Capítulo 65 – O Resgate

Capítulo 65 – O Resgate

                Liam, Niall e Zayn se esgueiraram pelo pequeno bosque que rodeava a Torre dos Fundadores, que ficava a aproximadamente dois quilômetros de distância do centro de Swift.

Era duas e meia da tarde, e o sol estava a pino. A atmosfera quente fazia os três amigos suarem e eles estavam ensopados ao chegar à orla do bosque.

 Como o vilarejo, a torre ficava em uma clareira, porém muito menor. Ela se estendia por pelo menos oito metros de altura.

Quando viu a filha, Joseph ficou louco. Queria acompanhar os três, e chamar mais metade do vilarejo para ir junto. Entretanto, Zayn dissera a ele sobre a discrição da missão. Eles teriam que aproveitar a vantagem da saída de Taylor, e quanto menos gente, mais rápida e mais discretamente eles poderiam realizar os três resgates.

Por isso, eles convenceram Joseph de que o melhor seria ele ficar no vilarejo e atiaçar os moradores a atacar Taylor caso ela retornasse e eles ainda não tivessem voltado, a fim de atrasá-la. Ainda assim, Niall, Liam e Zayn esperavam que aquela não fosse uma medida necessária, pois assim a vida da aldeia estaria em risco.

- Mas nós vamos morrer de qualquer maneira. – Foi o argumento de Joseph. – Estamos cansados de nos curvar a ela. Temos esperança, agora.

Assim, eles partiram, e agora contemplavam a torre sobre seus olhos.

- É aqui? – Niall.

- Só pode ser aqui. – Liam confirmou. Joseph havia lhes mostrado a torre, ao longe, do vilarejo.

- O que fazemos agora? – Niall perguntou.

Vagarosamente, eles saíram da proteção das árvores e se mostraram ao sol.

- Temos que chama-las. – Disse Liam. – Temos uma corda, mas ela não é grande o suficiente. – Ele então limpou a garganta e gritou. – Gabi! Tália!

À princípio, nada aconteceu. Porém, alguns segundos depois, duas cabecinhas apareceram na janela do alto da torre, e, quando viram o trio lá embaixo, seus rostos não aguentaram de felicidade.

- Liam!

- Niall!

Os dois sorriram por um momento. Mesmo que elas não estivessem salvas, elas estavam ali, vivas, a oito metros de distância deles. Faltava tão pouco.

- Nós vamos tirar vocês daí! – Niall.

- Vocês têm uma corda? – Gabriela perguntou.

- Não grande o suficiente, infelizmente. – Respondeu Zayn.

- Então o que vamos fazer? – Tália.

- Er... Não sabemos ainda... – Liam coçou a cabeça. Ele estava ficando nervoso. Eles precisavam subir, mas não podiam usar o espelho, para não alertar Taylor. Eles não sabiam se ela podia se teletransportar ou coisa do tipo... Mas talvez quando estivessem lá em cima, pudessem usar o portal para ir embora, rapidamente. Assim, talvez Taylor não tivesse tempo de pegá-los. Ele manifestou esse pensamento. Estava com o espelho colocado em seu cinto como se fosse uma faca.

- Talvez então elas possam descer! – Niall sugeriu. Só precisamos arranjar uma maneira disso acontecer.

- Não. – Zayn discordou de ambos. – As princesas estão fracas, não vão conseguir soltar Rapunzel dos ferros e nem se sustentar na corda. Alguém tem que subir e descer as três, sem espelho. Assim não usamos mágica e não alertamos Taylor. Se ela demorar, podemos ganhar tempo para tentar tirar a aldeia da maldição e preparar uma armadilha para essa bruxa insuportável.

- Concordo com Zayn. – Niall disse. – Todos os planos são arriscados, mas, caso sejamos bem sucedidos, poderemos salvar muito mais do que a vida de três mulheres. Podemos salvar um vilarejo inteiro. Aquelas pessoas precisam de nós.

