Capítulo 66 – Frio de Matar

Capítulo 66 – Frio de Matar

                 Caroline se encontrava em um estado de fúria latente.

                - NÃO!!! – Ela bateu com o punho em sua penteadeira, fazendo com que o móvel tremesse com o impacto. – COMO?! COMO AINDA ESTÃO VIVOS?!!!

                A bruxa acabara de ver por intermédio de Espelho a localização dos salvadores de Eleanor, e uma delas em particular não a agradou nem um pouco.

                - COMO É QUE ELES ESTÃO CONTORNANDO AS MONTANHAS DE GELO, ESPELHO?! COMO ELES SABEM DISSO? POR QUE ESTÃO TÃO PERTO?! – Ela jogou de uma outra cômoda diversos apetrechos de prata no chão.

                - A-acalme-se, Vossa Malvadeza...

                - Me acalmar?! ME ACALMAR?! COMO VOCÊ ESPERA QUE EU ME ACALME? – Ela jogou uma escova de cabelos em Espelho, espatifando-o em pedaços. Em um dos cacos que caiu no chão, o rosto dele novamente apareceu.

                - Vossa Malvadeza... Tenho certeza de que a montanha acabará com eles por conta própria...

                - Cale-se! – Ela disse, firme, porém mais contida do que antes.

                Caroline observou pela sacada de seu quarto a paisagem das Montanhas de Gelo no horizonte. Assim que eles a atravessassem, seria fácil encontrar a bruxa. Sua fortaleza estava bem visível aos olhos de todos.

                A questão era que ninguém havia sobrevivido às montanhas de Gelo anteriormente. Elas eram rigorosas, traiçoeiras... Entretanto, uma única vez, um homem, sozinho, havia conseguido atravessá-la. Um humano qualquer.

 Isso a assustava profundamente. Por que, se um homem comum havia conseguido atravessar as montanhas sem nenhum motivo aparente e encontrar seu castelo, um jovem determinado acompanhado de um grupo de pessoas talvez conseguisse não apenas o mesmo feito, mas algo muito maior, como cumprir uma certa profecia que culminava em sua morte.

- Está acontecendo... – Ela balbuciou, levando as mãos aos cabelos, tentando afugentar o desespero. – Eu preciso fazer alguma coisa... – Ela andou pelo quarto, de um lado para o outro, tentando organizar as ideias.

Caroline tinha um plano B, mas ela não queria chegar até aquele ponto. Seria arriscado demais.

Ainda tentando encontrar uma solução para seus problemas, os olhos da bruxa pousaram nos picos da cadeia montanhosa uma outra vez.

Então ela teve uma ideia.

- Vamos nos certificar de que as montanhas façam o que sempre fizeram de melhor...

Alguns minutos depois, Caroline sacrificava um de seus servos para iniciar um ritual de invocação.

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Louis, Harry, Mulan, Gandalf e príncipe Taylor haviam finalmente saído da parte mais estreita da montanha. Encontravam-se em uma parte plana e podiam andar calmamente um ao lado do outro. O frio os dilacerava e o vento gelado queimava os rostos deles. Uma tempestade de neve se iniciara, e estava piorando cada vez mais.

- GANDALF! – Louis gritou por cima do vento. – A TEMPESTADE ESTÁ PIORANDO! PRECISAMOS NOS ABRIGAR!

- EU SEI! – Gandalf lhe respondeu, olhando para trás. – ESTAMOS INDO PARA UM LUGAR ONDE PODEREMOS FICAR ATÉ QUE A TEMPESTADE PASSE!

Dito isso, eles silenciaram e continuaram seguindo o caminho, tremendo de frio. O único que não sofria muito era Taylor. Apesar do castigo do vento em seu rosto, por baixo de suas roupas, ele quase podia jurar que estava suando.

O príncipe sabia que havia algo muito errado com ele, e planejava contar a Gandalf assim que escapassem da tempestade, por mais que aquilo o assustasse. Até onde ele sabia, talvez tivessem que mata-lo. Isso o deixava hesitante.

Taylor acordou de seus devaneios quando ouviu um barulho. Ele parou de andar.

- TAYLOR? – Mulan, que estava ao lado dele, ao vê-lo parar, parou também.

- VOCÊ OUVIU ISSO?

- OUVIU O QUÊ? – Harry apareceu por trás dos dois. À frente, Louis e Gandalf continuavam.

- Parecia ser uma espécie de... – Taylor começou a frase, mas não a terminou.

“UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUULLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLHHHHHHHHHHHHHHH”.

- Urro... – Taylor completou.

Gandalf e Louis finalmente pararam, virando-se para trás.

- O QUE FOI ISSO? – Louis perguntou.

Os olhos de Gandalf estavam arregalados.

