domingo, 14 de dezembro de 2014

Capítulo 68 – Quebrando Barreiras

Capítulo 68 – Quebrando Barreiras


- MULAN! – Harry berrou, assim que a viu nos braços de Taylor.
Ele correu até ela, cambaleando pela neve.
- MULAN! NÃO! NÃO! – Harry finalmente chegou até Taylor, encostando o ouvido no peito da chinesa. Ele se desesperou quando, à princípio, não ouviu nenhum som. Contudo, logo depois, sentiu uma fraca batida.
                Ele levantou a cabeça, percebendo que sua mão, que estivera apoiada no abdome de Mulan, estava ensanguentada.
                - O QUE ACONTECEU? O QUE ACONTECEU? – Harry berrou. Ele estava à beira da loucura. – POR QUE VOCÊ NÃO A PROTEGEU?!
                - HARRY! – Louis gritou e, quando ele se virou, deu-lhe um soco.
                Recompondo-se, Harry assentiu, após um minuto de choque.
                - Obrigado. – disse a Louis.
                Os três voltaram para a pequena caverna na qual Louis e Harry haviam deixado Gandalf.
                Quando finalmente entraram na segurança que ela oferecia, Taylor apoiou Mulan no chão liso de gelo polido, próxima a Gandalf. Harry logo em seguida ajoelhou-se ao lado dela e segurou-lhe a mão, aflito.
                - Este é o abrigo? – Taylor perguntou, olhando em volta. Como o chão, as paredes da caverna eram de gelo liso, polido, de forma que todos podiam se ver refletidos. Ela tinha uma forma circular e não era profunda. Apesar de protege-los do vento, era ainda muito fria.
                - Foi a única que nós encontramos. – Esclareceu Louis, sem também considerar o local um abrigo dos mais eficientes.
                - Ela está muito gelada, Louis! – Harry disse, sentindo a temperatura da mão de Mulan. Ele estava à beira das lágrimas.
                Louis observou a caverna com mais cautela. A luz que vinha do lado de fora não a iluminava muito bem.
                - Que barulho é esse? – Perguntou Taylor.
                - Que barulho? – Harry indagou.
                Todos ouviram assim que ele terminou de falar.
                - Avalanche! – Louis.
                De repente, uma gigantesca quantidade de neve fez tremer o chão de gelo. Logo depois, a luz que vinha do lado de fora desapareceu à medida que a neve da avalanche cobria a entrada da caverna.
                Em um segundo, a escuridão tomou conta do ambiente.
                O desespero se alastrou por todas as cabeças conscientes, mas nenhuma foi capaz de emitir nenhum som.
                O coração de Louis se apertou. A escuridão o incomodava, e ele respirava com dificuldade. Ele deu alguns passos para trás, a fim de encontrar a parede da caverna para se orientar.
                Suas costas encostaram, finalmente, na superfície polida e gelada. E então uma luz surgiu.
                O gelo começou a brilhar, um brilho azulado que se alastrou por toda a superfície da caverna, iluminando-a.
                - Mas o quê...? -  o cavaleiro não terminou a frase. No teto, ele observou uma estranha inscrição que começava a se revelar por meio da luz.
“Sou igual a todos os que me veem, mas ao mesmo tempo não sou nada. Não sou tangível, mas meu poder se estende além do lugar onde me encontro. Quem sou eu?”
                - O que é isso?! – Louis perguntou, chamando a atenção de todos para o teto.
                - Parece um enigma. – Taylor respondeu.
                - Será que temos de responde-lo? – Harry franziu a testa.
                - Pela minha curta experiência, Harry, enigmas são feitos para serem respondidos.
                - Eu sei, Louis. O que quis dizer é, o que acontece se descobrirmos a resposta?
                - Eu não tenho ideia. – Respondeu o cavaleiro. – Mas, se não o fizermos, corremos o risco de não conseguirmos salvar Mulan.
                - Se não o fizermos, corremos o risco de morrermos, todos, sufocados. Vocês perceberam, não é? Estamos ficando sem ar! – Taylor falou, sério. – A neve está impedindo a passagem do ar.
                Louis e Harry concordaram.
                - Talvez destravemos alguma passagem para um ambiente aquecido, ventilado e com suprimentos. Precisamos tentar.
                - Mas não faz sentido nenhum! – Harry falou, se desesperando novamente ao ler o enigma pela segunda vez.
                - É um enigma, Harry. – Louis disse, andando de um lado para o outro. – A resposta deve ser bastante óbvia. Só precisamos nos concentrar.
