menos cinco dias, Liam. – Respondeu Niall.
- Cobertores?
- Aqui. – Zayn.
- Água corrente?
- Aqui.
- Corda?
- Aqui.
- Líquido destruidor?
- Está no seu bolso.
- Ah, é mesmo. Livro?
- Aqui.
- Mapa convencional?
- Confere.
- Ah, Sr. Gandalf? – Liam gritou. – Não acha melhor levar o rastreador de orcruxes com vocês? Afinal, nós só iremos atrás de Sméagol e...
- Não se preocupe. – O mago respondeu. – Levem o rastreador com vocês. Nós levaremos o mapa e a bússola. Será suficiente para encontrar o que desejarmos.
- O.k., então. Parece que temos tudo aqui. Já podemos ir. – Anunciou Niall.
Nesse momento uma tensão pairou no ar. Era a primeira vez que eles se separariam desde que haviam se conhecido. Ninguém se sentia confortável com a situação.
- Então... – Começou Louis.
- Pessoal! – Harry foi para o meio do acampamento, para tentar motivar a todos. – Isso não é um adeus! Nós vamos fazer o que é necessário e nos reencontraremos em breve! Não nos abalaremos. Já passamos por muita coisa para desistirmos! Nada vai nos deter, a não ser a morte! Então vamos lá, ânimo!
- Palavras reconfortantes, Harry. – Zayn comentou. – Se não nos reencontrarmos, vocês já sabem que fomos detidos pela morte. – Ele alfinetou Harry mais uma vez, irônico.
- Blá, blá, blá... – Harry retrucou.
- Você está muito animadinho hoje, Harry. Algum motivo especial? – Liam perguntou, olhando para Mulan de esguelha.
Ela mexeu os lábios: “Eu te mato”.
Harry apenas respondeu:
- Eu estou sempre animado e feliz, até porque... Quem não gostaria de ser eu?
Todos reviraram os olhos, e uma sequência de apertos de mão que viraram longos abraços aconteceu.
Quando Mulan e Liam se abraçaram, ela sussurrou no ouvido do melhor amigo:
- Se cuida, Liam. Nos vemos em breve.
Ele afastou o rosto, olhou bem fundo nos olhos da chinesa e respondeu:
- Eu me preocuparia mais com você. – Ele olhou para Harry, deu uma risadinha e piscou para Mulan.
Ela bateu nele e Liam se afastou, rindo.
- Au revoir, mes amis. – Niall acenou para todos, enquanto Zayn pegava o espelho.
- Sméagol. – Falou o gato de botas, e a imagem da criatura apareceu na superfície do objeto.
- Chegou a hora. – Liam disse, enfiando a mão na superfície do espelho, fazendo com que ele se expandisse.
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- Ai, Niall, você tinha mesmo que passar no espelho junto comigo? Ficou muito apertado e eu quase perdi meu dedão! – Liam disse, irritado.
- Ah, pare de choramingar! – Falou o loiro.
- Não briguem – Zayn interferiu ao passar pelo portal, que se fechou logo em seguida e voltou a ser um espelho comum e pequeno.
- Onde estamos? – Niall.
- Parece que ainda é um pedaço de floresta. – Liam.
 - Ei, parem de falar! Sméagol está por aqui! Se ele nos ouvir, já era!
Eles então ficaram em silêncio. Quase ao mesmo tempo, puderam ouvir uma voz sussurrante não muito longe, que dizia:
- Meu precioso...
Liam olhou para os dois amigos.
- O que fazemos agora?
- Não faço a menor ideia. – Zayn.
- Eu tenho um plano. – Niall sorriu. – Liam, pegue um pouco de pão na nossa trouxa e me dê. – Liam obedeceu. – Agora, encontre Sméagol e não o perca de vista. Espere meu sinal. Zayn, você vem comigo. Vamos ver se o gato de botas sustenta sua reputação.
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Liam localizou Sméagol e se posicionou atrás de alguns arbustos enquanto observava a criatura falar com o anel e... com mais alguém além dele.
- Precioso...  A gente te acha tão bonito... Tão brilhante... Ninguém vai tirar você da gente, não...
O fazendeiro precisou engolir o nojo que sentiu naquele momento ao se lembrar de que Sméagol ficara daquela forma por ter sido consumido pela maldade do anel. Era repugnante, mas também assustador.
Liam começou a sentir algumas cócegas no nariz. “O que está acontecendo?”, pensou. A coceira aumentou e ele começou a sentir uma terrivelmente forte vontade de espirrar.
“Ah, não!”, Ele pensou quando percebeu o que estava causando a coceira. ”Arbustos de azevinho!”.
Liam era alérgico a azevinho. E, por isso, ele não conseguiu conter um espirro.
- ATCHIM!
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Sméagol poderia ser tudo, mas não era surdo, e estava próximo o suficiente de Liam para ouvir o espirro.
A criatura olhou em volta e viu as folhas de um arbusto próximo se mexendo levemente. Com um sorriso diabólico e quase prazeroso, ele pegou uma faca de caça que estava ao seu lado, e que Liam não havia percebido que estava ali.
- Acho que hoje a gente vai fazer um banquete, precioso...  – A voz dele era de deleite, apesar de estar super baixa.
Sméagol se aproximou daquele arbusto de azevinho vagarosamente, com cautela. Quando achou que já encurralara a sua vítima, ele saltou sobre as folhas, gritando, mas caiu do outro lado, batendo a cabeça no chão.