- GANDALF?! – Harry indagou por sobre o vento, preocupado pelo olhar do mago.

- TEMOS QUE NOS APRESSAR! – Foi a resposta dele. Gandalf retomou o passo, dessa vez bem mais rápido, apesar da neve sobre seus pés dificultar um aumento de velocidade.

Os outros se esforçaram para chegar ao encalço do mago.

- GANDALF! – Mulan gritou. – POR FAVOR! O QUE FOI AQUILO?!

- E PARA ONDE ESTAMOS INDO? – Louis.

Eles continuaram fazendo perguntas até que Gandalf se voltou para eles, bravo:

- VOCÊS QUEREM CALAR A BOCA! ESTÃO DIZENDO A ELES ONDE ESTAMOS!

- ELES?! - Harry.

“UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUULLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLHHHHHHHHHHHHHHH”.

O que quer que tivesse feito aquele som, havia feito de novo, e estava mais perto. Perto até... demais.

De repente, outro barulho soou, mas não era um urro. Parecia mais... como gelo se quebrando.

Todos olharam automaticamente para cima, para onde o cume da montanha se estendia até além das nuvens. O grupo já estava congelado de frio, mas cada um de seus integrantes se arrepiou com o que viu.

- AVALAAANCHE! – Louis gritou.

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                Quando Taylor virou pedra, todos os feitiços que ela havia feito se quebraram automaticamente. Os móveis pararam de atacar as princesas e a entrada para a torre, que havia sido lacrada por magia, pôde ser aberta. Foi assim que Liam e Niall subiram até as princesas.

                - Graças a Deus, vocês estão bem! – Liam disse, e tanto ele quanto Niall abraçaram ambas as irmãs.

                - Meu Senhor... O que Swift fez com vocês? – Niall observou Gabriela e Tália. Ao vivo, elas pareciam ainda piores do que no espelho.

                - Não importa. – Disse Gabriela. – o importante é que vocês estão aqui.

                - E que estão bem. – Concluiu Tália.

                Liam e Niall coraram. Aquele encontro deveria ter sido mais caloroso do que aquilo, mas a preocupação dos dois amigos fez com que, antes e acima de tudo, as irmãs recebessem uma boa dose de comida e de água. Por isso elas desceram as escadas e foram ajudadas por soldados do Rei Simon.

                Enquanto Liam e Niall se esforçavam para desprender os pulsos de Rapunzel, Zayn era assistido por mais alguns membros do exército de Cowell que acompanhavam Príncipe Lanza, que, por sua parte, se gabava por ter sido o responsável por salvar a vida de todos os presentes.

                - Eu deveria ser o Rei de todos os reis. – Dizia.

                Assim que o ferreiro e o fazendeiro conseguiram finalmente soltar Rapunzel, ela deu um forte abraço nos dois, apesar da dor que sentia em seus pulsos. Os olhos dela se encheram de lágrimas.

                - Obrigada.  – Foi o que ela conseguiu dizer.

                - Não nos agradeça. – Niall disse para ela.

                - Desça conosco. – Liam falou ternamente. – Você precisa se alimentar.

                - Não! – Rapunzel protestou com o mínimo de energia que lhe sustentava. – Há algo que eu preciso fazer primeiro.

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                - CUIDADO! – Foi a reação de Harry após a reação de Louis. Seus cachos voaram até Mulan, debruçando seu corpo sobre o dela, a fim de protegê-la.

                Não iria adiantar muita coisa.

                Felizmente, Gandalf fez um campo de força um milésimo de segundo antes de a neve se chocar contra este.

                O mago fez um grande esforço para sustentar o peso da neve que caía. Um grito poderoso e agonizante saiu de sua boca enquanto ele tentava proteger a todos.

                Finalmente, a neve acabou, e eles estavam seguros outra vez. Gandalf, que estava esgotado, caiu na neve fofa, e o campo de força se desfez. O nariz dele sangrava.

                - GANDALF! – Louis correu até ele.

                O cavaleiro se debruçou sobre o corpo do mago, que estava prestes a perder a consciência.

                - Louis... – A voz dele estava fraca.

                - Gandalf, por favor, não desmaie! Precisamos achar o abrigo! – Não que Louis não estivesse agradecido por Gandalf acabar de salvar a vida de todos. Mas, com o frio dilacerante, e uma ameaça que urrava próxima, havia outras prioridades.

                Gandalf também sabia disso.

                - Caverna... – Ele mal conseguia falar... – Continuem... em... frente... – E então ele desmaiou.

                - Gandalf! – Louis segurou o rosto dele. Em seguida, pôs o ouvido sobre o peito do mago. Apesar de abafado pela grossa capa que o protegia do frio, Louis conseguia escutar as batidas do coração dele.