Liam assentiu.

- Tudo bem, mas ainda precisamos arranjar um jeito de subir.

Tália, que mordia os lábios, teve uma ideia, de repente.

- Eu já sei! – Ela disse, correndo para o interior da torre.

Quando ela voltou, carregava... Cabelo?

- Excelente ideia, Tália! – Disse Gabi. – Foi ótimo termos trançado o cabelo dela.

- Vejo que vocês já sabem que há mais uma mulher conosco. E ela tem um cabelo enorme! – Tália disse, jogando os cabelos pela janela. – Desculpe, isso pode doer. – Ela disse para Rapunzel.

Mas todos logo desanimaram. Apesar do comprimento absurdo, o cabelo cobriu apenas quatro metros e meio dos oito necessários.

                - E se amarrarmos a corda ao cabelo? – Liam sugeriu.

                - Perfeito! – Niall disse.

                Zayn então pegou a corda da trouxa e amarrou-a em uma de suas flechas.

                - Afastem-se, altezas! – Disse o Gato de Botas. Em seguida, ele lançou a flecha com perfeição para dentro da torre.

                Gabriela foi pegar a flecha enquanto Tália recolheu o cabelo. As duas então amarraram firmemente um na ponta do outro e os jogaram pela janela outra vez.

                Agora eles podiam alcançar.

                - Quem sobe? – Liam perguntou.

                - Eu subo. – Zayn disse. Aquela era sua especialidade. Ele era aquilo. Um ladino, habilidoso, astuto. Escalava árvores como subia escadas. O mesmo acontecia com cordas.

                A primeira coisa que ele fez foi testar a firmeza do amarro, e logo houve mais uma decepção.

                Ao segundo puxão, a corda caiu.

                O cabelo de Rapunzel poderia ser forte e estar trançado, mas era tão liso que não sustentava nem a mais forte das amarras, como uma presilha que se solta do cabelo de uma garota.

                - Ai, que droga! - Niall murmurou. - Alguém tem alguma outra ideia?

                Zayn soltou a corda de lado e baixou o olhar, pensativo. Ele observou que, circundando a torre, havia arbustos espinhosos até a altura de seus joelhos. Ele então levantou o olhar. À sua frente, ele observou os blocos de pedra que se amontoavam para formar a torre. Um a um, eles eram firmados um ao outro por... Gesso.

                O Gato de Botas havia deixado sua aljava e suas flechas em um canto. Ele as pegou novamente.

                Liam e Niall ficaram calados com a súbita movimentação.

                Zayn então provou mais uma vez do que era capaz. Ele mirou exatamente na argamassa que unia um bloco de pedra a outro. E soltou.

                A flecha se cravou exatamente no local desejado, penetrando um pouco mais além da mistura.

                A próxima ele mirou um pouco mais para cima, e mais para a esquerda.

                E a próxima um pouco mais para cima, na mesma linha em que ficara a primeira.

                E, por quatro metros, ele posicionou suas flechas, formando uma escada primitiva.

                As duas princesas, Liam e Niall estavam boquiabertos.

                Quando Zayn percebeu que a boca dos dois amigos estava no chão, ele apenas riu e disse:

                - Vamos subir?

                - As flechas vão aguentar o seu peso, Zayn? – Niall perguntou.

                - São de carvalho revestido com uma fina camada de prata, graças a Gandalf. Acho que vão, sim. Além disso, eu sou leve. Não se esqueçam... Eu sou o Gato de Botas.

                O ladino então se preparou, respirando fundo. De onde estava, ele tomou impulso e... Um... Dois... Três!

                Zayn correu até a torre, saltando os espinhos. Realmente como um gato, ele apoiou seu pé na primeira flecha e, quase ao mesmo tempo, pegou impulso e ergueu o pé esquerdo para a segunda, que lhe deu o impulso para erguer o pé direito até a terceira. E assim ele foi subindo, rápido, ágil, astuto como o Gato que realmente dizia que era.