                - Como vamos nos concentrar se estamos ficando sem ar?!
                - Podemos começar por você se acalmando e ficando quieto! – Louis respondeu, ríspido. O desespero de Harry não os levaria a lugar nenhum.
                “Vamos, Louis, pense.” – Ele dizia a si mesmo, mentalmente. Se ao menos Gandalf ou Mulan estivessem acordados! Eles eram os mais inteligentes do grupo.
                “Ah, Liam, Zayn e Niall, espero que estejam melhor do que nós.”
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                - Ele não está nada bem! – Liam falou, se ajoelhando com Niall ao lado de Zayn. Lágrimas de tristeza e aflição enchiam os olhos dos dois amigos.
                - Zayn... – Niall segurou a mão do amigo.
                O Gato de Botas estava irreconhecível. Não era um terço do ladino imponente, disposto, esbelto e belo que sempre fora.
                Suas pálpebras estavam fechadas, mas sangravam, e ele não se mexia, mas seu rosto ostentava uma aparência pálida de gente doente.
                Ele não conseguia chorar, e estava atormentado demais para conseguir falar alguma coisa.
                - Zayn... – Liam repetiu.
                - Deixem-me. – Ele conseguiu dizer, fracamente. – Quero ficar sozinho.
                - Mas... – Niall ia protestar, mas Liam o interrompeu.
                - Venha, Niall, você o conhece. Deixe-o sobre os cuidados dos soldados e do médico de Pe. Lanza.
                - Mas... – Niall queria protestar mais uma vez, mas compreendeu o que Liam dizia. Eles conheciam Zayn e, quando ele queria ficar sozinho, é porque queria ficar ficar sozinho. Simples assim.
                Os dois se afastaram, observando o médico de Pe. Lanza enrolar uma bandagem em volta dos olhos do amigo.
                Depois, os olhos deles caíram em Rapunzel. Ela arrastava os cabelos castanhos para o meio das árvores. Tinha pressa, mas a fraqueza a impedia de se locomover muito depressa. Tália e Gabriela a acompanhavam, tentando ajuda-la como podiam com o cabelo.
                Os dois seguiram na direção delas, acompanhando-as até o momento em que ultrapassaram as últimas árvores do bosque que as separavam de Swift. Ali, no limite do vilarejo, Rapunzel parou, levando a mão à boca, com lágrimas nos olhos.
                Swift estava irreconhecível. As casas estavam todas quebradas, e os cidadãos se movimentavam apagando fogo e socorrendo feridos. Não se ouviam gritos de criança, porque não havia nenhuma criança.
                Rapunzel prosseguiu o caminho, depois de alguns instantes, dispensando a ajuda das princesas com o cabelo gigantesco.
                Quando os cidadãos do vilarejo a viram, pararam, em choque.
                Ela continuou seu caminho, sem se ater às exclamações e aos murmúrios a seu respeito.
                Quando, finalmente, Joseph a viu, ele correu em direção a ela.
                - MINHA FILHA! – Ele gritou, chorando sem nenhum pudor.
                Ela abraçou o pai com a maior força que podia.
                O encontro comoveu a todos. Não havia uma única pessoa que tivesse parado suas atividades para ver os dois, com exceção de três homens, que saíram de repente de um recinto que pegava fogo.
                Eles carregavam uma pesada estátua de pedra, da altura de um homem, para tirá-la do meio das labaredas.
                Quando Rapunzel pousou os olhos na estátua, ela afastou-se do pai, indo até ela com uma expressão triste.
                Os homens apoiaram a estátua no chão no momento em que ela chegou até eles, que se afastaram em sinal de respeito.
                Rapunzel passou os dedos magros pelo rosto de pedra de Julian. Ela começou a chorar ainda mais, arrancando lágrimas de todos os que a observavam. Era uma pobre viúva, vítima de seu amor.
                - Julian... – Ela acariciou o cabelo de pedra. – Me desculpe por tudo... Eu... Eu te amo.
                E, dizendo isso, Rapunzel beijou os rústicos lábios de pedra.
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                - Hum, já sei! A resposta é Deus! – Harry exclamou, animado. – Não é tangível, somos sua imagem e semelhança e seu poder se estende além de onde se encontra!
                - Não pode ser Deus. – Taylor rebateu. – Nós não O vemos.
                - Mas aqueles que O veem... São iguais a Ele. – Harry tentou.
                - Não, Harry, não é Deus. – Louis falou. – Se fosse, algo já teria acontecido.