A criatura se levantou rapidamente, olhando em volta. Ele tinha certeza de que ouvira algo ali, deveria haver alguém! Não era possível!
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Liam só tivera tempo de se desviar alguns centímetros para o lado, atrás de um tronco. Se ele se mexesse demais, Sméagol o ouviria. Mesmo que ainda estivesse invisível, a repugnante criatura poderia vê-lo, pois não era inteiramente má, o que contestava.
O fazendeiro carregava sua espada, mas tirá-la da bainha também faria um barulho que poderia chamar a atenção. Não havia escolha. Ele teria que esperar e torcer para não ser encontrado.
Sméagol começou a procurar em todos os cantos, se afastando um pouco de Liam. Foi quando este ouviu um barulho. A princípio, o fazendeiro pensou se tratar de uma coruja.
“Corujas em plena luz do dia?”, pensou.
Mas então ouviu o barulho novamente.
“Niall?” – Ele se inclinou para o lado de onde viera o barulho, e viu Niall acenando para ele de onde Sméagol estivera alguns minutos antes. Ele chamava Liam com a mão, atiçando-o a correr naquela direção.
“O quê? Ele quer que eu saia do meu esconderijo?”, Liam não conseguia acreditar. Mas confiava em Niall acima de tudo, então a próxima coisa que ele fez foi quase letal.
Liam saiu correndo de trás da árvore, passou pelo arbusto de azevinho e correu até Niall. Os dois se esconderam enquanto Sméagol voltava correndo, ao ouvir os barulhos das folhas e das pisadas de Liam no chão.
- Agora você não escapa da gente! – Ele exclamou.
Contudo, ao retornar ao local de onde saíra, Sméagol não encontrou alguém, mas sim, algo.
- O que é isso? – Ele se abaixou, pegando pequenas migalhas de pão no chão. – Ah! – Ele riu diabolicamente. – Você não é tão esperto como a gente, não... Você deixou rastros... – A criatura começou a seguir as migalhas de pão, que faziam uma pequena trilha adiante.
Ele continuou seu caminho até ver, não muito longe, um pedaço de pão quase inteiro, onde a trilha terminava. Sméagol riu.
- Ah, esse fugitivo pensa que a gente é bobo, mas a gente não é, não... A gente sabe que aquilo é uma armadilha.
- É, e nós sabíamos que pensaria isso. – A voz de Zayn ecoou de repente de cima de uma árvore próxima, enquanto seus braços puxavam uma corda.
Nesse instante, um círculo de corda que estava escondido sob a folhagem da floresta evidenciou-se enquanto diminuía até prender-se ao pé de Sméagol e levantá-lo a uma altura de dois metros.
- Ah! – Ele gritou, enquanto era puxado.
- Bom trabalho, Niall! – Liam disse enquanto os dois caminhavam até Sméagol. – Como sabia que ele não iria até o pão?
- Qual é? Você cairia nessa?  Ninguém mais cai hoje em dia. – Riu o loiro. – Por isso posicionei a corda um pouco antes.
- Se afastem de mim! – A criatura berrou enquanto atiçava sua faca de caça para um lado e para outro.
Como resposta, Zayn fez com que a corda balançasse violentamente. O anel e a faca escorregaram da mão de Sméagol com o impacto.
 – Não! Precioso, precioso!
- Bom, - Zayn amarrou a corda que segurava Sméagol em um galho e desceu da árvore. – Acho que já temos o que queríamos. Ele disse enquanto pegava o anel e apontava para o peito de Liam, no qual o localizador de orcruxes brilhava intensamente.
- Não! Devolve pra gente, por favor!
- Sem chance, amiguinho... – Niall falou.
- E agora, o que fazemos com ele? – Zayn olhou para Sméagol.
- Eu tenho uma ideia. – Disse Liam. – Mas, primeiro... - Ele pegou o líquido destruidor de orcruxes de seu bolso e o anel da mão de Zayn e, delicadamente, pingou um pouco da poção sobre o objeto.
Automaticamente, eles foram envolvidos por uma fumaça negra que asfixiava. Contudo, dois segundos depois, a fumaça desapareceu da mesma forma que surgiu.
- *Cof, *cof, deu certo? – Niall perguntou.
Liam olhou para o medalhão em seu peito. Ele não brilhava mais.
- Deu certíssimo.
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Oi, gente! E aí, tudo bem?
O que acharam do cap?
O próximo vai estar repleto de fortes emoções.
Continuo com seis comments.
Bjs J


6 comentários:

  1. AI MEU DEUS
    Esse sonho do Louis acabou comigo!!!!
    Vc tem qeu continuar logo!!!1
    Eupreciso ver o que o Louis vai fazer para salvar a Els, pq vc falou que ele não pode usar o líquido e tals....
    Oh shit
    continua logo

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  2. Ah Meu Deus acabei d ler e tipo amei mto perfeito e A-L-E-L-U-I-A ainda bm que eles conseguiram pegar o Smeagol e destruir a orcrux do anel hahaha e eu tbm preciso saber oq o Louis vai fazer pra salvar a Els
    continua logo :)

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