                Quando ele chegou à última flecha, porém, seu impulso foi ainda maior, e a arma se partiu, mas não antes que ele conseguisse apoiar suas duas mãos no cabelo de Rapunzel.

                Liam e Niall estavam muito absortos na agilidade e habilidade de Zayn, contudo não o bastante para que eles deixassem de ouvir. Em algum lugar atrás deles, no vilarejo de Swift, uma multidão começou a gritar. Logo se ouviu o barulho de coisas caindo no chão, e de coisas ainda maiores sendo formadas no ar.

                Liam viu quando fumaça começou a surgir acima das árvores.

                Não havia dúvida.

                Taylor estava voltando.

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                Se nas proximidades de Swift o clima estava ameno, o mesmo não acontecia com Gandalf, Taylor, Louis, Harry e Mulan.

                Eles subiam as Montanhas de Gelo, e havia um motivo para elas terem esse nome. Fazia uma hora que eles haviam chegado ao pé das montanhas e começado a subi-las.

                Contudo, a estrada que serpenteava acima deles, abrindo caminho, era estreita e não demorou muito até que eles começassem a pisar em neve.

                - Por que aqui é assim tão frio? – Harry perguntou.

                - Todas as montanhas são frias, Harry. Quanto maior a altitude, menor a temperatura. – Louis falou.

                - Não. – Gandalf disse. – Harry fez uma excelente pergunta. De fato, quanto mais alto subirmos, mais frio vai ficar. Mas aqui, onde estamos, teoricamente não deveria estar nevando, ainda.

                - Ainda? – Taylor indagou.

                - Essas montanhas têm... Um detalhe especial.

                - E que seria?

                Gandalf cortou o assunto quando o caminho à frente deles se estreitou.

                - Cuidado, pessoal. Agora só podemos ficar um atrás do outro. Podemos escorregar na neve, então calculem cada passo de vocês.

                Então eles seguiram nessa ordem: Gandalf, Louis, Mulan, Harry e Taylor.

                Eles pisavam com delicadeza, porém firmeza, e cada passo era incerto. Era uma subida, e estava cada vez mais difícil prosseguir.

                Em um dado momento, Louis escorregou.

                - Ah! – Ele gritou, enquanto via o precipício no qual estava desabando. Mulan automaticamente pegou a mão esquerda dele, mas a força da gravidade a levou junto de Louis.

                Harry pegou a perna da chinesa e o segurou com força, enquanto Taylor segurava seus ombros para que não caísse.

                - Ai... Está pesado... – Harry disse, entredentes. Ele suava, apesar do frio. – O que vamos fazer agora?

Louis não iria conseguir subir pelo corpo de Mulan, uma vez que seu braço direito estava quebrado.

- Me puxem! – A chinesa disse, jogando a outra perna para cima. Gandalf a pegou, e, juntos, Harry, Taylor e o mago começaram a puxar os dois enquanto se moviam para a direita.

No meio do caminho, algo escapou de dentro da roupa de Mulan: a corrente com a aliança. – Não! – Ela gritou, um segundo antes que o objeto caísse. Mas não pôde fazer nada.

Finalmente, ela sentiu um apoio para seus joelhos, e então Gandalf e Taylor pegaram a mão de Louis, fazendo com que a chinesa pudesse soltá-lo.

Assim que ela foi totalmente erguida, Harry a abraçou com força.

- Graças a Deus, você está bem. – Ele disse. Harry a abraçava tão forte que parecia que ela poderia se quebrar.

Ela não percebeu quando Louis foi puxado, tampouco sentia a intensidade dos braços de Harry ao redor de si. Ela só pensava no colar. Sua mente estava mais confusa do que nunca.

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- Zayn, escale, depressa! – Niall berrou para ele.