                Gandalf ficaria bem. Isso, obviamente, se eles conseguissem se abrigar.

                - HARRY! ME AJUDE AQUI! – Louis chamou o amigo, que saiu de perto de Mulan e foi até ele. Louis segurava os ombros de Gandalf. Harry tinha de segurar os pés. Aquela era a única maneira de eles conseguirem carregar um corpo com mais de dois metros e com, certamente, mais de cem quilos.

                - AI! – Harry falou, entredentes. – Como pesa!

                - TEMOS DE SEGUIR EM FRENTE! MULAN, TAYLOR, VOCÊS CUIDAM DA RETAGUARDA. E FIQUEM DE OLHOS ABERTOS! TEMOS QUE ENCONTRAR UMA CAVERNA!

                O grupo recomeçou a jornada, com dificuldade. Entretanto, eles mal haviam andado três metros quando...

“UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUULLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLHHHHHHHHHHHHHHH”.

Desta vez, estava bem mais do que muito perto.

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Os homens que haviam restado da comitiva de Taylor já estavam retornando à Inglaterra, com pedira o príncipe. Eles eram muito leais a Taylor, e não o teriam deixado ir sozinho a não ser que este ordenasse o regresso deles, o que, de fato, ele fez.

Eles já estavam há dois dias navegando de volta quando um navio muito imponente e elegante se aproximou deles.

- Comandante Monroe... – Disse um dos soldados, se referindo ao soldado de maior escalão daquele grupo. – Aquele não é o brasão...

- Sim, Marshall... É o brasão real de Cowell.

- O que será que eles estão fazendo aqui?

- Eu não faço a menor ideia. – Respondeu Monroe, observando o navio real por uma luneta. – Mas acho que vamos descobrir logo.

O navio de Cowell havia levantado suas bandeiras, pedindo uma aproximação maior. Dele, Mark também observava com sua luneta. Ele reconhecera no uniforme de Monroe o brasão real de Twilight.

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- CORRAM! – Louis berrou, seus pelos se eriçando pela proximidade do som.

Escorregando na neve, o grupo se locomoveu o mais rápido que podia. Mas não demoraram três segundos para que eles ouvissem algo que os congelou mais que o frio ou que os urros.

Alguma coisa caíra de uma altura muito grande.

O barulho partiu de trás de Mulan e Taylor, que cuidavam da retaguarda. A montanha inteira pareceu tremer com o peso do que quer que tivesse caído.

A chinesa e o príncipe automaticamente se viraram para a direção do som e desembainharam suas espadas. Os dois lançaram um olhar para Louis, que assentiu e continuou prosseguindo.

- MULAN! – Harry gritou. – LOUIS! NÃO PODEMOS DEIXÁ-LOS LÁ!

- TEMOS QUE ACHAR UM ABRIGO, HARRY! SENÃO MORREREMOS DE UM JEITO OU DE OUTRO!

- MAS... – Harry começou a dizer, mas logo se deteve. Mulan olhou para ele também e seus olhos eram de súplica.

“Por favor.” – Diziam os dela.

Harry encarou-a de volta.

“Eu vou voltar pra te pegar.” – Diziam os dele.

Então ele se calou e seguiu com Louis.

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Assim que a silhueta dos dois desapareceu através da neve, Mulan virou o rosto para trás.

A chinesa não sabia mais se era a montanha que ainda tremia ou se era ela mesma. Tampouco saberia dizer que – caso a tremedeira fosse sua – se esta era de frio, ou de medo.

Taylor, por outro lado, estava com mais calor do que nunca. Uma descarga de adrenalina descera por seu corpo, e seus sentidos estavam muito mais aguçados.

Por isso ele foi o primeiro a ver.

O contorno das criaturas se fez sobre os seus olhos. Elas eram altas. Imensas, na verdade. Deveriam ter, no mínimo, uns dois metros e meio de altura. Tinham pelos grossos que balançavam ao vento, o qual não parecia os incomodar nem um pouco. Ambas eram brancas como a neve que as rodeava, e os olhos eram de um azul gélido e cruel. O focinho era a única coisa negra que se destacava em seus rostos. As bocas se abriram, revelando dentes enormes e pontiagudos que poderiam facilmente perfurar uma pedra.

Apesar de Taylor ter sido o primeiro a vislumbrar as criaturas, foi Mulan quem as reconheceu no segundo em que ela pôde discernir suas silhuetas.

- Oh, não... – Ela sussurrou para si mesma. Entretanto, Taylor a ouviu.

- O QUE FOI?! – Ele gritou para ela.

- Yetis. - Ela não gritou como resposta.

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Oi, gente, td bem com vcs?

O que acharam do cap.? Tá, eu sei que 

ele tá bem ruim, mas eu juro que o próximo será melhor.

Continuo com sete comments J

Bjs