                - Se algo for acontecer.
                Louis ignorou o pessimismo de Harry e voltou a raciocinar. Por um minuto, ao pousar seus olhos e Mulan, seu coração se desesperou, mas ele lutou contra o pânico. Ele não o deixaria pensar.
                - Então é um desenho! – Harry tentou de novo. – Um desenho não é tangível, não é nada.
                - Um desenho tem poder, por acaso, Harry? E, se um desenho se chama desenho, é porque é alguma coisa. – Taylor disse.
                - Você fica colocando defeito em tudo o que eu falo, mas sugerir a resposta que precisamos você não fez ainda! – Harry retrucou, irritado.
                - Calado, Harry! – Louis repreendeu-o. – Obviamente não é um desenho.
                Harry ficou bravo, mas não havia tempo para curtir a raiva.
                - Poderia ser a palavra? – Ele tentou novamente.
                - Por que a palavra? – Taylor quis saber.
                - Ela soa igual aos ouvidos de todos, e não é tangível, é totalmente abstrata. Além disso, o poder da palavra é impressionante.
                - Sim, mas nós não vemos a palavra, Harry. – Louis observou.
                Harry bufou.
                “Vamos, Louis, pense.” – O cavaleiro falou mentalmente. Ele se esforçava ao máximo, mas sua respiração estava cada vez mais pesada, e o desespero o estava contaminando.
                Ele observou, por um segundo, sua imagem refletida no gelo límpido. Não acreditava que morreria daquele jeito, numa caverna, onde ninguém jamais o encontraria, e o pior: morrer sem salvar Eleanor.
                Seu coração doeu. Seu reflexo era o de um homem feito, bonito e aparentemente corajoso, como o que deixara o castelo de sua família com o objetivo de salvar o amor de sua vida, ou morrer tentando. Mas ele não era mais aquele homem. Estava com medo. Cansado.
                Harry percebeu a confusão do amigo.
                - Louis, pare de se culpar.
                - Não há como, Harry. Falhamos. E vamos morrer aqui. Eu sou um idiota.
                - Idiota, você? Obviamente, não.
                Louis bufou.
                - Não consigo nem mesmo responder a um enigma idiota! – Ele se controlou para não socar a parede da caverna.
                - Você é muito mais do que pensa, Louis! Você estaria procurando Eleanor até agora, sozinho, se não tivesse me encontrado, e estou certo de que não pararia de procura-la por nada nessa vida. Você me salvou, diversas vezes, mesmo quando nem me conhecia, e eu não passava de um vagabundo que não tinha mais ânimo de viver. Você deu uma vida nova a Liam! E a Niall! E você deu uma luz de esperança a Zayn! Você tem nos liderado nessa missão, que ajudou muita gente além de nós. Sua verdadeira natureza é refletida nas suas ações. Eu gostaria de ser, um dia, Louis, um terço do homem que você é!             
                Louis sorriu. As palavras de Harry acalmaram seu coração atormentado. Se eles morressem naquele momento, Louis morreria em paz, pois, de fato, fizera o possível e o impossível para resgatar Eleanor, e ajudara muitas pessoas, realmente. E se aquela fosse a sua missão na Terra, escolhida por Deus, ficaria feliz em ter sido ele o designado para cumpri-la.
                - Obrigado, Harry. – Ele sorriu, as palavras de Harry ainda retumbando em sua cabeça. – Espere! O que você disse?
                - Que eu gostaria de ser, um dia, um terço do homem que você é.
                - Não, não, antes disso!
                - Ah, sei lá, não lembro.
                - Ele disse que sua verdadeira natureza é refletida nas suas ações. – Taylor falou.
                - É isso!
                - Isso o quê? – Harry franziu o cenho.
                - A resposta!
                - Do enigma?
                - Sim!
                - Qual, Louis?!
                - O reflexo!
                - O reflexo?! – Taylor indagou.
                - Sim! Somos iguais ao nosso reflexo, mas ele é algo intangível, e não é matéria como nós, portanto não é nada!
                - Mas nosso reflexo não tem poder! – Harry exclamou.
                - Harry, foi você que acabou de dizer que tinha!
                - Como assim?
                - O reflexo é mais do que a imagem que vemos em uma superfície polida! Um homem se reflete nas suas ações, que podem transformar para o bem e para o mal! Esse é o poder que vai além do lugar onde se encontra! A resposta é reflexo!