O Gato de Botas ergueu os dois joelhos para cima e colocou-os juntos, mantendo o cabelo trançado entre eles. Depois, começou a mexer as mãos, e a subir. Ele era rápido, de fato. Mas quatro metros eram bastante para escalar em um cabelo.

Não faltava muito para ele subir, e Tália e Gabriela ainda tentavam ajuda-lo, puxando o cabelo de Rapunzel, mas elas estavam desnutridas e fracas, e não conseguiam fazer muita coisa.

Quando Liam olhou para o céu mais uma vez, percebeu que era tarde demais.

- Zayn! – Ele tentou avisar o amigo, mas não havia mais o que fazer.

Zayn olhou para o lado um segundo antes de uma vassoura passar por cima de sua cabeça. Ele logo sentiu seu apoio despencar.

Taylor, com uma faca na mão, acabara de cortar o cabelo de Rapuzel na altura da janela.

- Zayn, NÃO! – Niall berrou.

O Gato de Botas não tinha como escapar daquela. Ele apenas caiu. Um, dois, três metros... Não dava para acreditar.

Liam e Niall correram até a torre, mas antes que pudessem ver o corpo de Zayn tocar o chão, uma ventania forte começou.

Eles tamparam os olhos com a força dos ventos. Era como estar dentro de um tornado.

- Liam!

- Niall!

Eles se viravam constantemente, sem saber para onde iam. Em certo ponto, o vento ficou tão forte que os forçou a se ajoelharem.

Uma voz então ecoou dentro do tornado. Começou com uma risada maliciosa.

 - Então eu saio por uma hora pra arranjar comida e vocês resolvem fazer uma festa sem mim?

Subitamente, o vendaval parou.

Liam e Niall abriram os olhos, e o mundo girava em volta deles. Era como se eles tivessem ficado dando voltas e mais voltas.

Quando Liam conseguiu se firmar o suficiente para levantar e sua visão parou de ficar turva, ele levou um susto.

- Bu! – Taylor estava a centímetros de seu rosto. Ele cambaleou para trás e ela, com alguma força invisível, o prendeu no chão, sufocando-o.

Era fez um barulhinho de reprovação com a língua.

- Como é que eu não fui convidada para uma festa em minha própria casa? Bela jogada convencer o vilarejo a fazer uma rebelião... Eu ia mata-los de qualquer forma, e vocês ajudaram a acelerar as coisas.

Niall, que acabara de recuperar o equilíbrio, sacou sua espada e correu até a bruxa por trás dela.

Mas, de alguma forma, Taylor o vira. Com outro movimento de mão e, ainda sufocando Liam com a outra, ela fez com que a espada de Niall voasse da mão dele, e o ergueu do chão, também começando a sufoca-lo.

Niall levou as mãos ao pescoço, mas não adiantou nada. Uma força invisível estava fazendo aquilo com ele.

- Então nos encontramos de novo, Sr... Er... Payne, não é mesmo? – Ela se voltou para Liam. – E, você... Eu não me lembro de tê-lo visto da última vez... – Ela sorriu para Niall, se aproximando dele. – Tem belos olhos. – Ela acariciou as bochechas de Niall, que estavam muito vermelhas pela falta de ar. – Ah, não se acanhe comigo... Eu mordo bem... forte. – Ela apertou ainda mais o sufocamento dele. – Mas... Da última vez... Tinham mais, não é? Louis, se me lembro bem... Harry, aquele fofinho... E eu também interceptei uma garota que estava com o cheiro de um outro amiguinho de vocês, o que perdeu a bota... Acho que foi o que eu derrubei, estou certa?

Tália e Gabriela, do alto da torre, começaram a jogar objetos como vasos e talheres em cima de Taylor.

- Vocês acham mesmo que meus objetos vão se voltar contra mim?

Quando a bruxa terminou de falar essa frase, barulhos começaram a sair da torre. Lá dentro, os móveis começaram a atacar as duas irmãs. Talheres voavam em cima delas, a escova de cabelos se atiçava contra as duas como uma palmatória, as roupas começaram a tentar amarrá-las. Dentro da torre, começou uma guerra particular.

- Pronto... Aprendam a não meter a colher na briga dos outros. – Ela disse, literalmente pegando uma colher do chão, que Gabriela lançara.

Taylor então aliviou a tensão na garganta dos dois. Liam engasgou com o ar que entrou em seus pulmões, e Niall caiu, arfando desesperadamente.

- Bom, não importa... - Ela retomou. – O que acharam que fariam aqui? Salvariam as doces princesinhas das garras da terrível bruxa? – Ela riu de novo, passeando e olhando para o alto da torre. – Não acharam que eu seria tão burra assim, não é? Afinal, eu as trouxe para esse propósito. No dia do baile, elas dançaram com seres invisíveis que eu estava doida para conhecer.

Liam se levantou com dificuldade, e pegou em seu bolso um frasco com água corrente. Com um olhar para Niall, este pegou outro contendo raspas de ferro misturadas com sal.

Ela estava de costas para os dois e eles aproveitaram a chance. O conteúdo foi lançado diretamente para ela.

Taylor se virou com um sorriso e as raspas e a água pararam no ar.

- Mas, meninos... Vocês estão jogando sujo hoje... Tenho certeza que não foi assim que a mamãe educou vocês... Elas devem estar decepcionadas agora...

- É, os seus pais também! – Niall disse, atraindo a atenção de Taylor que, com um movimento, fê-lo sufocar mais uma vez.

- Vocês não sabem nada sobre meus pais... – Ela disse, a voz áspera, sem o tom de deleite anterior.

- Sabemos que você não tem amor nem mesmo por eles! Se não podia amar seus pais, como pensou que poderia amar Julian? E, pior ainda, como pensou que ele poderia te amar?! – Liam foi ainda mais abusado, o que também lhe rendeu outro sufocamento.

- COMO OUSA?! Já chega! Me cansei de vocês dois! Como querem morrer? Sufocados? Parece-me chato demais! Ah! – Os olhos dela se iluminaram com um lampejo de maldade. – Já que estão tão sabidinhos, já conhecem o destino do pobre Julian. Que tal se juntarem a ele? Começando por você, abusadinho! – Ela olhou para Liam.

Liam parou de sufocar, mas ficou paralisado, enquanto Taylor começava a pronunciar algumas palavras em latim:

- Redde me tenebris jellyfish maledictione hac. Quod qui manibus fiunt horrida relinquent alica ante. Inclina ad me hoc est in formando in terram, quam ventus, et aqua non nisi ad tempus, sed paulatim ad delere desperatione mors lenta et claustrophobic. Potentiam naturae et adorabant contemptibilem ... (Que as trevas me concedam a maldição de medusa neste momento. Que minhas mãos se tornem ásperas diante do feitiço que sairá delas. Transforme este diante de mim na matéria formadora dos solos, a qual o vento, a água e o tempo destruirão pouco a pouco até que não reste mais nada a não ser o desespero de uma morte lenta e claustrofóbica. Se curve diante da força da natureza, desprezível...).

Taylor estava a apenas duas palavras de terminar de lançar o feitiço, quando, de repente, ela parou.

- Ahh... – Ela gemeu. – O que é isso?! – Ela pôs as mãos nos ouvidos, caindo de joelhos no chão, os olhos se fechando e as sobrancelhas se franzindo.

Niall parou de sufocar mais uma vez e Liam conseguiu voltar a se mexer.

Eles olharam um para o outro por um momento. O que estava acontecendo?

Taylor soltou um grito e um campo de força circular saiu dela, lançando Niall e Liam para as árvores.

Eles só ouviram quando se levantaram.

- E eu vou, te espera-a-ar, aonde quer que eu vá-á, aonde quer que eu vá-a, te levo comigo!