                - Não pode... – Harry começou a dizer, mas parou quando um novo brilho surgiu na parede circular da caverna, um brilho que se moldou no formato de uma porta. E então, logo depois, a figura definida pelo brilho se afastou para trás, formando uma passagem, que emoldurava perfeitamente uma mulher muito bonita, loira, de olhos azuis e usando um vestido azul igualmente belo.
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                Quando Rapunzel afastou os lábios da estátua que um dia fora Julian, algo estranho aconteceu.
                Uma luz avermelhada começou a surgir na pedra, como se ela estivesse sendo aquecida a uma temperatura altíssima.
                Rapunzel se afastou, assustada. A luz cresceu, junto com um som estranho e agudo que aumentava de intensidade junto com ela.
                Então, outro barulho se distinguiu. Uma rachadura na estátua, na altura dos olhos. Depois, outra, na barriga. E mais outra, e mais outra.
                Os cidadãos olhavam pasmados para a cena, espantados, mas curiosos demais para deixarem de assistir.
                De repente, a estátua se partiu em pedaços, emitindo uma luz extremamente forte, numa intensidade que cegou a todos por um momento. Ninguém pode ver um outro campo de luz circular que partiu da estátua e se prolongou por todo o perímetro do vilarejo.
                Quando todos finalmente conseguiram abrir os olhos, ficaram abismados com o que viram.
                O vilarejo estava como novo. As casas quebradas e queimadas estavam consertadas e novinhas em folha. O chão arenoso e de terra ressecada estava totalmente coberto por grama e flores. O ar parecia mais fresco e as mulheres sentiram uma estranha sensação que não sentiam desde quando Taylor lançara a maldição.
                A vida estava de volta a Swift, mais intensa do que nunca.
                Mas Rapunzel não percebeu nada daquilo. A única coisa que ela enxergava era, à sua frente, um rapaz muito belo e jovem, vestido com roupas matrimoniais.
                - Julian... – El balbuciou, com lágrimas nos olhos.
                Quando ele pousou os olhos nela, eles se arregalaram.
                - Rapunzel!
                Eles correram um para o outro. Finalmente, depois de tantos anos, estavam juntos.
                - Eu... Eu pensei que você estivesse morto! – Ela disse, chorando.
                - E eu pensei que nunca mais te veria. – Ele ajeitou os cabelos dela. – Eu te amo.
                - Eu também te amo. – E então eles se beijaram, chamando a atenção de todo o vilarejo, que se extasiou ainda mais ao ver o casal reunido novamente.
                Ainda na orla do bosque, as princesas Tália e Gabriela nada entendiam.
                - Mas o que aconteceu?
                - Como isso é possível?
                Liam e Niall sorriram, se entreolhando. Eles já haviam tido tal experiência anteriormente.
                - A maldição de Taylor foi quebrada. – Liam respondeu.
                - Mas como? – Gabi estava boquiaberta.
Niall deu-se ao trabalho de explicar.
                - Simples: foi o amor. Ele é mais forte que qualquer magia negra.
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Oi, gente, tudo bem com vocês? Espero que tenham gostado do cap. :) Ele já estava planejado há quase um ano e meio kkkkkkkkkkk e estava ansiosa para escrevê-lo.
Continuo com seis comments.

Bjs

4 comentários:

  1. Depois de tanto tempo fora, tudo o que vc diz é "oi, gente"? Como ousa? Vou te atacar com minha flecha e de Bronze Celestial! Lançar um crucio! Te por nos Jogos! Enfim, continua!

    Elena

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  2. elissa pq vc nao posta essa fic no spirit? pra mais pessoas lerem sabe (essa palavra existe?)
    se vc quiser eu posto lá (com TODOS os creditos, obvio)
    sabe quando uma historia é tao prft que vc quer compartilhar com o mundo? entao, eu sou assim com o cavaleiro e a princesa :)
    continua amore

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    Respostas
    1. Oi Debby, kkk sdds :)
      Sim, "lerem" existe kkkkk
      Acho que vou seguir seu conselho :) Não precisa se encarregar, eu mesmo crio a conta, obrigada :)
      E obrigada também pelos elogios à fic
      Bjs

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  3. Ooooooi! Eu amei o cap! Ansiosa para o próximo!

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