Alguém estava cantando. E era uma voz terrivelmente desafinada! Os próprios ouvidos de Liam doíam com aquilo! Aquelas notas não deveriam... Existir!

- Ai, meu Deus! – Liam gritou. – Niall, é essa música. Essa pessoa que está cantando está atingindo a sequência de notas que pode atordoar as bruxas!

- O quê?! – Niall disse. – Esse desafinado?!

Liam ou Niall nem tiveram tempo de ter uma reação para atacar Taylor, pois, ao lado do fazendeiro, de repente, da direção contrária ao vilarejo de Swift, surgiu o dono da voz por entre as árvores.

Ele estava vestido ricamente, e era acompanhado de perto por mais três homens. Liam já o tinha visto antes, quando quase haviam sido mortos pelo navio de Barbossa. Aquele era Príncipe Lanza!

Quando o príncipe vislumbrou a cena que se passava, ele parou de cantar.

- Mas o que está acontecendo aqui?! – Ele perguntou, com ar de indignação, como se alguém tivesse feito uma grande bagunça em seu quintal.

- Não, não pare! Continue cantando! – Niall berrou.

- O quê?! – O príncipe indagou, sem entender nada.

Entretanto, Taylor já havia se levantado. Ela estava tonta, mas não o suficiente para que não pudesse terminar o feitiço - creatura mundi (criatura mundana) – e apontar o dedo na direção de Pe. Lanza.

Do dedo da bruxa saiu um raio verde, que ia certeiro na direção do príncipe.

O resto aconteceu em câmera lenta.

Pe. Lanza cobriu o rosto com os braços, e Liam soltou um grito:

- NÃÃÃO! – O fazendeiro, que estava ao lado do príncipe, só teve tempo de levar a mão esquerda ao cinto para, em seguida, estendê-la até o rosto de Príncipe Lanza.

O raio veio cintilante e refletiu na superfície do espelho mágico, voltando automaticamente para Taylor.

Então foi a vez dela gritar.

- Não! – Mas ela não conseguiu escapar. O raio a atingiu em cheio, e ela se moveu vinte centímetros para trás antes que estivesse totalmente transformada.

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- Nós... Conseguimos? – Niall disse, as pernas quase bambas.

- Eu acho que sim... – Liam falou, observando o espelho em sua mão. Quando fora atingido pelo raio, o objeto se partira em vários pedaços. Aparentemente, eles não poderiam mais simplesmente se transportar até os outros. Mas aquilo não importava agora. Passado um segundo de alívio, Liam retomou a consciência da realidade.

- Tália! Gabi! – Ele gritou.

- Estamos bem! – Gabi gritou de volta, aparecendo na janela. – Os objetos pararam.

Sabendo que as duas estavam bem, Liam ignorou Pe. Lanza, que clamava por explicações, e procurou Niall, e este estava correndo na direção de um corpo à beira da torre.

- Zayn! – Liam correu atrás de Niall.

Os dois tiraram o corpo do Gato de Botas da cima dos arbustos de espinhos. Ele ainda respirava.

- Zayn, não... – Niall quase sussurrou.

Zayn estava cortado em vários locais de seu corpo, mas a primeira coisa que chamou a atenção dos dois amigos era também a mais preocupante.

Os olhos haviam sido perfurados.

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Oi, gente, tudo bem com vocês?

Olha, eu corri pra escrever esse cap. Ele ficou enorme, mas eu não podia cortar na metade.

O que acharam? Por favor, se vocês ficaram com raiva do que aconteceu com o Zayn, eu peço que continuem lendo a história e não me abandonem, por favor. Eu gosto de finais felizes, e tudo vai se acertar no final, eu prometo, inclusive a visão de Zayn.

Se vocês quiserem ouvir como se fala o feitiço de Taylor em latim, cliquem aqui.

Continuo com sete comments J

Bjs